Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O fim do mundo... em cuecas!


O grande tema da actualidade mudou da crise para o fim do mundo. Segundo a crença de muitos, estas serão as últimas palavras que escrevo. Contando que o mundo acaba dia 21 de Dezembro de 2012, tenho pouco mais de uma hora para editar esta postagem. Isto se o fim do mundo se iniciar em Portugal. Parece que ainda nada se passa do outro lado do mundo. As noticias ainda não fazem referência a nenhuma catástrofe. Coisa que, pensando bem, seria impossível. Pois se o mundo acabou do lado oposto ao nosso, não há maneira de avisar este lado. Tudo isto se torna mais ridículo a cada noticia ou comentário sobre o assunto. Prevejo que pelo andar da carruagem ainda acabamos todos a rir até às lágrimas com tanta estupidez. Senão, vejamos:
"Países apressam preparativos para o "fim do mundo": Este é o titulo que encontrei num site que explica a confusão instalada pela polémica. Ora se o fim do mundo se aproxima a passos largos, não vejo relevância em fazer qualquer preparativo. Será que o fim do mundo terá honras de Estado? Ou será que é como o Carnaval, com direito a samba e a gigantones? Que raio de preparativos se poderão fazer para a extinção da raça humana?
Com a aproximação da data, muitas pessoas em países como Índia, Austrália e China, entre outros, começaram a se preparar para o pior, arrumando suprimentos e abrigos. Outros preferem organizar cerimónias e até grandes festas para ter uma última noite de diversão antes do Apocalipse: Uma ultima noite de diversão até entendo, mas esconder-se num abrigo com toneladas de alimentos, parece-me estúpido. Alôôôô! É o fim! Ninguém mais vai ter sede, fome, frio ou calor.
Entre os que lucram com a data, estão empresas de turismo do México, Belize, Guatemala, Honduras e El Salvador, que vendem pacotes e promoções com o lema "O Fim do Mundo Como Conhecemos": Estes não acreditam no fim do mundo. São movidos pela ganância. Os que acreditam e compram os tais pacotes, vão realmente assistir de camarote ao fim do mundo como o conhecem, mas será só quando virem as contas dos cartões de crédito a aumentar e tiverem de empenhar os anéis, os dedos e tudo o resto. Aí sim, vai ser o fim do mundo...em cuecas!
Nos antigos sítios arqueológicos da civilização maia, a sexta-feira será um dia de muitos rituais, conferências e espectáculos: Visto que cada dia tem 24 horas e ninguém lá na civilização maia se lembrou de marcar a hora do evento, espero que tenham tempo para tantos espectáculos, conferências e rituais. Será que o fim do mundo vai assistir a tudo isto até ao fim e só depois vai acontecer? Sim, porque isto de organizar estas coisas é muito dispendioso. Seria uma pena se no final a estrela da festa não comparecesse. Já estou a imaginar a Lili Caneças a comentar: "Foi de uma falta de chá imperdoável! Depois de tanto trabalho, faltar ao evento mais importante do ano. Isto não é nada elegante. Já não se fazem fins do mundo como no meu tempo." Ao que o Castelo Branco respondia: "Cala-te, bicha! Que eu não aluguei esta porchete da Prada para isto acabar assim da noite pró dia."
No vilarejo de Bugarach, na França, a montanha do local teve seu acesso fechado. Existe uma crença de que, quando o calendário maia se encerrar nesta sexta-feira, a montanha vai se abrir, alienígenas vão aparecer e os humanos que estiverem por perto poderão ser levados por uma nave espacial. Prevendo o aumento do movimento na cidade de cerca de 200 habitantes, centenas de policiais foram enviados para reforçar a segurança. Os moradores receberam passes especiais para transitar pelo vilarejo: Isto é discriminação. Então os cabrões dos ET's só têm espaço para levar quem estiver por perto? Entre moradores e a policia, safam-se umas centenas. E os outros, pá? Bem, pensando melhor, aqui em Portugal tem sido pior. Nem a policia é poupada ao fim do subsidio de férias, natal e outros fins que agora não me ocorrem.
Na Rússia, um abrigo a 56 metros de profundidade, o Bunker 42, está promovendo uma festa que deve durar dois dias. O local tem espaço para 300 pessoas, mas o preço do ingresso é caro: + ou - mil euros por pessoa: Mais uma discriminação. A discoteca do momento só serve os afortunados de berço. E que história é essa de uma festa de dois dias? Então mas isto dura mais de um dia?
Na Turquia, no vilarejo de Sirìnche, os moradores estão promovendo um novo vinho local, que traz o número 2012 no rótulo. É um vinho tinto e seco com teor alcoólico mais alto, feito especialmente para esta sexta-feira: Esta até é compreensivel. Ao menos assim não se sente nada. O risco de ressaca é inexistente e ninguém fica para contar se é bom ou não.
A polícia na China prendeu membros de um culto apocalíptico acusado de espalhar boatos sobre o fim do mundo. Segundo a imprensa estatal do país, quase mil integrantes do grupo cristão Deus Todo Poderoso foram presos. A seita prevê que, a partir desta sexta-feira, vão ocorrer três dias de escuridão e pediu que seus membros derrubem o governo comunista chinês: Bem, deve ser porque os comunistas chineses vêem mal no escuro. Por cá é mais verem coisas que não existem, como igualdade para todos, trabalho para todos, melhores condições de vida para todos...
Um agricultor da província de Hebei, Liu Qiyan, não apenas acredita, como construiu sete esferas de fibra de vidro, com capacidade para receber 14 pessoas cada uma. O agricultor afirma que elas também poderão boiar em caso de inundação e estão equipadas com tanques de oxigénio e suprimentos. "Se realmente acontecer algum tipo de Apocalipse, então você pode dizer que fiz uma contribuição para a sobrevivência da humanidade", disse Liu: Errado! Se realmente existir algum tipo de Apocalipse, conseguirá colocar 98 pessoas a boiar no Universo, respirando por palhinhas e comendo enlatados. Não sei se não será melhor o fim do mundo. Imaginem que esses enlatados são de feijoada à transmontana. Se não morrem do mal, morrem da cura. Além disso, alguém devia informar o senhor de que isto não se trata de um diluvio, mas sim de bolas de fogo. De que serve boiar?

Bem, seja como for, espero que seja rápido. E tal como dizia o saudosissimo António Feio, "não deixem nada por dizer, nem nada por fazer". Mesmo que nada façam, ao menos lembrem-se de dizer amo-te aos que mais lhes são queridos. Não acredito no fim do mundo, mas acredito que no dia da partida, será a única coisa que levamos connosco: a imagem e o sentimento que temos por quem amamos. Acredito sim, que a raça humana está a chegar a um patamar de evolução que separa o trigo do joio, derrubando as barreiras da comunicação e mostrando-nos da maneira mais dolorosa o que realmente importa. A fonte é e será sempre a mesma. O fim, esse, será o que nós escolhermos para nós próprios.





























quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal com mais brilho

Passei por aqui rápidamente apenas para vos deixar várias sugestões deliciosas para este Natal. Todas estas peças artesanais e muitas mais podem ser encontradas na loja de uma amiga, no Cacém. Aqui deixo o contacto e imagens para que possam apreciar estes trabalhos lindissimos.











