Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Enfrento a vida com...




Encontro-me num circo de feras, atravessando a chuva dissolvente, conduzida pelo o homem do leme, sem rumo certo, mas sempre com a carga pronta e metida nos contentores. Esta ideia fixa de fazer sempre tudo à minha maneira, tem-me desgastado o passo e virado o mundo ao contrário. Queimando tempo, não consigo arranjar maneira de virar a sorte, para sempre. 
É verdade que não sou o único ser que esbraceja neste mundo louco, em busca de algo que me dê alento. Mas os gritos mudos que o meu coração solta, parecem não ser suficientes para domar esta vida malvada. O jogo do toca & foge tem os dados viciados. 
Há quem diga: "hás-de ver a luz ao fundo do túnel. Isso, continua". 
Conta-me Histórias! Já não acredito neste jogo do empurra. Prefiro aceitar as minhas falhas. Prefiro correr na direcção de lugar nenhum e dar um mergulho no mar. 
A teimosia pode guiar-me pela morte certa, mas prefiro definhar e morrer do que me render a gente de merda, povo descrente que se arrasta com medo de tentar a sorte e desafiar a vida. Aposto no jogo mórbido da moeda ao ar, enfrento dia após dia o medo que me consome as entranhas.
Aprendi entre um e outro pequeno pormenor, que a vida dá muitas voltas e que quando tudo corre  de mal a pior, é chegada a altura de jogar a carta certa. 
Não, o azar não é um mal menor, é a vida a pedir-te provas de que és guerreiro, de que está na hora de te levantares, sacudires a poeira e gritares: EU CÁ SOU BOM! 
Não vou desistir. Não agora. Algo me diz: "Sai prá rua e chuta essa sexta feira 13 que teima em instalar-se no teu calendário."
 Pois o que foi não volta a ser e um dia a sorte muda.
Faco-o por mim, faço-o por quem não esqueci. 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Os vampiros andam entre nós



Sabem aquele amigo ou conhecido chato e repetitivo, que vos consome a paciência, apenas por entrar na mesma sala onde estão? Quem não tem uma personagem destas por perto?
Mas que ninguém se iluda. Estas melgas não são sugadoras de sangue, mas sim de algo que também nos é vital: ENERGIA. Talvez por isso cheguemos a dizer que nos cansam. E literalmente é o que nos fazem. Esgotam-nos seja emocionalmente, seja animicamente, seja a paciência. 
Todos nós temos um pouco desse vampirismo.Todos nós produzimos desgaste em alguém, em maior ou menor proporção. E as armas que usamos, são tão abrangentes que, quando levadas a extremos, dão até para catalogar os vampiros energéticos.

Tipos de vampiros:

O coitadinho - Este é talvez o mais assustador de todos. Partilha as tristezas da sua vida vezes sem conta. Pessimista por natureza, sempre pronto a fazer saber que é a criatura mais infeliz do mundo, na esperança de captar as atenções através da compaixão dos outros. Por norma dá-se mal com o desprezo e arremessa com agressividade, insultando ou falando mal da vitima nas suas costas.

O comerciante - Por norma é alguém com algum poder económico. A sua arma é pagar copos a toda a gente ou tentar resolver a vida dos outros, muitas vezes, mesmo sem lhe terem pedido fosse o que fosse. O pior que lhe podem fazer é recusar um favor que ele peça. Na hora que este "amigo" vos faz um jeito, é como se tivessem assinado um contrato para a vida. A divida nunca mais será saldada.

O empata - Tem que estar sempre em cima do acontecimento, mesmo sem ser convidado para a conversa.
Destabiliza o ambiente, quase sempre com conversas sem nexo, mas que servem para sugar a atenção desejada. O seu passatempo preferido é arranjar assunto, por mais fora de contexto que seja, para se fazer notado. Brincar com a situação, não o levando muito a sério é o melhor para os dias bons. Num dia mau, há que ser directo e firme e enxotar a melga de vez.

O culto - Ninguém percebe nada melhor que este vampiro. Já fez tudo o que havia para fazer, conhece o  mundo inteiro e tem influências em todo o lado. A opinião dos outros é pouco relevante. Ao ser cortado, usa a postura de superioridade e gera conflitos sem fundamento. Deixá-lo a falar sozinho é uma opção.

O psicologo - Por norma estuda a presa antes de atacar. Escolhe a sua vitima e lê tudo, desde os gestos, á maneira de andar, vestir, falar. Depois, tenta por todos os meios adivinhar o que vai na cabeça do outro e baralhá-lo com afirmações nem sempre muito cordiais. A dica é entrar no jogo e baralhá-los ainda mais. A quem tudo quer saber, nada se deve dizer.

O copião - Não suporta o amigo, mas na verdade, falta-lhe a coragem de ser metade do que o outro é ou representa. A solução é mimar a vitima e por trás odiá-lo. Dissimulados, quando peritos na arte, podem causar grandes danos sem que a vitima se aperceba. Confiar desconfiando é o melhor remédio.

O apaixonado - A pessoa que elegem para lhes servir de refeição é a sua cara metade. Dão tudo a essa pessoa, empoleiram-na num pedestal. Só ao lado do outro se sentem alguém e por isso sufocam a vitima com atenções e mimos, temendo que esta lhes fuja. Podem tornar-se violentos quando o seu motivo de vida se cansa da perseguição cerrada. Os sinais de bajulação em demasia podem servir de alerta. Nunca perca de vista aquilo em que acredita e defende, em troca do seu próprio ego.

Existem com certeza mais tipos de vampiros energéticos. No entanto estes já são o suficiente para nos fazer pensar. Não que tenhamos de andar com uma estaca de madeira na mão, um colar de alhos ao pescoço ou um crucifixo no bolso, mas não faz mal nenhum analisar o mau estar que algumas pessoas nos causam e começar desde já a tomar a medicação.
Acima de tudo, o melhor repelente é sermos nós próprios e, ao analisar os diversos comportamentos, não permitir que o vírus se instale. 
E atenção: muitas vezes o que mais nos causa desconforto nos outros, é precisamente aquilo que temos que modificar em nós próprios. Não é à toa que os vampiros não se conseguem ver reflectidos nos espelhos. Ainda não aprenderam o que é sentir-se na pele do outro e o seu egocentrismo tolda-lhes a visão de uma maneira tal, que acreditam ser o motivo da terra girar.








sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

EXPECTATIVA: A morte certa

Uma das melhores formas de votar uma relação ao fracasso, é a expectativa. Seja ela de amizade, amorosa ou meramente profissional. Tendemos a criar expectativas nos outros, não fossemos nós espelhos uns dos outros. Falando concretamente das relações amorosas, tendemos a interessarmo-nos por alguém, primeiramente, porque essa pessoa reflete em nós algo que procuramos, precisamos ou que nos suscita o novo, o desconhecido. Toldamos o nosso juízo de valor, baseados nalguma coisa que nos fascina.
A armadilha está montada, tal como um novo brinquedo se apresenta a uma criança, numa qualquer montra ou anuncio de televisão.
Quando o que o outro espelha, se traduz numa coisa apetecível, na maioria das vezes, criamos de imediato a expectativa. Aquilo que nos atrai só pode ser a melhor coisa do mundo. Algo que mais ninguém tem e que até nos custa a querer que tenhamos encontrado e sejamos merecedores na nossa existência. 
A fraca auto estima é por vezes aliada deste sentimento de fascínio. Depressa passamos do desejo incontrolável de possuir a pessoa, para a parte em que damos a própria vida por ela. Erro certeiro.




