Hoje, dia 25 de Maio, comemora-se o dia europeu dos vizinhos. Leva-me a perguntar quantos vizinhos conheço eu, no prédio onde vivo. Pensando bem, apenas 2. A vizinha de baixo, a quem estraguei algumas peças de roupa com um vestido meu que desbotou para o estendal de baixo, e a vizinha do lado que muitas vezes encontro e à qual a conversa se resume ao bom dia e boa tarde. O que é certo é que cada vez somos mais, mas cada vez estamos mais isolados. Seja por questões de segurança, pelo motivo de não querermos dar a conhecer a nossa vida á vizinha do rés de chão, ou simplesmente porque saímos de manhã de casa, para apenas regressar de noite. Costumamos ouvir os mais velhos, principalmente quem nasceu nas aldeias, contar que dantes as portas da rua estavam sempre abertas, sem medo de roubos, que os filhos eram deixados ao encargo de vizinhas, que toda a gente se conhecia. Os tempos mudaram. Deixar as portas abertas, só se for para os ladrões entrarem mais facilmente, filhos ao encargo de outros, até numa ama deixamos a medo. Tudo isto tem um lado positivo e negativo: se por um lado, não conhecer os vizinhos nos trás a privacidade desejada, por outro corremos um perigo constante. Se não vejamos; vocês entram no vosso prédio e alguém vos segue e entra também. Segura na porta e solta um amigável bom dia. Até aqui tudo bem, mas como saber se essa pessoa pertence ou não ao prédio?
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