Ariz Medium


Cacém, na Rua Elias Garcia n.º 175 C

Tel: 968617683 - 912019630

Facebook: http://www.facebook.com/home.php#!/galeriadeariz.medium













































































































































Cacém, na Rua Elias Garcia n.º 175 C






























































domingo, 16 de dezembro de 2012

As aranhas e os caracóis


Imagino que não serei a primeira e muito menos a ultima a sentir isto, mas já se deram por vocês a serem quase invisíveis aos olhos dos outros? Invisíveis não será talvez o melhor termo. É mais fazerem de conta que não andam cá e que não são assim tão importantes como pensam. Como exemplo disto, apenas posso dar o do peixe dentro do aquário, que anda sempre em círculos, observando todos em seu redor, mas sem ter hipótese de reclamar alguma atenção. De vez em quando lá se lembram que o peixe tem de comer, mas na maioria das vezes, limita-se a ser um bonito ornamento de uma qualquer sala de estar. O peixe ainda tem sorte, porque está protegido dos predadores, mas o ser humano estará sempre à mercê dos seus semelhantes. E como é distorcida a mente humana, quando se serve de chavões e do politicamente correcto para viver em "sociedade". Sempre gostei de chamar os bois pelos nomes e de colocar tudo em pratos limpos. Dou preferência a uma pessoa que me diz na cara o que pensa, ainda que me doa, do que aquele que me enreda em palavras mansas e palmadinhas nas costas. Sinto sempre que procura o melhor local no lombo, para me espetar a faca. E os paninhos quentes! Esses então são o meu prato de eleição. E toda esta dança de compasso falso e arrastado é muito mais confusa do que parece. Dou por mim a fazer o jogo dos outros e a deixar de dizer o que penso, com medo de retribuir o mau estar que me causam. Esta noite sonhei com algo que me deixou pensativa. No meio da confusão a que já me habituei nos meus sonhos, vi um cem numero de caracóis rodeados por teias com as suas respectivas aranhas. Fiquei intrigada com o que vi, mas não esperei muito para constatar que vivo rodeada de pessoas com este tipo de personalidade. Os caracóis, são aqueles que amo, mas que atrasam a minha evolução, bastando para isso atrasarem a sua própria evolução. As aranhas são mais fáceis de detectar, pois vivem no meio dos caracóis iludindo com a sua aparência de quietinhos, para atacarem as presas que caem na sua teia.
Existem ainda os outros, aqueles que realmente importam e que vão levando com os embates. Não vi nenhum desses no meu sonho, mas vejo-os todos os dias ao meu lado, lutando como leões para se imporem num mundo de aranhas e caracóis. E no meio de tudo isto, estou eu: cansada, exausta e sem forças para tentar encontrar um lugar onde me sinta desejada a necessária. Todo este filme gera isolamento. O tal isolamento que gera palavras, textos, livros. Mas para que fim? Com que finalidade escrevo eu, se não para desabafar com alguém que se interesse pelo que escrevo, sem muitas vezes fazer a mínima ideia de quem sou? Quem sou eu? Os anos passam e não consigo encontrar uma palavra que me defina. Será parva? Por achar que o que faço ou sou para os outros realmente tem impacto nas suas vidas. Será frustrada? Por sentir que apenas eu dou importância aos sentimentos e afectos. Será inútil? Porque não importa o que pense, diga ou escreva, nada será como penso. Penso que a palavra que me define é apenas uma e das mais banais que conheço: PESSOA. Sou uma pessoa como tantas outras que procura um local onde todos conheçam o seu nome e que seja desejada e não um estorvo. Procuro como tantos de vós o caminho de regresso a casa, sem mapa, bússola ou qualquer instrumento que me ajude a iluminar o caminho. E tal como uma criança que ainda acredita em contos de fadas e no pai natal, sinto uma certeza imensa que toda esta mistura de sentimentos é necessária para chegar a um destino escrito com letras douradas, onde terei tudo o que desejo e ainda mais. A promessa da clarividencia e de boa ventura são os únicos companheiros nesta viagem solitária e torbulenta. Esse doce sussurro de que tudo ficará bem e que mais cedo do que penso vou conquistar o meu paraíso. Mas de que servirá todo o mel da vitória, se os que amo vão ficando por terra, presos a convicções que já não são deste mundo?


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Traz 9 amigos também!

Neste Natal reserve a sua mesa no


Alvamar

Deixe o bacalhau para a noite de consoada e venha provar as nossas sugestões para esta quadra natalícia. Menus individuais a partir de 8,50E por pessoa, para grupos. (mínimo 10 pessoas)


Pode optar pelos seguintes pratos:

Salmão grelhado




 Arroz de Pato


 Costeleta de Novilho




Lombinhos de porco c/ piripiri


Bifinhos de vitela c/ ovo


(Inclui pão, azeitonas, manteigas, queijo, bebida, sobremesa e café)



Faça a sua reserva com pelo menos 48 horas de antecedência, pessoalmente ou através do número
219161625.
Estamos à sua espera em Vale Mourão no Cacém
(mesmo em frente ao Elefante Azul)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Se posso viver sem a ZON? Posso e quero!


ILU

Informação é poder. Ouvimos esta frase vezes sem conta sem percebermos como é importante. O que aconteceu comigo é algo insólito, mas nem por isso deve ser único. Só posso imaginar quantas pessoas estarão na mesma situação. Sou cliente da ZON, a famosa TV cabo, há 10 anos. Devido a mudança de residência e por não pretender continuar com a mesma, entrei em contacto com a ZON num balcão, para me informar de como poderia proceder à rescisão do dito contrato. Pensava estar certa de que não tinha qualquer fidelização com a empresa, visto ser cliente de longa data e o período de fidelização ser de dois anos. Primeiro engano: ao que parece, visto que alterei o meu contrato para o serviço Íris (fibra óptica), voltei a criar (sem saber) um novo período de fidelização de um ano. (ATENÇÃO: qualquer que seja a alteração do seu contrato, para adicionar ou remover serviços, implica um novo periodo de um ano de fidelização.)  Assim sendo, só posso desistir do contrato lá para Agosto de ano que vem. Logo, terei de pagar as facturas até à dita data. Como qualquer pessoa, visto que nada me resta senão pagar, pedi para que a factura me fosse reduzida, começando por retirar a Sport TV. Segunda cacetada: visto o serviço Íris ser um serviço que oferece autonomia ao cliente, e como acedi à Sport TV através da box após a instalação, para retirar o serviço, tenho que voltar a proceder da mesma forma. Ou seja, tenho que voltar a ligar os aparelhos todos outra vez e suspender o serviço através da televisão. Em vez de autonomia a favor do cliente, a ZON conseguiu assim enterrar o dito cliente cada vez mais fundo. Uma vez que já fiz a mudança para outra casa e que entreguei a chave da antiga ao senhorio, estou de mãos e pés atados para suspender este serviço. Passemos então ao que, pensei eu, ainda era possível fazer com vista a reduzir a factura: quero tirar as TVcines e o pacote Funtastic Life. Posso? Poder posso, mas não vai ser a mesma coisa, visto que se o fizer agora, fico com novo prazo de fidelização durante mais um ano. Logo, reduzo a factura, mas só acabo de pagar em Dezembro de 2013.
Depois de muito barafustar com a menina do apoio técnico e dos contratos, lá veio a esperada, mas complicada solução. Para me livrar de toda esta embrulhada, tenho apenas que encontrar uma pessoa que queira ter TV cabo e alterar o contrato para o seu nome. Esse novo cliente não terá qualquer custo de instalação, e apenas lhe é pedido um novo prazo de fidelização.
Resumindo: a ZON garante que não perde um cliente e eu fico livre de encargos estúpidos e mal explicados. Não é à toa que a ZON e outras empresas do género, entopem os tribunais com processos por falta de pagamento. Numa altura de salve-se quem puder, o mais fácil de fazer é desaparecer do mapa e deixar de pagar. Não sei até que ponto isto é legal e gostaria muito de ter tempo e dinheiro para perder a esmiuçar esta situação. Mas visto que quem esmiúça melhor que ninguém é o Ricardo Araújo Pereira, enquanto espero pelo desenlace deste triste episódio, mudo para a concorrente (MEO) e espero por noticias do novo cliente da ZON que me safe da embrulhada.
Só um aparte: se procurar no dicionário, íris significa membrana interna dos olhos. Não deixa de ser curioso constatar como este nome é adequado no que diz respeito ao assunto. É que assim sendo, ao deitarem areia para os olhos dos clientes, ficamos com a membrana interna (bem como a externa) do "olho", num estado lastimável e sem hipotese de fugir a esta teia de fidelizações.

domingo, 4 de novembro de 2012

Prendas de Natal acabadinhas de nascer




Parece que a crise nos dá desculpas para tudo. O abandono de animais deixou de ser uma coisa de tempo de férias para ser um caso diário, visto com indiferença pela maioria das pessoas. Posso parecer radical, mas penso que em alturas de dificuldades, nunca nos passou pela cabeça abandonar um membro da família com a mesma facilidade com que deixam um animal à beira de uma estrada longe de casa. Sei que existem pessoas capazes de o fazer sem sentirem o mínimo remorso. Mas para contrariar esta maioria, existe uma minoria que se esforça por ajudar estes animais.