Fazemos tudo aquilo que nunca faríamos por nós próprios, na expectativa de conquistar a atenção do outro. Por vezes isso leva-nos a exigirmos fidelização. Nada menos do que isso, prova o amor incondicional do outro.

Confundimos isso com o amor, quando na verdade se pode transformar numa verdadeira obsessão. Desejamos tão ardentemente fundirmo-nos com a outra pessoa, que nos esquecemos que a história começou com dois indivíduos e que sempre será assim. Duas pessoas, com necessidades compatíveis, com coisas em comum, mas sempre duas pessoas individuais, com os seus próprios pensamentos, ações e limitações.
Daí ao pesadelo, é um passo. O motivo do nosso amor passa a ser o motivo da nossa inquietação. A pessoa que julgamos certa, torna-se o objectivo mais difícil de alcançar. A cobrança começou. Como posso ter dado tanto a alguém que parece não enxergar o que recebe? Como posso ter sido tão burro ao ponto de ter-me entregado tanto? Depois de tudo o que eu fiz, como pode o outro ser tão frio e distante?
Simples resposta: porque deu com o propósito de receber algo em troca. Quando se dá seja o que for, sem intenções de retorno, apenas porque sim, quando se chega ao outro pelo caminho do carinho desinteressado, sem expectativas, atinge-se o limite máximo do amor: o amor incondicional. O mais comparável a esse estado, é o de um amor a um filho. Pois não importa o tamanho do retorno, mas sim o bem estar do alvo da nossa afeição. 
Será, por ventura, a unica e verdadeira maneira de amar. Não temos de aceitar tudo do outro, apenas aceitar o outro tal como ele é. Pois se voltarmos ao principio da história, fomos nós que elegemos essa pessoa como o que mais precisávamos naquele momento. Fomos nós que colocamos essa pessoa num pedestal, fomos nós que fizemos dela um Deus. No inicio de tudo, ela apenas se apresentou como um ser humano, com todos os seus defeitos e qualidades, com todos os seus dias bons e menos bons.
Quem nos faz sentir nós próprios, é com certeza a pessoa indicada para nos acompanhar na caminhada. Mas ela não faz disso o nosso caminho.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

E se...


E se nada fosse como parece?

E se tudo o que parece, fosse filme, fantasia, ilusão óptica?
E se a vida de hoje fosse apenas uma realidade paralela?
E se do outro lado do espelho
A tristeza fosse fogo de artificio
A doença, um tropeção na calçada
As lágrimas, um chuvisco de Primavera
A falta de amor, um Domingo aborrecido
A saudade, uma constipação
O medo, uma volta no comboio fantasma
A descrença, uma distração
A fome, um ratinho no estomago
E se... e se acordasses e percebesses que afinal, a tua vida não é esta.
Apenas te encontras do outro lado do espelho
Refletindo os teus mais íntimos desejos
Que alegria te invadiria o peito
Por fim entenderias que nada te falta
A não ser a tua própria consciência

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Vendem-se atestados!

Aqui há tempos quase que entrei numa discussão acesa sobre as regalias dos funcionários públicos. Compreendo que os cortes de que os trabalhadores da função publica têm sido alvo, são excessivos, mas entendo que algo teria obrigatoriamente de ser feito com intuito de acabar com algumas "mamas" e "vicios" que se foram criando dentro desta máquina. Não sou nem nunca fui empregada do Estado, (com muita pena minha). Sim, até podem dizer que é dor de cotovelo, mas quem me dera ter tido pela vida fora a sorte de pertencer aos quadros da função publica. As regalias que sempre possuíram fizeram da maioria das pessoas preguiçosos, de tão facilitada que a vida lhes foi proporcionada.
A conversa começou com uma pergunta simples: como é possível que se metam atestados na função publica, como quem bebe copos de água? Ingenuidade minha ou mero desconhecimento, alguém me disse que basta pagar a módica quantia de 15 euros e o dito atestado é passado sem sequer o "paciente" estar presente na consulta.
O contraste com a minha realidade é do tamanho de um boi. Sempre que estou doente há que ter dinheiro para pagar a taxa moderadora e depois ter a sorte de "apanhar" o meu médico de família disponível. Depois disto, ainda falta o pior: convencer o Doutor de que estou realmente doente.
Mas o que mais me choca é estes atestados terem como base o facto de simplesmente se verem forçados a fazerem trabalhos que não estão dispostos a fazer. Se o seu local de trabalho durante dois anos foi o corredor B e os tentam mudar para o corredor C, ainda que isso faça parte das suas funções, há que meter atestados até mudarem de ideias.
E dizem na cara de qualquer diretor que o farão, se a ameaça de os colocarem noutro sector, se mantiver. Num local onde existem pessoas com licenças sem vencimento há mais de 10 anos, que entopem os quadros, vedando a hipótese a qualquer concurso e, por conseguinte, um emprego a quem realmente quer trabalhar, existe ainda o vicio de passear. Passeia-se o dia todo até serem horas de picar o ponto.
E ainda se reclama das dores do corpo. Não devem ser parecidas com as que eu tive quando fui a uma consulta particular pagar 60 euros e, mesmo ao meu lado, alguém pagava 3, 20 euros pela mesma consulta apenas porque tinha um cartão de utente diferente do meu. 
E as facilidades de crédito que sempre tiveram? Chegou ao ponto de bastar dizer que se era funcionário publico, para ser dado de bandeja. Não que veja isso com bons olhos. Muitas são as famílias que se endividaram com esta "facilidade". 
Podem dizer que é dor de cotovelo, se calhar até com alguma razão,  mas experimentem o desemprego, o não ter dinheiro para pagar uma renda, viver dos trocos que a segurança social ainda dá a quem desconta há tantos anos. Experimentem passar meses e até anos como desempregados, a receber 65% de um ordenado minimo, a responder a anúncios de emprego onde o limite de idade são 30 anos, sabendo que não existe lugar onde procurar por uma vida digna. Demasiado novos para receber uma reforma, demasiado velhos para trabalhar seja onde for. 
E depois de passar por isso, digam-me lá se as dores que dizem carregar no lombo, não são apenas pormenores. As dores que tenho na alma, são bem maiores do que as que carrego nas costas. A dor que trago no peito por não poder proporcionar uma vida melhor aos meus filhos, são muito superiores às que ouço da boca daqueles que se julgam coitadinhos, apenas porque não estão para fazer o que nunca os obrigaram a fazer, e que no fim, nada mais eram do que as suas funções.
Antes de se lastimarem pela pouca sorte de trabalhar um pouco mais, lembrem-se daqueles que não possuem a sorte de ganhar para comer. Porque pode até ser que um dia estejam deste lado. O que em tempos foi seguro, hoje nada mais é do que um barco furado, prestes a ir ao fundo a qualquer momento.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Hoje sei...