Por isso venho hoje contar-vos a história de Nina. A Nina é uma cadela muito meiga e bonita que foi deixada à sua sorte nas imediações do Parque de Campismo de Almornos. Durante os meses de verão, o parque ganha nova vida e ela é alimentada regularmente. Mas no inverno, a história muda de figura e chega a passar dias sem comer. Para agravar a situação, a Nina deixou-se engravidar. Prestes a parir nos dias de temporal que se avizinhavam, a minha mãe não se conteve e trouxe-a consigo para casa. E assim, no dia 2 de Novembro, nasciam 8 cãezinhos. Infelizmente um eles não resistiu e morreu. Os outros sete (4 machos e 3 fêmeas) estão de excelente saúde e recomendam-se. A minha mãe pretende ficar com a Nina, embora já tenha um cão. Mas não pode ficar com a ninhada toda. Por este motivo agradeço que divulguem a quem possa interessar que pretende dar os cãezinhos assim que possível. E como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui vos deixo as fotos desta ninhada irresistível.

Em caso de interesse em algum cãozinho, enviem mensagem para sm08434@gmail.com






sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A Barraca dos Segredos - Sexta Gala



Olá, boa noite. Então, já estavam com saudades, não é verdade? Pois é, a coisa não tem estado fácil na Barraca dos Segredos. Ele foi faltas de luz, ele foi inundações, ele foi discussões, e sei lá mais o quê. O que é certo é que lá conseguimos colocar a Barraca de pé novamente. Posso dizer-vos que já existem dois casais muito fortes na Barraca. Enquanto Tó Zé se enrola com Sãozinha, a relação amorosa entre Angélica e Vitinho, floresce de dia para dia e até já deu para desvendar mais um segredo. Pois é. Parece que Angélica não conseguiu resistir aos encantos de Vitinho e se abriu... ou por outra, abriu o seu coração. Ora vamos ver as imagens.

A Barraca está alagada e todos ajudam a empurrar a água para o exterior com vassouras.

Sãozinha: Ai, valha-me Deus. Espero que esta chuva pare de vez. Acho que tenho que fazer uma novena.
Tó Zé: Olha, faz duas. Uma para parar de chober e outra para deixares de ser tão certinha. Fogo, já ando de bolta de ti há quinze dias e nada...
Sãozinha: Já te disse que só depois de casar.
Tó Zé: C' azar é o meu. Tinha que me sair logo uma gaja com bocação para santa.
PêPê: Quem é esquisito, tudo lhe calha no prato.
Tó Zé: Olha lá, oh livelinha! Põe-te mas é fino, que eu num tenho os gostos estragados, oubiste. O mais que podes levar é com o pau da vassoura nas costas.
PêPê: Credo! Que biolência!
Vitinho: Bem... vou sair daqui. Todo este barulho... incomoda-me. 
Cavaquinho: És sempre a mesma coisa. Quando há trabalho para fazer, és o primeiro a sair de cena.
Rabbit: Deve ter aprendido contigo. Desde o dia 5 de Outubro que ninguém tem noticias tuas. 
Cavaquinho: Isso não é verdade. A minha página do Facebook está atualizadissima.
Eki: Eh, pá! Com tanto Facebook já eras para ser um Bill Gates português. Por equivalência...
Angélica: Bem, eu acompanho-te Vitinho. 

Finalmente a sós, Vitinho e Angélica envolvem-se num beijo escaldante. Possuídos pelo desejo, a coisa vai mais além... mas não muito, pois a barraca é só de três assoalhadas. Estão finalmente na parte do cigarro, quando Angélica faz uma revelação escaldante.

Angélica: Sabes, eu nem sempre fui assim.
Vitinho: Assim, ...como? Uma ...brasa?
Angélica: Não, seu tonto! Assim... 
Vitinho: Assim... assanhada?
Angélica: Não...
Vitinho: Assim... tarada?
Angélica: Não...
Vitinho: Assim... doida?
Angélica: Eu era um homem!
Vitinho: Da...ssssss! A sério?
Angélica: A sério. Mas fiz uma operação e agora sou 100% mulher.
Vitinho: Mas..., mas... então o que aconteceu entre nós... faz de mim um...
Angélica: Faz de ti um homem maravilhoso e sexy e...
Vitinho: ... gay! Faz de mim... gay!
Angélica: Oh, querido. Acredita, não tens tanto dinheiro assim para chegares  a ser gay. Quando muito, pane..., bem, isso agora não interessa nada. 

Ora então vamos lá chamar a Angélica ao confessionário para sabermos todos os pormenores da sua transformação. 
Teza: Olá, Angélica. Como está, querida?
Angélica: Olá, Teza. Estou bem. Estou até muito feliz.
Teza: Pois, já deu para perceber. Pode dizer-se que está apaixonada?
Angélica: Ainda é um pouco cedo para afirmar isso. Mas estou a gostar muito do Vitinho. Ele reacendeu em mim  a vontade de explorar.
Teza: De explorar o quê, querida?
Angélica: Explorar tudo e mais alguma coisa. Quando gosto de alguém, fico assim. Uma autentica exploradora.
Teza: Então e quanto ao seu segredo. Podemos saber a que se deveu a sua mudança de sexo?
Angélica: Foi um desgosto amoroso, Teza. Quando era adolescente, apaixonei-me por uma miúda deslumbrante. Loira, de olhos azuis, linda de morrer. O seu passatempo preferido era apanhar fruta no pomar. Todos os dias íamos ao pomar apanhar fruta. Muito gostava ela de fruta. Mas algo mudou com o passar do tempo e já não íamos tantas vezes ao pomar. Pensei que tivesse enjoado. Mas tristemente descobri que apenas se enjoou da minha fruta, pois continuava a ir apanhá-la com o meu melhor amigo. Destruído e magoado de morte, jurei que nunca mais me apaixonaria por outra mulher. Mas a tentação era mais forte do que eu e como tal, decidi mudar de sexo, evitando assim novo envolvimento com outra mulher.
Teza: Então desde que mudou de sexo esta foi a sua primeira vez. Podemos dizer que perdeu a virgindade em directo, não é verdade?
Angélica: Bem, técnicamente... não.
Teza: Não? Ora, bolas! Isso vinha mesmo a calhar para subir as audiências.
Angélica: Pois, lamento. A verdade é que existiu outra pessoa na minha vida. Não foi há muito tempo. Ele era virgem e ensinei-lhe tudo o que sabia. Foi um aluno brilhante. Mas assim que se apanhou com toda a sabedoria, fugiu para parte incerta. A ultima vez que soube do seu paradeiro, foi por um postal que me enviou da Paris, onde dizia que nunca me esqueceria, mas que teve de emigrar.
Teza: E projectos para o futuro?
Angélica: Bem, queria ver se conseguia uns trocos aqui na barraca para pagar as operações plásticas que fiz.  Depois, bem, depois apenas quero ser feliz ao lado de um homem que me compreenda, me ame e me respeite, como qualquer mulher.
Teza: Boa sorte com isso. Bem, esta foi a sexta emissão da Barraca dos Segredos. Espero que tenham um resto de boa noite e que voltem para a próxima gala.

Bibliografia: http://paginaglobal.blogspot.pt/2012/10/angela-merkel-persona-non-grata-em.html




quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Quinta Gala

Olá, boa noite. Bem-vindos a esta quinta gala da Barraca dos Segredos. Ontem bem tentamos gravar imagens da barraca, mas tivemos, além da falta de luz, uma tremenda falta de profissionalismo. Ao que parece, a luz foi-se novamente na barraca, e voltamos a filmar tudo com a câmara emprestada. No fim das gravações foi tudo para casa descansar, pensando que no dia seguinte seria só editar as imagens. Mas o estúpido do câmara men não tirou a tampa da lente e a filmagem que se viu não foi a cores, nem a preto e branco. Foi tudo a preto. A única coisa que se safou, foi o som. E com sorte, lá ouvimos uma conversa muito interessante entre Vitinho e Angélica. Parece que o amor anda no ar. Ora vamos lá ouvir.


Embora o leitor não possa apreciar, agradecemos que use a imaginação para entender a cena. Tudo se passou à luz de velas.