Hoje sei que o passado te atormenta
Que voltaste atrás no filme
Que a vida te faz relembrar
Dilacerando cicatrizes que julgavas extintas
Hoje sei que voltaste a ser menina
Perdida no meio dos teus desejos
Achada na encruzilhada repetida
Do que um dia te rasteirou
Nada temas pois tudo muda
E como tudo, assim tu mudaste
A menina deu lugar à mulher
O passo trémulo deu lugar à passada firme
O passado apenas recorda
Oportuna a diferença
Só serás sua prisioneira
Se decidires que o queres
Hoje sei que não o farás
Há muito que cortaste amarras
A tua unica clausura
É esse desejo ardente de viver
Essa indomável luta por um lugar
Essa conquista diária por ser, apenas
Dá-me a tua mão
Que te sirva de consolo o meu amparo
Hoje sei que não importa a tormenta
Que é indiferente a revolta da vida
Não faz moça o problema ou a causa
Hoje sei, sem qualquer sombra de duvida
Que a prova mais dura só se supera
Quando a irmandade prevalece
E esse trunfo, meu amor
Esse trunfo já é teu há muito
Tesouro ganho em batalhas antigas
Perpetuado pela amizade sincera
Hoje sei que pertences à ala dos vencedores
Que não importa qual seja a guerra
Contigo enfrento qualquer batalha
Luta então, vira a mesa e faz diferente
Hoje saberás, como eu
Que a massa da qual és feita
Não se molda ao passado
Que não há nada nem ninguém
Que te quebre o espirito
Hoje, finalmente saberás
Que todas as lágrimas
Nada mais foram do que ferramentas
A vida, essa, continua a pôr-te à prova
Mas hoje sei, que se te conhecesse como eu
Há muito já tinha desistido de o fazer

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Arma do crime - A Palavra



A nós, Humanos, foi-nos concedido o dom da palavra. Comunicamos como nenhuma outra criatura do Mundo. Servi-mo-nos das palavras como instrumento de comunicação e raramente damos o real valor a esta forma de expressão tão poderosa. Quando usada com amor pode converter-se num instrumento de cura quase sobrenatural. Por outro lado, quando nos servimos dela para atacar outro, abre buracos na alma tal como uma arma de elevado calibre. 
No caso da arma ser munida de balas de ódio, a sua mira é de uma precisão assustadora: os tiros fatais têm sempre como alvo o coração e a mente da vitima. O objectivo de tal ataque não é o de uma morte súbita, mas antes de um sofrimento atroz, que se tende a perpetuar durante muitos anos, se não mesmo durante toda uma existência.
Ontem foi o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Os relatos de mulheres que foram vitimas às mãos dos seus parceiros, multiplicavam-se na televisão. Contudo, não pude deixar de notar que todas elas partilhavam da mesma opinião: a dor física que lhes foi infligida, não se compara aos danos emocionais provocados pelos discursos de ódio que acompanhavam os estalos, socos e pontapés. 
De facto, queixavam-se mais das agressões psicológicas do que das físicas. Talvez porque as marcas do corpo sarem mais rapidamente do que as da alma. Para sempre levarão consigo palavras de humilhação, de cólera e de raiva com as quais tentaram conviver durante muitos e dolorosos anos.
Estas vitimas passam por processos muito complexos que lhes faz perder o total interesse e respeito por si próprias. Muitas vezes, entram no jogo do agressor e sentem verdadeiro sentimento de culpa por tudo o que este lhes faz. Esta dança, que resvala não poucas vezes para a alucinação, é como um poço sem fundo. Poucas são as que conseguem sair destas vidas de sofrimento e as que finalmente escapam, nunca mais voltam a ser as mesmas. A confiança noutro ser humano fica de tal forma comprometida que muitas acabam sozinhas até ao fim dos seus dias. 
Este assunto está mais do que discutido e provavelmente até já nem é considerado noticia de interesse, mas não deixa de ser preocupante. Sinto-me incomodada, talvez por ter passado pelo mesmo e por partilhar das dores de tantas mulheres que se sujeitam a estes monstros, pelas mais variadas razões. Falo, como mulher, sabendo que também existem muitos homens que sofrem do mesmo.
O medo constante, o mau estar de quem não sabe o que esperar ao chegar a casa depois de um dia de trabalho, a falta de motivação para continuar vivo, a perda total de auto estima... Tudo isto gerado por alguém a quem entregamos o nosso bem mais precioso: a nossa alma.
A estalada doi, mas não tanto quanto a palavra proferida com ódio. 
Recordo-me duma vez em que o adjectivo que me representou foi: cancro.
"És um cancro!"
Acompanhado de uns olhos embriagados e de um sorriso esbatido de alguém que sabia o ácido que derramava sobre o meu coração. O que doeu, não foi a palavra em si. O que magoou, não foi o sorriso de escarnio. O que corroeu o meu peito, não foi a intensidade maligna que aquela frase tinha.
O que trespassou o meu coração foi o facto de nunca ter imaginado encontrar tanto ódio no coração da pessoa que vivia debaixo do mesmo teto que eu, que dormia na minha cama, que ceava ao meu lado, que era o pai dos meus filhos, que eu amei ao ponto de construir uma família.
Por mais anos que passem, as suas palavras nunca me sairão da cabeça e a dor que provocaram, dificilmente será apagada do meu peito. O simples facto de outro ser humano me considerar uma doença fatal, uma doença que mina e apodrece o corpo, foi bem mais nefasto do que um murro em cheio na cara. 
Sei que é fácil falar. Que cada um sabe de si e que "só quem vive no convento, sabe o que lá vai dentro", mas aqui fica mais um apelo a todas as pessoas que sofrem às mãos destes doentes emocionais, que matam com palavras e atitudes violentas: NÃO SE DEIXEM ENGANAR! VOCÊS SÃO BEM MAIS DO QUE OS OUTROS VOS DIZEM OU PENSAM! SE DEUS VOS DEU UMA CABEÇA PARA PENSAR, NÃO DEIXEM QUE SEJAM OUTROS A FAZÊ-LO POR VÓS! TENTEM! DEUS MANDA SER BOM, MAS NÃO MANDA SER ESTUPIDO!

Bibliografia: http://omouro.wordpress.com/violencia-domestica/

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O Homem Livre

Era uma vez o país Perfeito. Neste país não nasciam pessoas doentes ou inválidas. Todos eram Perfeitos. Pelo menos era isto que todo o resto do mundo achava. A verdade é que o destino dos que nasciam com algum tipo de deficiência, era a morte ou o abandono num qualquer "saco depositário". Este era o nome dado aos enormes armazéns que se encontravam debaixo do chão do país Perfeito. Era lá que toda a população que não apresentava as características certas aos olhos da sociedade, era "depositada". Os pobres também faziam parte desta população. Eram eles que tomavam conta dos idosos, dos deficientes, dos órfãos e de todos os que não tinham a imagem certa. "Os Indesejados", como eram conhecidos, viviam no submundo, debaixo dos pés dos Perfeitos. Para se ser Perfeito existia um requisito imprescindível, ter nascido numa família abastada, de onde provinha um leque de oportunidades. Desde crianças que eram educados no sentido de viver confortavelmente. O dinheiro era algo que todos tinham e como tal, nem precisavam de trabalhar. 
Os pobres tratavam dos "Indesejados" e faziam todo o trabalho indispensável à vida de qualquer ser humano: pescavam, cultivavam campos, criavam gado, faziam limpezas, cozinhavam e tratavam das mansões dos perfeitos. Os únicos pagamentos que recebiam era uma ração alimentar diária e o direito de respirar. 
Certo dia os Perfeitos começaram a adoecer misteriosamente. Um atrás do outro, morriam sem explicação. O sintoma comum a todos eles, era a apatia. Fitavam o horizonte como se lhes tivessem desligado o interruptor da vida. Depois de dias naquele estado, sem comer, sem falar, suspiravam pela ultima vez e morriam. Depressa a população dos Indesejados começou a aumentar e a dos Perfeitos, a diminuir.
Alarmados e temendo a completa extinção, tinham que agir depressa em prol da sua sobrevivência. Mas o que fazer? Pensar, estudar formas de resolver problemas ou mesmo lutar pela sobrevivência era coisa de pobre, de Indesejado. Mas algo tinha que ser feito.
Decidiram fazer uma observação cuidada do submundo. Descobriram que os Indesejados tinham construído engenhos de sobrevivência, manuais de ensino, remédios para todas as maleitas e uma série de coisas úteis e indispensáveis à vida. Na verdade um conjunto de coisas que os rodeava, mas que nunca se tinham dado ao trabalho de perceber. Para quê o esforço? Isso era trabalho. Trabalho era algo que os Perfeitos nunca faziam. A sua vida resumia-se a passear, ir a festas, ver televisão, jogar jogos de computador e dormir. Tentaram tirar algumas destas coisas aos Indesejados, mas era sol de pouca dura. Assim que um medicamento acabava ou uma máquina se avariava, não sabiam como produzir algo igual ou semelhante para prolongar o uso. Os Indesejados mantinham as formulas e segredos de construção, muito bem escondidos. Tudo era passado de geração em geração e a única regra que seguiam à risca era o sigilo. Nenhum Perfeito podia conhecer os segredos dos seus antepassados. Na verdade, muitos deles nasciam já a saber fazer muita coisa. O poder do conhecimento corria-lhes nas veias e revestia-lhes os genes.
Mesmo que fossem obrigados a revelar os segredos, o tempo escasseava para os Perfeitos. Cada vez eram menos e nem os remédios dos Indesejados pareciam ter efeito prolongado. 
Entre o país dos Perfeitos e o submundo dos Indesejados, existia apenas uma outra espécie, ou o que restava dela. Um homem, um único homem que resistia ao longo dos anos. Vivia no cume de uma montanha e raramente de lá saía. Este homem pertencia a uma tribo antiga e muito sábia: os Livres. Tinha a particularidade de se relacionar tanto com Perfeitos como com Indesejados. Passeava pelos dois mundos sem compromissos ou problemas. De passo decidido e de olhar confiante, possuía o dom da liberdade. Parecia não precisar de ninguém, nem de nada para sobreviver. E o seu sorriso constante, mostrava que possuía o maior bem de todos: era feliz. 
O Presidente do pais dos Perfeitos procurou-o para que o ajudasse a resolver o problema da doença misteriosa. Sentado na sua poltrona velha e gasta, junto da lareira da sua humilde casa, o Homem Livre sorria e acenava com a cabeça ao ouvir o relato do Presidente. Depois de ouvir atentamente o homem, apenas uma frase saiu da sua boca: "O poder do conhecimento é a chave da abundância."
O Presidente saiu da casa do Homem Livre frustrado e cabisbaixo. Não sabia pensar, não tinha sido ensinado a resolver problemas. Não entendeu a mensagem do Homem  Livre e deu a viagem como uma perda de tempo. 
Mais tarde, um Indesejado, escolhido entre os seus semelhantes, subiu à montanha e recorreu à sabedoria do Homem Livre. O seu dilema prendia-se com o facto de ser obrigado a resolver o problema dos Perfeitos. Se por um lado não lhe restavam grandes alternativas, pois apenas sabia servi-los, por outro, pensava que a extinção dos Perfeitos podia ser a chave para uma vida melhor para os Indesejados. 
Mais uma vez, o Homem Livre ouviu atentamente tudo o que o escolhido dos Indesejados lhe contou. Respondeu novamente apenas com uma frase: "O ódio não sobrevive sem o amor, o amor não sobrevive sem o ódio."
Sem saber o que pensar, o Indesejado, rumou ao submundo, sem saber o que dizer aos seus semelhantes e desapontado por, mesmo com tanto conhecimento adquirido ao longo dos anos, não entender a mensagem do Homem Livre.
Passaram-se alguns dias e tudo se complicava. Os Perfeitos eram dizimados pela doença e os Indesejados passavam por mais e maiores dificuldades. Se já eram pobres e sem condições de vida, ficavam cada vez mais pobres, mais doentes, mais miseráveis, pois, não tinham a quem servir. O desespero levou muitos ao suicídio. Rapidamente, eram tantos quantos os Perfeitos, que cada vez nasciam em menor numero.
Do alto da montanha, o Homem Livre sabia que tinha que intervir. A maior lição de todas tinha que ser revelada e ensinada em prol da sobrevivência de um país à beira da extinção.
Decidiu mandar chamar os dois representantes. Desesperados, prontamente se apresentaram na sua humilde casa. O sorriso que lhe iluminava o rosto, dava agora lugar a um semblante pesado e sério. Aquele homem tinha uma mensagem importante que podia mudar o rumo da vida de todos.
Encarou os dois homens e disse:
" Se querem sobreviver, não podem continuar separados. Têm que aprender a viver em comum, a unir esforços, a trocar conhecimentos, a trabalharem em conjunto."
O Perfeito disse:
"Mas como? Nós não sabemos trabalhar."
O Indesejado disse:
"Sim e como podemos nós deitar-mo-nos e descansar quando temos tanto que fazer?"
O Homem Livre sorriu de novo e disse:
"Esta é a única formula eficaz para resolver os vossos problemas. A união faz a força, o bem comum é a única meta pela qual vale a pena lutar."
Os dois homens prometeram que iam tentar com todas as suas forças, em prol da sobrevivência. Perguntaram no entanto ao Homem Livre, qual a formula da felicidade. Como tinha ele conseguido ser feliz. Este respondeu:
"Só na Liberdade se encontra a verdadeira felicidade. Por mais difícil que o caminho seja, nunca se desfaçam dela. Sejam livres em tudo o que fazem. Foi precisamente a prisão da mente que vos colocou onde estão hoje. Sejam livres, mesmo que apenas nas vossas mentes. Deixem que a imaginação rebente as amarras e projectem sempre o que mais desejam, nunca o que vos impõem como certo. Esta é a única forma de serem Livres. Esta é a formula da Felicidade."

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sinto que morri

Sinto que morri
Morri para um mundo que julgava conhecer
Morri antes que a doença me definhasse
Não me deixei apanhar pelo cancro da rotina
Esse "vai-se andando"
O estado putrefacto da coisa arrastada
O lixo que se amontoa debaixo do tapete
Matei esse demónio do mais do mesmo
Nadei para a superfície
Era premente respirar
Era importante fazer diferente
Era imprescindível tentar ser única
Ainda que isso me isolasse
Ainda que morresse de solidão
Antes morta e sem ninguém
Do que infelizmente rodeada de multidões
Estou só tal como nasci
Tal como morrerei
Só e sem legado
Apenas mais uma folha desta árvore imensa
Apenas mais um galho que tomba ao sabor do vento
Apenas isso e mais nada
Não pretendo a felicidade eterna
Não aspiro ao poder desmedido
Não quero as promessas de amor infinito
Quero ser e ser apenas
Respirar de peito aberto
Sem medo de ser diferente
Sem temer o caminho incerto
Antes assim do que acorrentada
Pois a morte tem muitas faces
E a mais cruel é a de viver sem ter vivido

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Vão mas é todos fazer bebés!