Angélica: Que falta de sorte. Ia agora mesmo fazer a depilação e faltou a luz.
Eki: Mas como é que ias fazer isso? Não sabia que havia um cortador de relva na Barraca. Ah! Ah! Ah!
Angélica: Que engraçadinho!
Rabbit: Foge! Mas quem é que foi à casa de banho?
Angélica: Fui eu. Porquê?
Rabbit: Bem, quando te perguntarem se estás boa, não digas que sim, fogo.
Angélica: Mas o que é que foi?
Rabbit: O que foi não sei, mas já devia estar morto, de certeza.
Eki: Eh! Lá! Foi assim tão mau?
Angélica: Desculpem lá. Deu-me a volta à barriga.
Rabbit: Miúda, acredita, isso não é uma barriga. É uma central nuclear.
Vitinho: Vocês... não acham que... já chega? Já todos percebemos... o que queriam dizer.
Eki: Olha, o "pausas" está a defender a donzela.
Cavaquinho: Sejam tolerantes. Não há ninguém que não faça as suas necessidades.
Rabbit: Olha, olha! E a minha necessidade de respirar? Vai lá tu à casa de banho, se és assim tão tolerante. Aposto que até te emocionas.
Eki: Porquê? Ficaste emocionado?
Rabbit: Então não! Até me vieram as lágrimas aos olhos. Ah! Ah! Ah!
Tó Zé: Dassss! Que pibete! Já num vasta a falta da luz, agora ainda nos querem sufocar.
Angélica: Desculpem! (chora) Eu não fiz por mal.

Angélica sai do quarto a chorar e refugia-se na cozinha. Vitinho segue-a.

Vitinho: Não fiques assim... por causa daqueles... parvalhões.
Angélica: Isto já passa. Obrigado por me defenderes.
Vitinho: Eles estavam a abusar. Então... ias fazer a depilação?
Angélica: Sim. Mas às escuras é complicado.
Vitinho: Acho que... não o devias fazer.
Angélica: Pois, foi o que eu pensei. Ainda me podia cortar.
Vitinho: Não é isso. Acho... que não devias rapar as pernas. Na verdade... acho até muito sexy... uma mulher peluda.
Angélica: A sério? Deves ser um dos poucos.
Vitinho: Pois. Isto deve ser...trauma de infância. Quando eu era criança... vivia numa barraca ainda mais pequena do que esta. Éramos seis pessoas..., eu,... os meus pais,... os meus dois irmãos,... e o meu tio. Ele era... irmão do meu pai e devido à falta de espaço... tínhamos que partilhar a cama.
Angélica: Coitadinho.
Vitinho: Bem,... de Inverno até não era mau. Mas... no Verão... ele tinha tantos pelos no peito... que fazia um calor insuportável.
Angélica: Que desagradável.
Vitinho: Pois,... mas deve ser por isso... que hoje gosto tanto... de mulheres com pelos. Faz-me lembrar... a minha infância. A minha mãe... gostava muito dele. Ajudava-a sempre... a mudar as lâmpadas...lá em casa. Foi à conta disso... que morreu.
Angélica: Coitado. Apanhou algum choque, não?
Vitinho: Não. Apanhou... um tiro nos cornos. O meu pai... chegou um dia a casa e... encontrou o meu tio... a mudar a lâmpada do candeeiro da mesa de cabeceira. Pelo menos... penso que foi isso. A minha mãe... estava agarrada ao...candeeiro. Só nunca entendi... o que é que o meu tio...estava a fazer todo despido em cima dela.
Angélica: Coitadinho. Tiveste uma infância difícil. Mas agora já passou. És um homem e não mais aquele menino assustado e confuso.
Vitinho: Pois. Oh! Angélica,...vou só fazer uma pergunta... mas não me leves a mal. Tu... deste um pum?
Angélica: Desculpa. Foi sem querer.
Vitinho: É... pois. Até manhã...
 

E esta foi a emissão de hoje. É com muita pena nossa que informamos que hoje não podemos chamar ninguém a confessionário. Parece que além da falta de luz, o temporal inundou a Barraca. Esperamos que amanhã já possamos retomar a emissão. Desejo a todos uma boa noite.



sábado, 20 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Quarta Gala


Boa noite, boa noite a todos. Bem vindos a mais uma Barraca dos Segredos. Como devem ter percebido, ontem algo correu mal e por isso não houve programa. Pois é, foi com muita pena nossa que não podemos fazer a transmissão do programa mais famoso da TV. O motivo foi alheio à nossa vontade. É que devido ao mau tempo que se tem vindo a sentir, ficaram sem luz na barraca. E ao que parece na pior altura. Estava a festa a aquecer e pimba! Luz apagada. Mas como somos muito precavidos, bastou-nos ir à barraca nº 47 da dona Arminda, que gentilmente, que é o mesmo que dizer depois de lhe pagarmos uma certa quantia (50 euros), nos emprestou a câmara de filmar do filho. Conclusão: não perdemos pitada do que se passou durante o apagão. Vejamos então as cenas depois, claro está, de revermos o nosso plasma com os segredos desvendados e por desvendar.

- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

Foram todos chamados para a sala pela Voz.
Voz: Esta é a Voz. Duas concorrentes foram seleccionadas para fazer um concurso de streptease. São elas a Sãozinha e a Angélica. Podem dirigir-se ao centro da sala e começar uma de cada vez. A Sãozinha será a primeira a ser avaliada.
Tó Zé: Agora é que isto bai aquecer! Uh!Uh!
Sãozinha: Ai, Voz! Eu não posso fazer isso. Seria um pecado, aos olhos do Senhor.
Voz: Relembro que esta prova vale 5000 euros quando superada.
Sãozinha: Bem, já passa da meia noite e o Senhor já deve ter ido dormir. Além disso, se ele me fez com este corpo esbelto e saudável, seria um desperdício não mostrar a sua obra ao público.
Tó Zé: Mostra, mostra! Que o que é vom é pra se ber!

(Atenção: o que se vai passar a seguir deve ser interpretado pelo leitor, como se de um relato futebolistico se tratasse.)

E a música começa. Sãozinha avança com passo decidido para o centro da sala. Lá vai ela, balançando as ancas. Chuta um sapato para a esquerda e outro para a direita. O público está ao rubro. Tó Zé ajeita-se no sofá com os olhos arregalados. Angélica observa a concorrência com o intuito de aprender umas coisas. Sãozinha continua decidida. Aí vai ela. Desaperta a blusa de uma virada só. O público, à excepção de PêPê, vibra com a performance de Sãozinha. Agora vira-se de costas. Será que vai marcar de bicicleta? Não, vai tirar a saia. Assim, assim, bem devagar. E o jogo está morno. Mas Sãozinha contra-ataca e finalmente está no meio campo isolada e em langerie. Aí vai ela, está quase. tira uma alça do soutien. Tira a outra alça do soutien. E está quase, está quase. É agora e vai ser golo, vai ser golo, gol...

Tó Zé: Dasss! O que é esta merda? Então agora falta a luz?!
PêPê: Ufa!
Angélica: Olha! Ficamos às escuras. O que será que se passou? Será que é jogada?
Eki: Quais jogada, quais quê! Não pagaram a conta da barraca, foi o que foi.

Uma porta abre-se e de lá sai um feixe de luz.

Voz: Esta é a Voz.
Todos em coro: Quem?
Voz: É a voz, porra. Pessoal, tá tudo bem. Como tá mau tempo o poste de alta tenção caiu e a puxada que fizemos para a barraca ficou danificada, mas já estamos a tratar de tudo.
Angélica: Mas desse lado há luz.
Voz: Daaahhh! É uma lanterna. Já tamos em cima do acontecimento. Aguentem só mais um bocadinho.
Tó Zé: Oh! Sãozinha. Bem prà qui que tá frio.
Sãozinha: Podes crer. Mas não te ponhas a mirar, ouviste?
Tó Zé: Mirar o quê? Tá escuro como vreu. Anda lá, deixa-te de coisas.
PêPê: Credo, cheguem-se para lá. Isto já tá a ficar apertado.
Tó Zé: Apertado é que é vom. Chega-te mais, Sãozinha.
Sãozinha: Aaaii! Que é isto?
Tó Zé: É  a minha mão. Já que não bejo, apalpo.
Sãozinha: Tá quieto! Ai, valha-me Deus.
Eki: Opá, não chames mais esse, se não não cabemos todos no sofá.
Tó Zé: Isso, faz-me cafoné que eu gosto.
Sãozinha: Mas eu não estou a fazer nada.
Tó Zé: Dassss! Então quem foi?

A luz volta e a cena é a seguinte:
Eki todo encolhido na ponta do sofá, Rabbit agarrado aos pés de Sãozinha, Sãozinha deitada em cima de Tó Zé, que por sua vez tem a cabeça no colo de PêPê.

Tó Zé: Dasss! Chega-te pra lá! Tás-me a estranhar, ou quê?
PêPê: Mas eu não fiz nada!
Voz: Esta é a voz. Podemos dar por concluída a prova de Sãozinha. 5000 euros vão ser depositados na sua conta.
Sãozinha: Boa! Oh! Voz, esse dinheiro é livre de impostos, não é?
Voz: Esta é a Voz e não a Santa Casa de Mesericórdia. Deste valor serão retirados o IVA a 23%, a taxa suplementar de 4% e 18% para o IRS. Angélica pode preparar-se para começar a sua prova.

(Lembrem-se, como se fosse um relato de futebol.)

Angélica avança para o centro da sala. O publico desperta para assistir à segunda parte do espectáculo. Angélica passa as mãos pelo corpo em tom de provocação. Aí vai ela, decidida. Tira a t-shirt. Faz rodopiá-la no ar e atira-a para longe. Aí está, com estilo. Encosta-se à parede. Rebola para a esquerda. Agora para a direita. E apoia o pé no braço do sofá subindo a saia até à virilha. Agora é que é. O público vibra de emoção (à excepção de PêPê, que boceja e lima as unhas). Começa a descer as colants devagar. Aí está, aí está. E começa a ver-se, começa a ver-se... pelos? Pelos senhores espectadores. Montes de pelos. Atrevo-me até a dizer que esta moça nunca usou uma gilete, cera ou até mesmo um cortador de relva. Impressionante.

Tó Zé: Dasss! O que é aquilo, meu? A gaja parece um gajo.
Rabbit: Foge! Parece que se esbarrou no peito do Tony Ramos. Fogo!
Tó Zé: Dasss! A luz nunca falta quando é preciso. Oh! Boz! Apaga a luz, carago!

E foi assim que tudo aconteceu. Talvez tenha escapado aos espectadores menos atentos o facto de Rabbit estar a mexer nos pés de Sãozinha e quase que a meter na boca o dedo grande da moça. Pois é, penso que isto deve ter algo a ver com o seu segredo e por isso vamos já falar com ele. Ora, liguemos-nos ao conficionário.

Teza: Olá, Rabbit. Tá bonzinho?
Rabbit: Olá, Teza. Está tudo bem.
Teza: Olhe, estivemos agora mesmo a ver as cenas possiveis do que aconteceu no dia do apagão. Lembra-se?
Rabbit: Claro que me lembro. O naco da Sãozinha fez um streptease. Se não fosse a Angélica a estragar a festa, tinha sido memorável.
Teza: Já vi que não gosta de mulheres peludas. Mas, conte-me tudo, gosta muito de pés, não gosta?
Rabbit: É verdade Teza, confesso. É um fetiche como outro qualquer.
Teza: Pois, talvez. Mas como foi que ficou fã de pés. Com certeza não nasceu com esta fixação.
Rabbit: Isto é um assunto muito delicado para mim, mas vou contar. Eu quando andava na escola fui vitima de bulling. Apanhavam-me na escola e batiam-me e gozavam comigo. Foram tempos muito dificeis. O que é certo é que de tanto me darem pontapés na boca,  fiquei fascinado por eles. Sei que é um disturbio, e andei em psicologos e tudo, mas não consigo evitar. Sempre que vejo um pé bonito, dou por mim a levá-lo à boca.
Teza: Coitado. Deve ter sofrido muito.
Rabbit: Sofri e ainda sofro. Fiquei com traumas idênticos aos combatentes do Ultramar. Tenho pesadelos, suores frios, sensações de pânico. Ultimamente ando com a sensação de que a minha vida corre risco constante.
Teza: E existe um motivo real para isso?
Rabbit: Penso que não. Eu até ando muito calado com os jornalistas e tudo. Sempre que me fazem perguntas, evito responder ou adío para outro dia. Mas pelo sim, pelo não, já me rodeei de seguranças. E daqueles poderosos que não se importam de dar umas chapadas nas câmaras de televisão.
Teza: Espero que não o tenha trazido consigo, que o material jornalistico está pela hora da morte. E existe mais alguma coisa que faça despoletar esses sentimentos reprimidos?
Rabbit: Existe uma em particular que me tem custado muito a resolver. Sempre que alguém me chama de piegas, vou aos arames. Sabe que esta foi a alcunha que me deram na escola. E sempre que me chamam isso, passo de coelho a urso e parto tudo à minha volta.
Teza: Nada que umas boas décadas de terapia não resolvam. Bem, temos de ficar por aqui que a minha vida não é isto. Obrigado por nos terem aturado e boa noite.

Bibliografia: http://ninhodotaralhao.blogspot.pt/





quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Terceira Gala

Olá, boa noite e bem vindos a mais uma fantástica gala da Barraca dos Segredos. Ai, credo! Fantástica gala soa mesmo mal. Adiante. Parece que encontramos um verdadeiro galã de novela dentro da Barraca. O nome dele é um pouco estranho, mas a sua vida foi sempre recheada de aventuras. Pois é. Parece que o Eki Valências é um verdadeiro Dom Ruan e a Angélica (nome artístico) ficou caidinha pelos relatos dos tempos de feirante do moço. Antes de passarmos às imagens, dêem uma espreitadela pelo plasma para relembrarem os segredos da Barraca. Ou, não. Como queiram.

- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.

- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

Junto do tanque, (foi o que se pode arranjar para substituir a piscina) Eki Valências e Angélica, conversam animadamente.
Eki: Pois é miúda, Aquilo no tempo de verão era brutal. Vinha pessoal de toda a parte e nós ali, à espera dos fregueses. Bem, eu era mais à espera das freguesas. Era cada febra!
Angélica: Gosto tanto de febras. Daquelas com corato e a escorrer gordura.
Eki: Uma boa febra me saíste tu. Se tivesses passado lá na feira deixava-te montá-lo de graça.
Angélica: Montar o quê, seu safado?
Eki: Calma, boneca. Montar no cavalo do carrocel.
Angélica: Aaaaii! Adoro carroceis. Sempre gostei de andar às voltas, ouvindo musica pimba em altos berros.
Eki: Se andasses no meu, quem berrava eras tu.
Angélica: Não sejas atrevido se não ainda te mando fuzilar.
Eki: Credo, miúda, és mesmo agressiva. É o que mais gosto numa garina.
Angélica: Então devemos estar certos um para o outro, pois eu gosto mesmo é de submissos e de minorias.
Eki: Esses não conheço, mas lá na feira costumava ver os concertos dos Xutos e do Quim Barreiros.
Angélica: Bolas! Gostas mesmo de feiras. Só sabes falar nisso? Conta lá como foi a tua primeira experiência com uma miúda. Aposto que foi na feira.
Eki: Bem, na verdade conheci-a na feira, mas beijei-a pela primeira vez na casa dela que era a uns metros de distancia. Bem, não foi bem a ela que beijei, mas...
Angélica: Já não estou a entender nada. Beijaste-a ou não?
Eki: Bem, sim e não. Isto foi assim: ela indicou-me onde era a casa e apontou para a janela do quarto dela. Ficou combinado que nessa noite eu entraria pela janela sem os pais dela saberem. Quando voltei, já no escuro da noite, e tocado por umas jecas que tinha tomado, enganei-me na janela e dei por mim a beijar a cota do quarto ao lado, que por sinal era a avó da miúda. Se pensarmos bem, por equivalência familiar, dei-lhe um beijo, mas como se ela tivesse mais setenta anos.
Angélica: Não percebi muito bem, mas ok. E foi só um beijo?
Eki: Não. Foi um beijo seguido de uma queda de dois metros de altura. Mandei-me da janela a baixo com o susto dos gritos da velha. E tu? Como foi o teu primeiro beijo?
Angélica: Foi há tanto tempo. Ela era loira e alta como uma gazela.
Eki: Loira e alta? Foi com uma gaja?
Angélica: Ahh! Eu disse loira e alta? Que estúpida! Loiro e alto. Foi o que quis dizer. Mas já lá vai muito tempo. E assim, coisas mais picantes? Não queres contar como foi a tua primeira vez?
Eki: Ok, mas depois contas tu.
Angélica: Tá combinado.
Eki: Cada vez que penso nisso fico todo arrepiado. Ela tinha um corpo escultural e a boca mais sensual que já vi. Estava vestida com aqueles uniformes escolares de saia às pregas muito curtinha. Começou a tirar a camisa devagar. E eu ali, todo excitado a ver aquilo. Virou-se de costas a despir as cuecas e eu a ficar maluco da cabeça. Esfregava-se toda e gemia ao mesmo tempo que comia uma banana da maneira mais sensual do mundo. Aquilo estava a deixar-me louco.
Angélica: E depois, e depois!
Eki: Depois...bem, depois a minha cota entrou no quarto e apagou a televisão. Deu-me um tareão por me apanhar a ver aqueles filmes porcos.
Angélica: Então mas estavas sozinho a ver um filme porno?
Eki: Sim, mas por equivalência foi como se fosse a minha primeira vez.
Angélica: Olha, vai-te lixar mais à conversa.
Eki: Angelina, Angelina! Olha, foi-se embora. Anda cá! Agora é a tua vez de contar.