Já cheira a podre o discurso sobre as dificuldades dos portugueses, sobre os cortes nas pensões, na educação, na saúde e sabe-se lá mais a onde. No entanto fico sempre estupefacta com os discursos dos nossos (des)governantes que mais parecem atrasados mentais. (Peço desde já desculpa a todos aqueles que são portadores de deficiência mental). Talvez seja melhor pensar que eles são inteligentes, apenas subestimando um povo cansado e frágil, que se acostumou a ser tratado como retardado. Talvez o discurso do nosso Presidente da Republica seja o de um homem que tem sempre que dizer algum disparate, para justificar a fortuna que ganha, sem ter como principal objectivo a defesa do seu povo e o seu crescimento. Andamos com a cabeça cheia de "talvezes", enquanto estes parolos nos fazem a cama da mais vil das formas, prendendo-nos aos lençóis da miséria, deitando-nos nos colchões do medo e da fadiga. 
Há muito que deixei de ser optimista, encarando o futuro não como algo bem aventurado ou abundante, mas não me canso de lutar, pelo menos pelas necessidades básicas a qualquer ser humano.
Em 2007, o Presidente da Republica ficou muito admirado com a fraca natalidade do país e com o decréscimo do nascimento de crianças. Já na altura andava muito distraído, ou então (desculpem a franqueza)  Andava, como anda, a chamar-nos de estúpidos. Por vezes, mais vale ficar calado e assumir um papel de culto, do que fazer figura de parvo, que em nada contribui para quem (ainda) o ouve. 
As questões que assaltavam a mente de Cavaco Silva na altura, as tais que lhe "tiravam o sono", tinham tanto de nobre, como de ridículas. Fico tentada a pensar se, quando Passos Coelho nos mandou emigrar, Cavaco não o tenha seguido à letra e não esteja já noutro país que não o nosso, visitando-nos só quando tem que aparecer nos meios de comunicação social ou numa qualquer visita às suas amigas Cagárras. Se não vejamos:
Questões levantadas pelo Presidente da Republica, aquando da sua visita ao interior do país, em 2007: 
"Porque é que nascem tão poucas crianças?"
"O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?"
"Eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo."
"Algo está errado num povo que não cuida da sua continuidade."
"Um país sem crianças é um país sem futuro."
“Por isso, é que eu tenho incentivado muito a actuações de natureza política e de toda a sociedade, para conseguir que pais e mães apostem mais na vida.”

Epá, posso responder? Posso? Posso? Posso?
Aqui vai:
Nascem poucas crianças, porque a malta não tem dinheiro para calçar, vestir, alimentar, educar os filhos.
O entusiasmo dos portugueses está em alta. Gostamos mesmo de sexo ou não fossemos nós um país de "garanhões", e até praticamos mais, mas isto deve-se ao facto de já não termos "guita"para pagar a TV Cabo e só dá m****a na televisão publica. Vai daí a malta faz como antes, com a diferença é que toma meios contraceptivos para não agravar a miséria.
Quando a continuidade é trazer a este mundo mais bocas para passar fome, que se lixe a continuidade. Mais vale nem sequer nascer.
Concordo quando diz que um país sem crianças é como um país sem futuro. Por isso é que nos mandaram emigrar, para termos lá crianças que dêem um futuro a outro país que não o nosso. Este é mesmo para levar à extinção.
Epá, oh shor Presidente, esta ultima afirmação é que era escusada. Então o meu amigo diz qque tem trabalhado tanto para que os pais e mães apostem mais na vida e eu só vejo é mais miséria e mais cortes de todo o tipo? Explique-me lá como se eu fosse muito burra. É que eu sei que nos acha analfabetos e incultos, mas até um cego consegue ver que o seu esforço não foi suficiente ou até mesmo, inexistente. 

Quando abro o jornal de hoje e me deparo com esta noticia, (que de noticia não tem nada, visto que andamos nisto à tantos anos), 

"Estado corta 45 milhões nos apoios à maternidade"

explique-me lá onde se encontra o suor do seu trabalho?

A noticia continua com uma frase de abertura que até nos faz perder a vontade de dar "umas cambalhotas":

"As famílias portuguesas levaram um corte de 45 milhões de euros nas prestações de maternidade. São menos 200 mil euros por dia para apoios sociais como o abono de família ou o subsídio parental."

O Estado até beneficia com a descida da natalidade, visto que poupa nas despesas com os novos bebés, (abonos e outros). Mas como pretende que as pessoas tenham filhos, se depois os trazem para um cenário asqueroso onde há de tudo um pouco para criar um desfecho desesperante?
Ele é cortes nos subsídios de rendas, nas pensões, nos subsídios de desemprego, nos abonos, aumento das taxas moderadoras, aumento dos produtos alimentares, aumento dos combustíveis, aumento dos transportes públicos, aumento do IVA (que mandou milhares para o desemprego), aumento do desemprego a uma escala ridiculamente alta.

Perante tudo isto, só me resta perguntar a estes génios da politica, que representam o meu país:

Como é que sustento dois filhos menores com um subsidio de desemprego de 200 e poucos euros e um abono de 100 e uns trocos?

Enquanto espero pela resposta destes seres iluminados, digo:

Só não vos mando, a todos vocês no poder, praticarem o aumento da natalidade, pois o povo corre o risco de uma epidemia de políticos sem escrúpulos. No entanto, cada vez mais vos mandamos f***r, todos os dias. É a única coisa que merecem depois de nos afundarem neste lodo, que cresce a olhos vistos.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Jardim interior: meditação



Respire profundamente, feche os olhos e imagine um jardim magnifico e verdejante. Cascatas de água cristalina salpicam as rochas e a vegetação que as envolve. Continue andando nesse jardim. Nesse canto de céu que é só seu e do qual apenas você possui a chave. O portão foi fechado atrás de si. A chave dourada está agora pendurada ao seu peito num fio dourado. Nada há a temer aqui. Tudo é calmo e pacifico. Continue, portanto, com passo firme e destemido. As aves que se escondem por entre os ramos das árvores, vêm saudá-lo com o seu cantar celestial. O som que produzem limpa a alma, tonifica todo o corpo físico e purifica a respiração. Cada vez se sente mais relaxado, mais seguro de si, mais conectado com a própria essência. 
Continue esta caminhada de bem estar. No caminho existe uma pequena ponte, sobre um rio pouco profundo. O som da água é relaxante. Esta corre debaixo dos seus pés como que levando tudo o que passou, tudo o que teima em deixar a queimadura da dor. Atravesse essa ponte consciente de que do outro lado renascerá menos pesado e açoitado pelas mazelas do passado. Do outro lado, a mais bela rosa o espera. Brota do chão com a força de uma árvore. Demonstra a sua beleza como o toque mais suave da mão de uma mulher. De que cor é a sua rosa? Pense, sinta essa cor, mas guarde para si essa resposta. Essa cor tem um significado que pode ajudar na caminhada. Mais um sinal do Universo, no caminho de regresso a casa.
Observe essa rosa pelo tempo que necessitar, que quiser. Mas continue a caminhar. Irá agora encontrar uma clareira no meio do jardim. No centro desta, uma árvore centenária. A mais magnifica árvore que poderia imaginar. As suas raízes estendem-se pelo chão, dando lugar a verdadeiros bancos naturais. Ela convida a sentar e repousar a seus pés. O seu tronco tem o tamanho da sua idade. Séculos de sabedoria, de presença neste mundo. O mais belo dos seres: a árvore. Desafia o Universo, enraizada na terra, mas erguendo os seus braços aos céus. Esta árvore toca nos dois planos e é a ligação do céu com a terra. Aproveite para descansar à sombra desta majestosa criatura. 