E foi assim que ficamos a saber mais sobre a vida de feirante do nosso amigo Eki Valências. O segredo ainda não foi desvendado, mas podemos nós perceber qual é. Pois quem fala tanto de feiras só pode ter algo a ver com as mesmas. Eki já está à espera no confecionário. Vamos lá então estabelecer ligação com a Barraca.
Teza: Olá, Eki. Está bonzinho?
Eki: Olá, Teza. Estou bem e a Teza?
Teza: Eu estou encalorada com as imagens que vi onde o apanhamos em confidências com a Angelina. Então o Eki é um pouco assanhado com as miúdas, não é?
Eki: Eu? Porque é que diz isso, Teza?
Teza: Ora, ora. Porque eu vi e todos os portugueses também. As suas confissões à beira do tanque não deixam margens para duvida.
Eki: Pois, fiquei um pouco desiludido porque eu contei intimidades minhas e ela não contou nada como tinha prometido. Até parece que pertence à politica. Promete, promete e nada.
Teza: Pois foi, mas não fique triste. Vai ver que quando menos esperar ela vai-se abrir para si. 
Eki: Pois, Teza, acho que isso ela já fez. É que o jantar foi feijoada e ela estava mesmo sentada ao meu lado...
Teza: Bem...isso agora não interessa nada. Conte-me lá mais coisas sobre a feira. Parece que o seu segredo tem a ver com a sua vida de feirante. Como foi que começou a trabalhar nas feiras?
Eki: Bem, Teza, isto foi assim: a minha mãe fugiu do meu pai e casou com um feirante. Levou-me com ela, claro está. Nunca me abandonou. Assim, como aquele passou a ser o gajo que dormia com ela e nos pagava as contas, por equivalência, passou a ser o meu pai. Mas ele tava sempre a implicar comigo, a dizer que aquilo não era nenhuma pensão, que eu não queria vergar a mola, etc. Vai daí, quis tirar a carta, mas o cota não me dava guito. Até que consegui tirá-la na feira de São Mateus.
Teza: Mas espere lá. A feira de São Mateus também tem escolas de condução?
Eki: Não, Teza, mas tem carrinhos de choque e eu sou craque a conduzir aquilo. Eu sou o Ronaldo dos carrinhos de choque.
Teza: Bem, não estou a perceber a relação...
Eki: Bem na verdade eu não tirei a carta de condução, mas como andei dias a fio nos carrinhos de choque, foi-me dada a equivalência que me permite conduzir todo o tipo de veiculo ligeiros. Antes de vir para  a Barraca dos Segredos, andava a treinar na barca do inferno para tirar o brevê de avioneta, mas tive que adiar esse projecto.
Teza: Compreendo. Bem, vejo que tem tido uma vida recheada de aventuras e que por equivalência qualquer dia ainda chega a primeiro ministro. Deus nos livre! Volte lá para junto dos seus companheiros de Barraca e faça as pazes com  a Angélica, vá lá.
Eki: Acho que vou adiar isso para amanhã. Depois do jantar e da maneira como ela enfardou, é mais seguro assim. O quarto até deve parecer uma câmara de gás.

Bibliografia: http://jumento.blogspot.pt/2012/07/umas-no-cravo-e-outras-na-ferradura_11.html

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Segunda Gala

Olá! Então, estão todos bonzinhos? Pois cá estamos nós para a segunda gala do programa mais visto da televisão portuguesa. As audiências não mentem e o tempo de intervalo também não, visto que dá tempo para sair de casa e ir beber um cafézinho enquanto não começa a segunda parte da Barraca dos Segredos. Mas se não pode esperar pelo intervalo, vá agora mesmo fazer um chichizinho enquanto repetimos pela tregézima quinta vez os segredos da Barraca. Lembrem-se que os segredos a azul são os que já foram revelados. Assim sendo, vamos olhar para o plasma.


- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

E agora que já relembramos os segredos e que a maioria dos portugueses mudaram de canal ou foram aliviar a bexiga, vamos falar um pouco da confusão que se instalou na Barraca esta semana. E foi cá uma confusão que quase que deu estalada. Até houve quem saísse a chorar como uma criança. Tudo, imagine-se, por causa do verbo viver. Ou será "biber"? Bem, isso agora não interessa nada. Nada melhor do que revermos as imagens que valem mais do que a conjugação de mil verbos.

O telefone toca na Barraca dos Segredos. Quem poderia ser se não a melga da voz. O Tó Zé apressa-se para atender.
Tó Zé: Taou!
Voz: Esta é a voz. Conjugue o verbo viver no Presente.
Tó Zé: Atão, isso é fácil, Boz. Eu bibo, tu bibes, ele bibe, nós bibemos, bós bibeis, eles bibem.
Voz: ...A resposta está... errada.
Tó Zé: Errada? Cumo errada?
Voz: A resposta certa seria: eu vivo, tu vives, ele vive, nós vivemos, vós viveis, eles vivem.
Tó Zé: Oh! Boz, mas foi isso que eu disse, eu bibo, com b de bitória.
Voz: Esta é a Voz e não a Boz. Será penalizado. Da sua conta será retirado o subsidio de reinserção social.
Tó Zé: Dasss! Oh! Boz, tu sabes quantas horas é que a minha belha passou na Segurança Social, a vater couro à assistente para conseguir o guito? E agora como é que eu pago a gasosa para lebar a garina a dar umas boltas? Sim porque o chaço não anda a água.
Cavaquinho: Oh, To Zé, olha que a Voz tem razão. Viver é com v e não com b.
Tó Zé: Olha-me este, a dar uma de presidente! Oube lá, oh sopinha de massa, quem és tu para me ensinar? Tu, que quando falas até parece que te queimaste na língua. Bai mas é aprender a falar antes de quereres dar lições aos outros.
Cavaquinho: Também não precisas de ser desagradável. Devias ter vergonha de apontar o dedo às limitações dos outros.
Tó Zé: Limitações? Limitações? Tu debes ter lebado foi um pontapé na fronha quando eras nobo. Ficaste com a fala esquisita e parece que tens cainbras nas gengibas. Mesmo quando falas a sério parece que te estás sempre a rir.
Cavaquinho: Não estás a ser justo.
Tó Zé: Eu não me chamo Justo, chamo-me Tó Zé e põe-te já mas é no piiiiiiiiiii, antes que o piiiiiiiiii se ponha em ti, oubiste oh! seu burcom.

Cavaquinho retira-se da sala lavado em lágrimas. Tomado pela emoção, conta o seu segredo a Cátia Vanessa.

Cátia: Então, não fiques assim. Aquele Tó Zé é um bruta montes. Passa a vida a falar mal de toda a gente e não faz nada de útil pela sociedade.
Cavaquinho: Não somos muito diferentes um do outro. Eu também falo muito, mas não faço nada. Ele vive à custa do estado através de subsídios e eu vivo à custa do estado e de outras empresas onde fui buscar as minhas reformas. Ele  troca os vês pelos bês e eu troco o discurso como me convém. A única diferença que podia existir entre nós era o facto de eu não ter com que me revoltar. A vida, que é como quem diz, os contribuintes, deu-me de tudo um pouco. Até ao dia que ela apareceu na minha vida. Foi como a canção do Zé Cabra: " Deixei tudo por ela, deixei, deixei..."
Cátia: Não me digas que arranjaste uma amante?
Cavaquinho: Pior. Foi ela que me encontrou a mim.
Cátia: Pois, essas vadias andam sempre à espreita...
Cavaquinho: Quais vadias? Estou a falar de crise, mulher! Essa maldita que me vez ficar na penúria. Vê tu bem, que a minha reforma nem me chega para as despesas. Dei por mim a fazer biscates de jardinagem para me safar. Mas como tenho problemas de coluna que não me permitem dobrar a espinha, e tenho um braço mais curto que o outro, depressa tive que largar esse part-time e dedicar-me a ficar em casa de braços cruzados, evitando assim gastar energia. Olha que até já passei fome.
Cátia: Não te deixes abater. Pode ser que te safes aqui e que ganhes uns trocos.
Cavaquinho: Deus te ouça. Se não for isso, só me resta seguir os conselhos do Coelho e emigrar.

E agora está na hora de ouvirmos mais sobre o segredo de Cavaquinho. Ele já se encontra no conficionário à nossa espera.
Teza: Olá, Cavaquinho.
Cavaquinho: Olá, Teza.
Teza: Então, conte-me tudo. Parece que a Cátia Vanessa conseguiu apanhá-lo desprevenido e sacou-lhe o segredo.
Cavaquinho: Pois foi, Teza. Nem sei como aconteceu. Foi tudo tão rápido que até parecia o meu discurso no 5 de Outubro. Nesse dia foi tudo tão às pressas que até a bandeira foi hasteada ao contrário.
Teza: Mas olhe que as más linguas dizem que esse incidente foi propositado e que a bandeira ao contrario simboliza rendição. Será que se sente rendido aos encantos desta crise?
Cavaquinho: Nada disso, Teza. Enquanto houver dinheiro para as reformas eu nunca me renderei. Aquilo foi pura distracção. Ainda pensei em parar com as comemorações e colocar a bandeira correctamente, mas fui informado de que o pessoal do catering estava a ser pago à hora e tinha que despachar aquilo para irmos almoçar. A vida de presidente não é tão fácil como as pessoas pensam. Há que tomar decisões importantes para o desenvolvimento do país, em cima da hora.
Teza: E conte-nos lá! É verdade que devido a esta crise chegou a passar fome?
Cavaquinho: Bem, penso que o que senti foi mais o que se pode traduzir por um "ratinho" no estômago. Tivemos que reduzir o pessoal devido à falta de liquidez e em vez de termos governanta, passamos a ter uma mulher a dias que só ia lá a casa duas vezes por semana. Num dos dias em que não estava, senti alguma fome à hora do lanche. Mas nem eu nem a Maria sabíamos onde estavam as bolachas de água e sal e o chá. Como deve compreender não era uma função habitualmente desempenhada por nós.
Teza: Claro, claro. E qual foi para si o pior momento desta crise?
Cavaquinho: Bem, na verdade foram dois. O primeiro, quando tivemos que meter os presépios da Maria no prego. Se as coisas não melhorarem rapidamente, temo que não os consiga recuperar. O segundo pior momento foi quando tive que desistir da terapia da fala. Há-de reparar que me repito muito nos discursos que faço à nação. Isto acontece porque foram as frases que decorei durante o tempo de terapia. Tudo o resto soa péssimamente e sem nexo. Como diz a Teza, não interessa nada.
Teza: Bem, mas agora já está mais calmo, depois da discussão acesa que teve com o Tó Zé e tenho a certeza que os portugueses vão ser sábios ao decidir se fica ou se sai da Barraca. Pode voltar para junto dos seus companheiros.
Cavaquinho: Posso mandar beijinhos?
Teza: Ai, ai, ai! Isso não estava no programa. Mas vá lá, só um.
Cavaquinho: Bem então vou mandar um beijinho muito especial a um amigo que está emigrado em França e que deve estar a comer uns bons duns croissants. Um abraço, amigo. Tu é que foste esperto. Tivesse eu a tua astucia e estaria numa esplanada de Paris a viver à grande. 

Bibliografia: http://jumento.blogspot.pt/2012/01/cavaco-anda-no-papel.html

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Primeira gala

Bem vindos à primeira gala da Barraca dos Segredos. Começamos antes demais por vos relembrar os segredos dos participantes desta 35ª edição do programa, que dá que falar em Portugal continental e ilhas. Vamos então olhar para o plasma e rever todos os segredos.
- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.
Relembro que todos ou quase todos os segredos estão por desvendar nesta barraca que promete grandes emoções. Pois é, o amor anda no ar, como podemos confirmar através das imagens de um certo casal que se enrolou debaixo dos cobertores logo na segunda noite na barraca. Parece que o PêPê não resistiu aos encantos da Sãozinha, que embora muito devota a Deus, gosta de umas brincadeiras tipo quarto escuro. Mas será que foi a faisca da paixão, ou foi apenas um meio para chegar ao fim com uma boa maquia de dinheiro no bolso? É que depois de uma noite de beijinhos e abraços debaixo do cobertor, Sãozinha ficou convencida de que descobrira o segredo de Pêpê. Vamos então ver as imagens.

PêPê e Sãozinha encontram-se a sós enrolados no sofá.
Sãozinha: Diz qualquer coisa.
PêPê: Que queres que te diga?
Sãozinha: Sei lá, diz-me algo bonito. A primeira coisa que te veio à cabeça quando olhaste para mim.
PêPê: Os teus olhos fazem-me lembrar o mar.
Sãozinha: Porquê? Transmitem paz?
PêPê: Não, enjoam-me. Na verdade só estou a fazer jogo. A coligação vai de mal a pior e seria muito ingénuo da minha parte pensar que alguém votaria em mim para futuro primeiro ministro.Se sair daqui com algum já me safo durante mais uns meses.
Sãozinha: Não sejas mau. Não me digas que não te sentes nem um pouco atraído por mim?
PêPê: É difícil sentir atracção por alguém que passa a vida a rezar para que chova e depois a rezar para que pare de chover. Porque raio é que não te decides? Afinal queres que chova ou que faça sol?
Sãozinha: Depende.
PêPê: Depende de quê?
Sãozinha: Depende do raio dos agricultores. Se chove, as cheias estragam as culturas, se faz sol as secas queimam tudo. Nunca estão contentes. E depois lá tenho eu que desencantar dinheiro para pagar subsídios. O que vale é que a maior parte deles não tem seguros e lá me vou safando. Mas mudando de assunto: Não pude deixar de te ouvir a fazer uns sons estranhos durante a noite. O que estavas a fazer?
PêPê: Eu? Sons estranhos? Não sei do que estás a falar...
Sãozinha: Vá lá, não sejas tímido. Estavas a brincar com ele, não estavas?
PêPê: Como é que descobriste? Fui assim tão óbvio?
Sãozinha: Embora seja beata de igreja, não sou parva de todo. Sei reconhecer um som de prazer. Mas a partir de hoje já não precisas de brincar sozinho. Eu brinco contigo sempre que quiseres.
PêPê: Não acho que seja boa ideia. Existem poucas pessoas a quem o tenha mostrado. É uma coisa muito pessoal.
Sãozinha: Ora, não sejas tímido. Prometo que não conto a ninguém. O que é isto que está encostado à minha perna? Que coisa tão rija. E está tão gelado, credo. Queres que o aqueça?
PêPê: Não mexas. não mexas. Ainda o estragas.
Sãozinha: Anda lá, deixa de ser assim. Eu prometo que sou meiguinha.
Pêpê: Não, já te disse que não podes brincar com ele. Larga-me! Baixa a crista, Sãozinha, se não ainda me paço da cabeça.
Sãozinha: Olha-me este! Deves ter a mania que és a ultima bolacha do pacote, não? Vai-te embora, se queres. Não sabes o que perdes. Só peço a Deus que te caia um raio em cima. Mariconço!

Sem perder tempo, no dia seguinte Sãozinha pensa que descobriu o segredo de PêPê e pede para o revelar em publico.
Sãozinha: Bem, eu penso que o segredo do PêPê é que ele brinca com o material antes de adormecer.
Voz: Esta é a voz! Especifique material.
Sãozinha: Oh! Voz, então. Material, mala, pipi, pilinha...
Voz: Esta é a voz, outra vez. O segredo de PêPê foi parcialmente descoberto. Ele brinca com um objecto antes de dormir, mas não é com a mala, nem com o pipi, nem com a pilinha. Assim sendo, serão depositados na sua conta apenas metade do prémio: um ordenado mínimo, com descontos feitos sobre o novo orçamento de estado para 2013.
Sãozinha: Que grande merda, isso nem chega a 400 euros. Bem, sempre é melhor que nada.