Encoste as suas costas ao tronco da gigante, recoste-se e feche os olhos. Ouça os pássaros, sinta a brisa suave a acariciar-lhe o rosto, respire profundamente, como se fosse essa a sua ultima respiração. Agora que sente todo o seu corpo, todo o seu sangue a percorrer as veias, o seu coração a bater num compasso de valsa, abra os olhos e pense. Pense na pessoa mais importante da sua vida. Aquela que sempre esteve consigo desde o primeiro segundo, aquela que sofreu tudo em si, que superou todos os obstáculos e que chegou onde está hoje. Pense naquela criança que já foi tão feliz, no país do faz de conta, ou naquele lugar onde ainda não havia espaço para o infortunio ou para a dor.
Sabe de quem falo? Ainda não? Vou dar uma pista: quem é a pessoa que tem o poder de mudar a sua vida?
Claro que é você! E agora terá a oportunidade de falar consigo mesmo, neste jardim mágico, longe de tudo e de todos. É que por detrás desta árvore estrondosa, está precisamente a sua criança interior. Essa que tantas vezes foi abandonada por si e que sofre a cada dia com a ausência de carinho afecto e compreensão. Então, porque espera? Fale com ela. Peça-lhe desculpa pela sua ausência. Dê-lhe o colo que tanto precisa. Embale-a e beije-a como se fosse um filho. Conforte-a e prometa que nunca mais se esquece dela. E quando finalmente a vir a sorrir, saberá que tudo valeu a pena. Fique no jardim o tempo que quiser. Volte as vezes que entender. Este sitio é seu e de mais ninguém. Este é o seu verdadeiro templo espiritual. A sua casa, onde pode retornar sempre que se sentir perdido, fazendo um novo recomeço. 
Ah, já me esquecia: a cor da rosa é precisamente a cor do chacra que mais precisa de trabalhar e cuidar. 
Boa meditação!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A fé é o alimento da alma (psicografia)

Foste posta à prova. Quiseste tentar a tua sorte e agora estás aflita com duvidas que não te dão descanso, com dificuldades que te moem o corpo e te torturam a mente. Mas, olha para trás. Olha com a mais acutilante análise e vê bem o que já caminhaste, por onde andaste errante, pensando que não ias aguentar mais um dia, mais uma hora, mais um minuto de sacrifícios. 
Hoje, já não és só tu. Hoje o cansaço que sentes deve-se ao peso que carregas nos ombros, ao fardo dos outros. Aqueles que amas e aos quais te recusas a deixar para trás. Olha na cara do passado apenas para te lembrar da tua coragem, da audácia com que lutaste durante todos estes anos. 

Depois, depois fecha a porta do passado e pensa no teu objectivo. Pensa com cautela no que te move, no que pretendes ser quando, daqui a alguns anos, voltares ao passado em busca do que foste. Pensa no que gostarias de recordar. O que foi que semeaste durante esse tempo ido? Hoje, no agora, estás a colher o que plantaste nesse jardim esquecido. Podes até duvidar e dizer que é mentira, mas o que passas hoje, é fruto do que viveste ontem. 
Quando perguntas o que pretendo em colocar-te nessas provações, te digo que apenas quero que me mostres do que és feita. Mas não por curiosidade minha. Eu sei bem de que material és constituída. Sei que és fruto da minha essência, logo, és perfeita. Se te peço que me digas, é tão somente para que te relembres do que combinamos antes. Essa memória é a chave para o teu plano. O mesmo plano que traçaste antes de voltares aqui. 
Prometi que sempre aqui estaria e cumpro. Cumpre tu agora, quando disseste que nunca desistirias de ser feliz, que nunca te deixarias enredar pelo desespero, que enfrentarias a maior das tormentas em nome da nossa aliança, do nosso contrato. Está somente na tua mão vingar nesse mundo que já foi o meu. Deste lado, apenas posso dar-te o conforto que não entendes, mas que um dia verás que foi fundamental para chegares a bom porto. 
Cumpramos assim os dois, tal como estipulado, este acordo mutuo que foi selado no céu. Pois por mais que te sintas só, sabes bem que aqui estou. E por mais que eu sofra com o teu sofrer, sei bem em quem depositei a esperança de um mundo melhor. Amo-te com toda a minha alma. Amo-te como sei que sempre me amaste e amas. E lembra-te, mesmo quando desistes de ti, eu nunca o faço. Tu és tudo aquilo que sempre me ligou ao céu. Esta é a minha vez de te conectar com ele. Tudo vai ficar bem, acredita até ao fim, deposita a tua fé, ainda que pouca ou rasurada. A fé é o alimento da alma.

sábado, 14 de setembro de 2013

Prefiro sofrer a não sentir nada

A dor do engano deve ser das piores dores da alma. Num mundo em que a confiança escasseia a cada segundo que passa, como voltar a confiar em alguém? Como sair deste padrão de falsidade que dorme, desde há muito ao nosso lado? Sempre se disse que nunca se conhece uma pessoa na totalidade. Nem é isso que se pretende, pois o encanto do desconhecido é o que dá o condimento às relações. 
Gostaria apenas de saber que posso contar com aquilo que vejo e sinto, sem estar constantemente a duvidar das intenções alheias. Sem remexer no passado de cada vez que algo me soa a bom demais para ser verdade. Queria poder viver emoções com a liberdade de uma criança, que em nada vê maldade.  
Juro que já tentei. Prometo que não caio noutra, mas acabo sempre por me entregar inteira a todas as relações, sejam elas de amizade ou amor. O resultado: raras são as vezes que não caio na cilada de alguém que me enreda, envolve e em seguida, chuta bem longe e nem quer saber se magoou ou não. Erro meu, que me deveria fazer aprender, mas às vezes, até parece que não é para aprender nada. É apenas carma de uma vida que é vivida intensamente e de peito aberto. Sim, sofro. Sofro horrores quando me dou e percebo que nem um centímetro de mim foi entendido ou levado a sério. Sei que a dor pode ser evitada: basta deixar de viver e sobreviver apenas no meio da multidão, de cara amarrada e escondendo os meus sentimentos. Mas poderá chamar-se a isso "viver"? Não valerá mais a pena sofrer, do que não sentir nada? 
Mesmo sofrendo, prefiro sentir, a vestir a carapaça da indiferença. Continuo com a estúpida sensação de que um dia tudo muda. Esta fé é o que me move para continuar a ser o que sou: inteira. 

Bibliografia: http://umparaisoilusorio.blogspot.pt/2011/04/frustracoes-e-uma-poca-de-lagrimas_30.html

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Amigo, eu adoro você!


Ainda que a morte nos separe
A amizade é o elo entre as vidas
Nasceremos de novo, um para o outro
Vivendo aventuras prometidas

Reconstruiremos as muralhas
Mesmo que um dia tudo acabe
Desta fortaleza Mágica
A que chamamos amizade

Se pensaste até aqui
Que os milagres não existem
Explica-me que nome dar
Às amizades que resistem?

Minha alma ficou marcada
Pelo cunho da tua existência
Marca de ferro em brasa
Não reconhece a tua ausência

Pois por mais tempo que passe
Por mais voltas que o mundo dê
Como diz o brasileiro:
“Amigo, eu adoro você!”*****


Os repetentes



Mais um dia como tantos outros, não estivesse ele marcado pela dor e destruição. Faz hoje precisamente 12 anos que os Estados Unidos da América sofreram o mais vil dos ataques. Durante muitos séculos este dia será recordado assim. Durante muito tempo ainda serão choradas as suas vitimas. A partir daquela manhã de 11 de Setembro de 2001 nunca mais o mundo seria igual. A maior potência tinha sido atacada descaradamente e sem pré aviso. Dá que pensar, num país como o nosso. Se um gigante como os EUA é sacudido desta maneira, o que dizer de um país tão pequeno e desorganizado como Portugal. A falsa segurança que nos fazia acreditar num futuro sem sobressaltos, esfumou-se diante do cenário de destruição, de uma cidade a milhares de quilómetros de distância. 
Se as "coisas" de Deus (um tsunami, um abalo sísmico,  um tornado, etc.) nos fazem sentir pequenos e perdidos no meio do Universo, o que dizer quando somos destruídos às mãos do Homem? Não haverá já demasiadas causas naturais para ainda ser necessário tanta guerra entre os Homens? Correndo o risco de cair no cliché e de citar uma qualquer Miss Mundo: para quando a paz no meu planeta? O que falta ao humano aprender para mudar de vez a História e fazer diferente? Será que algum dia poderemos testemunhar um Mundo sem conflitos, guerras, onde apenas as lágrimas de alegria corram rosto abaixo?
O tema está debatido até à exaustão, mas por vezes sinto que não pertenço. Não pertenço a este lodo de demência em que vivo. Não pertenço a este ódio desmedido e sem propósito. Não sou deste mundo onde tudo serve para magoar o outro em troca de uns tostões, sob a cartilha do fundamentalismo e do fanatismo. O passado é o manual para aprender, o presente, o livro de exercícios que é usado para testemunhar o aprendido, o futuro...bem, o futuro será o diploma final. Pessoalmente penso que o ser humano já reprovou vezes demais nesta matéria e está a ficar velho para andar na escola, sem nada reter da matéria dada. Espero sinceramente que daqui a algum tempo possa estar a falar de uma História diferente, num qualquer próximo 11 de Setembro.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dos fracos não reza a história



"Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos". Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra".
Jesus
 Diz o ditado que errar é humano e perdoar é divino. Na verdade sentimos-nos pequenos no que toca ao perdão. Criámos a imagem de que se dermos a outra face estamos a ser fracos e dignos de mais porrada. Vivemos as relações como um jogo onde existem os que vencem e os derrotados. A base de todas as guerras. O medo avassalador de errar o alvo e sermos vistos como rendidos. Estou farta deste jogo de peões que agem  como peças soltas num tabuleiro de enganos e frustrações. Estou cansada da ideia preconcebida de que uma atitude possa mostrar toda a realidade dum ser humano. 
É verdade que esse mecanismo de defesa "gato escaldado de água fria tem medo", é importante para não voltarmos a cair nos mesmos enganos. Mas quando levado a extremos faz-nos perder o melhor da vida. Ficamos revoltados, cismados por tudo e por nada, entramos numa espiral de mania da perseguição e deixamos de ser nós próprios.
Quantas vezes não apetece telefonar a alguém, dar um abraço, dar um beijo, aquele "oi" intencional, mas sem segundas intenções?
Mas o medo da rejeição, do rótulo de fraco, de ficar por baixo nesta guerra estúpida de aparências, é mais forte do que o desejo. E assim se passam dias, semanas, meses, anos de vida. Existem casos em que a hora da morte é a que solta o sentimento enjaulado há tanto.
Nos casos de sorte, o adeus é o que lhes resta. Nos casos impossíveis, a promessa de uma nova encarnação que lhes permita finalmente estar com o outro e redimir-se.
E nos entretantos, fazemos o que esperam de nós e não o que o nosso coração espera ansiosamente. Aquele olhar que não necessita de legenda, aquele abraço de regresso a casa, aquele sorriso que faz rolar a lágrima mais profunda. 
Depois...bem depois ficamos sempre a pensar na razão de termos perdido um tempo precioso. Tempo que já não volta e onde deixamos a energia dos fortes. Pois, só seremos fortes no dia em que nos tornarmos fracos. Só seremos divinos no dia em que soubermos ser humanos.







domingo, 8 de setembro de 2013

Aprende, confia... o resto é paisagem!

Dizem-te que deves aprender a confiar
Dizem que sempre estarão aqui
Prometem o impossível
Sob a cartilha do eterno
Como se possuíssem a arte de amar incondicionalmente
Acreditas, sem motivo de duvida
Afinal deram-te a vida, porque raio iriam mentir?
Acreditas e segues com passo firme e arrojado
Num dia olhas e os vês, no seguinte caminhas sozinho
Levantas a cabeça ao céu e pedes a um Deus

O mesmo que nunca te deste ao trabalho de conhecer
Nem sabes mesmo se existe
Pedes ajuda, pedes o colo de que agora te privam
Pedes para que tudo seja como antes
Mas tu não és o mesmo de antes
Estás por tua conta e risco agora
Segues o caminho aos tombos e às escuras
Um dia estás de pé de novo
Um dia estás de joelhos, exausto
Noutro estás no topo do mundo
A seguir, num lodo frio e profundo
Ensinam-te então, que tudo é aprendizado
É só o que te resta, aprender
E aprendes a cair e levantar
Aprendes a sorrir e a chorar
Aprendes que por mais lágrimas que corram
O importante é não te engasgares nas mesmas
Aprendes que a promessa é uma fraude
Que ninguém é o que parece
Que estás sozinho e de punhos erguidos
Os que não se dão ao trabalho de te ver a essência
Acham-te frio e agressivo
Os que te conhecem, sabem que não é fel que te corre nas veias
É dor, desalento, desconfiança das promessas e dos falsos profetas
Mas esses, os que te conhecem
Para esses és brando, com esses vais contando
Poucos mas bons companheiros de viagem
Que não se interessam o tempo que demoras
Tanto a cair como a levantar
E voltas a acreditar, voltas àquela sensação de paz
Sentimento de regresso a casa, com cheirinho de colo
Pelo meio existem os falsos, os que julgam conhecer-te
Mas por mais que te puxem o tapete
Já aprendeste a cair, nem sempre de pé, é certo
Mas de tanto cair, aprendes a apoiar-te antes do chão
Apoias-te naqueles que nunca perderam a fé em ti
Quando tu perdes a fé no mundo


sábado, 7 de setembro de 2013

Ode ao amor

O fogo do amor aquece 
A alma que dele padece
Dá guarida ao sofrido
Dá aconchego ao ferido

Coisa mágica este remédio
Que nos adoece a cada golo
Coisa demente e salutar
Que cura ou mata o maior tolo

Mata quando se esconde
Dá vida quando aparece
Magoa quando mal usado
Seu refém, ele endoidece

Amor meu, amor teu
Coisas diferentes e tão parecidas
Amor quente, amor triste
Presente em  todas as vidas

Seja porque falta
Seja porque sobeja
Seja porque evapora
Seja porque lateja

Serás sempre o motivo
De uma busca doentia
Pois só assim consigo viver
Sem te ter morreria

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os felizes: os melhores professores do mundo