Depois destas imagens quentes está na hora de chamar o PêPê ao conficionário.
Teza: Olá, PêPê. Então, parece que o seu segredo foi parcialmente revelado.
PêPê: Olá, Teza. Pois foi, aquela mosca morta da Cristas parece que afinal de morta não tem nada.
Teza: Mas enganou-me bem, quando lhe disse que os olhos dela lhe faziam lembrar o mar, pensei que estava caidinho por ela. Mas, não. Conte-me lá, então. O mar enjoa-o?
PêPê: Desde pequeno que tenho um grande fascinio pelo mar, mas sempre tive medo das alforrecas e fico enjoado sempre que ando de barco.
Teza: E tudo isto nos leva ao seu segredo. Conte-nos lá qual é na verdade o seu segredo. Os portugueses estão com certeza em pulgas para saber qual o objecto com que brinca antes de dormir.
PêPê: Bem o meu segredo é que todas as noites antes de me deitar brinco com o meu... submarino miniatura. Como adoro o mar, mas enjoo a andar de barco, sempre sonhei em ter um submarino. Durante algum tempo foi impensável, visto serem muito caros, mas assim que fui eleito ministro da defesa, não exitei e comprei logo dois. No caso de um afundar, tinha outro, percebe.
Teza: Percebo, pois. E tudo isso com o dinheiro dos comtribuintes, não foi.
PêPê: Pois, só podia comprar aquelas grandes máquinas assim. Com certeza não ía pagar do meu bolso. Mas nem tudo foram rosas, porque logo a seguir veio a crise e fiquei sem dinheiro para o combustivel. De maneira que tive que emprovisar e comprar este, que paço a mostrar, em miniatura. Todas as noites não consigo pregar olho antes de brincar um pouco com ele.
Teza: Bem, PêPê, eu penso como todos os telespectadores devem estar a pensar, porque é que o PêPê não vai antes brincar com o piiiiiiiiiiiiiiii? Mas isso agora, não interessa nada. Volte lá para junto dos seus companheiros e cuidado com as brincadeiras. Olhe que com o país a ir ao fundo desta maneira, nem uma frota de submarinos nos salva.
Bem, amanhã há mais segredos para revelar na Barraca dos Segredos. Com certeza não vão querer perder pitada.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Relaxar - Preguiça ou hobby?

 Há muito que penso que o ser humano de um modo geral deixou de ser um animal racional para se tornar num mero robot. A azafama diária compromete coisas tão simples como o prazer de ouvir boa música, apreciar uma bela refeição ou simplesmente relaxar uns minutos em puro silêncio. E mesmo quando encontramos tempo para estarmos calmamente em sossego, parece que desaprendemos de apreciar a paz do momento. A cabeça não consegue desligar dos problemas e dos afazeres diários. Às vezes até parece que o nosso cérebro é uma agenda electrónica cheia de compromissos e de lembretes que, às mãos do cansaço, por vezes se apagam da memória. Sei que é assim há muito tempo e se não tivermos cuidado, a situação tem sempre tendência para piorar. Tudo isto se tornou mais evidente para mim por estes dias, em que estive sem televisão. O silêncio era quase assustador, não fossem os gritos e discussões dos miúdos. Não entendi bem se as discussões se deviam em parte à falta de TV que distrai as mentes mais rebeldes e todas as outras. O que é certo é que este tempo sem a caixa mágica obrigou-me a olhar para a minha filha mais nova, com um olhar mais atento. Dei por mim a cantar canções infantis, a desenhar (mal, claro está!) animais de todos os tamanhos e feitios, a dar-mos gargalhadas juntas por tudo e por nada. Podíamos dizer que a grande vilã da história é a malfadada televisão, mas não é bem assim. Os principais culpados somos nós que nos escondemos atrás dos problemas, do cansaço, dos afazeres e dos aparelhos electrónicos, para negligenciarmos os outros e a nós próprios. Tudo tem que ter o seu tempo. E que tal fazer uns compartimentos imaginários e deixarmos no trabalho o que pertence ao trabalho, em casa o que pertence à casa e dedicarmo-nos, nem que por uns breves instantes, ao que nos dá prazer? Pode até parecer loucura, mas se hoje lhe apetecer chegar a casa, fazer uma refeição super rápida e recostar-se no sofá, desligando do mundo, faça-o. De certeza que amanhã se sentirá muito melhor e com as energias redobradas. Lembre-se, que o que é preguiça para os outros, pode ser um hobby para si.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Professores: Uma luta de todos

Por mais que tente perceber o que pretendem os senhores que estão no poder, não consigo. Para falar verdade, já desisti de tentar, limitando-me como muitos de vós a lamentar. Não percebo muito de politica e nem tento, mas entendo que este país está a tomar um rumo contrário ao pretendido, numa altura em que se exige competitividade e crescimento social e económico. Quando se faz a 45º avaliação e meia da troika e mais não sei quantos ensaios e orçamentos de Estado, ficamos sempre a saber o mesmo: há que cortar mais. E onde? Pois está-se mesmo a ver: no ensino, na saúde e na segurança. Com mais cortes assim, qualquer dia teremos uma população analfabeta, coxa e sem nada para roubar. Sem colocar em causa a importância da saúde e da segurança, vou debruçar-me sobre a educação. Uma das soluções encontradas pelo Governo para "poupar" foi a da criação de mega-agrupamentos. Os mega-agrupamentos consistem em agregações de escolas secundárias com escolas básicas e primárias que, através da análise de características geográficas, população escolar, recursos humanos e materiais disponíveis, pode gerar escolas com o numero absurdo de mais de 3000 alunos. Sem contar com a mistura de idades que existirá e que duvido que seja benéfica para os alunos, temos o incontornável factor do despedimento colectivo de milhares de professores. Como se já não bastasse o facto de todos os anos viverem na incerteza de uma colocação em escolas muitas vezes longe da sua área de residência, agora pelo menos têm uma certeza: o desemprego. Mas falando dos "felizardos" que conseguem uma colocação, nem assim se prevê um mar de rosas. É que pertencendo ao Mega-agrupamento de "cascos de rolha", o professor tem que se deslocar por várias escolas. pertencentes ao dito agrupamento para poder dar aulas. Pergunto eu: e essas deslocações, são pagas? E, pergunto eu novamente, que qualidade de ensino tem o meu filho, ao estudar numa escola com 30 alunos por turma, com filas de espera intermináveis para ir à casa de banho, almoçar no refeitório, ou comprar algo na papelaria? Que qualidade de ensino pode ter o meu filho, quando o professor deixar de o ver como um aluno e o passar a ver como um miúdo estúpido e mal comportado, tudo porque não suporta as condições de trabalho que tem? Todos nós sabemos que ninguém produz satisfatoriamente sem ter um ambiente de trabalho minimamente agradável e frutífero. E mais cedo ou mais tarde, quem vai pagar por isso é o mais fraco, ou seja, os alunos. Mas não nos podemos esquecer do essencial: não é por não sermos professores que devemos lavar as nossas mãos deste problema. Isto nunca deveria ser considerado uma luta de professores, mas sim de professores, encarregados de educação, associações de pais e todos aqueles que acreditam que o futuro está nas mãos das gerações vindouras. Não basta ouvirmos as noticias e agradecermos a Deus por não estarmos na pele de um professor. Temos que nos fazer ouvir e rejeitar esta politica de poupança que apenas nos tira os direitos e não nos dá nada em troca. De que vale aumentar o tempo de escolaridade obrigatória para 12 anos se não temos meio de ensinar com dignidade, se as famílias cada vez mais não conseguem fazer face às despesas com educação? Tudo isto é um ciclo vicioso que se vai perpetuando e mais cedo ou mais tarde, as escolas vão ser autênticos depósitos de jovens, forçados a estar ali, mas sem a mínima preparação para a vida. Os pais têm que trabalhar e por isso os miúdos têm que ficar mais tempo na escola, mas os professores faltam e os que não faltam pouco ou nada ensinam, pois não existem condições para tal. O tempo de qualidade das famílias cada vez se resume mais a um serão em frente ao televisor ou ao computador. Todos andamos cansados e desanimados, de braço dado com uma comunicação social que não tem nada para mostrar além de assassinatos, políticos corruptos, pedófilos e assaltos violentos. Mas mesmo assim, temos que fazer um esforço conjunto para que algo mude. Somos nós que pagamos os salários de quem está na Assembleia da Republica. Temos que ser nós a decidir que futuro queremos para os nossos filhos. Basta de cortes na educação, saúde e segurança. Basta de cortes onde não se pode cortar mais. Cortem nos ordenados chorudos e nos carros e casas de luxo. Cortem no numero de ministros, de secretárias e motoristas. Cortem nos cartões com plafons exorbitantes em "despesas de representação". Vendam o palácio de São Bento e todos os edifícios que apenas servem de fachada a um país que tem fome e precisa urgentemente de competir com o mundo de uma maneira mais saudável com vista a um desenvolvimento seguro. Cortem em tudo o que não for imprescindível, mas nunca no desenvolvimento intelectual de uma nação, sob pena de levarem essa mesma nação à extinção absoluta. 

Bibliografia: http://www.uni-vos.com/educacao14.html