Porque será que é sempre mais fácil pensarmos nos outros em vez de em nós próprios? Não digo que todos pensem da mesma maneira. Os que contrariam esta tendência, são rotulados de insensíveis, egoístas, egocêntricos. Mas será que é mesmo assim?
É certo que o egoísmo é um defeito, que ser insensível não leva a bom porto, que achar-se o centro do Universo é um erro que pode gerar solidão. Mas e se o rótulo que empregamos estiver velho, gasto e com as letras sumidas pelo tempo. Se o que se vê a olho nu no comportamento de tais pessoas for apenas uma forma de vida. Se se tratar de uma aprendizagem obtida através de vários golpes, quedas e queimadelas que finalmente, o que aos olhos dos outros soa a algo injustificado, possa ser uma nova tomada de consciência de si mesmo, auto-estima elevada e bem estar interior.
Quando isso acontece, os felizes, como gosto de os chamar, são acusados de loucura ou de excentricidade e mal vistos pela sociedade que os mal tratou e lhes tentou dar uma escola de vida retrograda. 
Ao longo da História temos sido ensinados que o bem estar dos outros é mais importante do que o nosso, que há que dar se se quer receber, que só seremos verdadeiramente felizes se tomarmos conta dos outros e os ampararmos em todas as quedas. Ao longo dessa mesma História, homens e mulheres foram apelidados de heróis e heroínas que ainda nos tempos correntes são os mártires que chegaram ao paraíso por via do sofrimento em prol dos outros. Isto é importante até aprendermos a olhar os outros como iguais. Nada errado até aqui se nos tivessem dito que ao longo desse caminho, temos que estar sempre em primeiro lugar. Temos que ser os principais receptores dessa entrega e ajuda. 
O padrão, que ainda vai levar algum tempo a tornar-se ultrapassado, tem feito inúmeras vitimas. A maioria das pessoas deixou de ser genuína, agarrando-se a lições que estão aprendidas e ultrapassadas. Mas elas não são vitimas de um padrão, são vitimas delas próprias, porque têm medo de abrir as suas mentes ao desconhecido e, ironia do destino, ao manterem-se agarradas a algo que lhes ensinaram e que nunca sequer tentaram pôr em causa, tornam-se alvos fáceis de mau amor. 
A pessoa mal amada, torna-se mesquinha e egoísta. O véu que cobre os seus olhos apenas permite ver os defeitos nos outros e fazer a caridadezinha, para que se sintam superiores. Quando o alvo da caridade lhes vira as costas e vai à sua vida, usam-se de tudo para denegrir e deitar abaixo. Sofrem porque não sabem o que é dar de coração, sem pedir nada em troca. Ficam frustrados pois alguém durante muito tempo lhes disse, que se fizessem a coisa bem feita, receberiam o prémio. Ao perceberem o erro, só lhes resta a raiva.
Se essa raiva fizer mossa ao feliz, muito bem. Há que continuar no "bom" caminho. Se não, é só arranjar uma outra vitima, aproximar-se bem devagar e atacar mal esta lhe vira as costas. 
Quanto aos felizes, perceberam finalmente que a vida é curta demais para ficarem sentados na cadeira do passado, a aprender mais do mesmo.  E é só destes que quero a meu lado, pois com eles aprendo coisas novas todos os dias. E que melhor professor do que aquele que já caiu, se levantou e não tem medo de viver o que ainda não viveu? 



terça-feira, 3 de setembro de 2013

Oh boa! Com um cu desses deves cagar bombons!

Muito se tem falado da nova proposta de lei do Bloco de Esquerda que pretende penalizar o "piropo".
Se o objectivo era ridicularizar o partido, conseguiram-no na perfeição. Faz-me confusão como se podem preocupar com assuntos destes quando existe tanta coisa a precisar, mais do que debates, mais do que conversa da treta, de alguém que arregace as mangas e defenda o nosso país e a maioria do povo, da extinção ou do estrangulamento social.
Com certeza que estas duas senhoras que se uniram para colocar este assunto em cima de uma mesa de reunião, não têm tido muita sorte com piropos. Nunca devem ter passado por debaixo de um andaime e ouvido alguém dizer algo do género: "Se tivesse uma mãe assim, mamava até aos 18".
Do ponto de vista cultural, os piropos até fazem parte da nossa cultura. E para aqueles que já se preparam para atacar o que digo, pensem bem quantas habitações não foram construídas ao som dos trolhas que iam deitando o olho às "garinas" que passavam. 
Claro que existem alguns que são mesmo hard core e que podem até tornar-se desagradáveis ao ouvido de uma ou outra senhora mais sensível. Tipo: Quem me dera que fosses um frango, para meter-te um espeto no cú e fazer-te suar", "Com um cú desses estás convidada para cagar em minha casa" ou "se fosses uma laranja, chupava-te o grelo até sair Fanta".     
No entanto, "mulher séria não tem ouvidos" e só se pica quem quer. Além disso, quem pensa que as mulheres não fazem o mesmo, engana-se. A diferença é que não declamam o que pensam em voz alta e do cimo de um andaime. Fazem-no entre amigas, sentadas à mesa de um café, por entre risos, mas sem tanto alarido. As mulheres foram criadas a partir de um estigma de que isso não são coisas de senhoras e que aos homens é que é permitido dizer estes disparates e fazer outros. Mas tudo isto está também em mudança. As mulheres estão cada vez a agir mais como os homens e eles, assustados, nem sabem como reagir. 
Por isso chega de bater no ceguinho.Há que resolver mesmo a sério problemas reais. E quanto às senhoras que me deram matéria como esta para explorar aqui no blog, o meu muito obrigado. Não fazem ideia do que já me ri com os comentários à vossa iniciativa. E aprendi imenso no que toca a piropos e ainda sobre  o tipo de homem que os lança. Senão, vejamos:
Os românticos:
A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu.
Acreditas em amor à primeira vista ou tenho que passar por aqui mais uma vez?
Minha senhora, troco a sua filha por um piano. Assim podemos tocar os dois.
Não sabia que as flores também andavam!

Os comilões:
Oh fêvera! Junta-te aqui à brasa!
:Oh morcona, comia-te o sufixo!
Tens um cu que parece uma cebola! É de comer e chorar por mais!
Só queria que fosses uma pastilha elástica para te comer o dia todo.
Oh filha, tens uns lábios que faziam feliz qualquer chupa-chupa!

Os curiosos:
Belas pernas! A que horas abrem?
Foste à tropa dama? É que já marchavas…
Com uma montra dessas… imagino como é que é o armazém!
 Foste feita no calor? Até estalas…
O teu pai é terrorista? É que és cá uma bomba!
Oh gata… largas pêlo?

Os que só dizem merda:
Oh boa, com um cu desses deves cagar bombons!
Oh linda! Com menos cu também se caga!
Com um cu desses, estás convidada para usar a minha casa de banho! 

Os que partem a loiça toda:
Oh boneca, se fosses de porcelana partia-te toda…

Os ecologistas e agricultores:
Oh linda, sobe-me à palmeira e lambe-me os cocos…
Tanta terra para lavrar e o meu arado a ganhar ferrugem

Os mecânicos e os trolhas:
Deves ser mais apertadinha que os rebites de um submarino.
Sobe aqui ao andaime, que eu já estou com ele montado

Os capitalistas:
Se o teu cu fosse um banco, fazia uma poupança a taxa fixa.
Posso-te pagar um copo, ou preferes o dinheiro?

Os convencidos:
Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter os músculos do Scwarzenegger, mas a lamber sou como a Lassi.

Os realistas:
Só não tenho pêlos na língua porque não queres!
És como um helicóptero… Gira, gira, gira, e boa!
Os tomates do teu pai deviam estar num museu!


.

Põe creme Nivea, que isso passa!

O facto de saber que as pessoas visitam o meu blog, é sempre um motivo de orgulho para mim. Significa que o meu trabalho não deixa de ser lido o que dá mais vontade ainda de prosseguir com o mesmo. Todos os dias, dou uma vista de olhos em busca de criticas ou comentários. Não, não é vaidade, é reconhecimento que busco. Mas, de vez em quando, nem todas as criticas são as melhores. Sei que isso faz parte e que por vezes é muito bom no sentido de melhorarmos o que fazemos.
O que eu não levo à paciência é a mesquinhes e a cobardia. Porque não me posso defender e nem entender o motivo de um ataque e muito menos qual o seu fundamento. Como tal, não tenho meio de defesa, e nem sei onde melhorar. Logo, é lixo.
Podem dizer que tenho mau perder, mas aprendo de dia para dia que os que me conhecem bem e que realmente importam, me bastam. Não preciso de amigos destes, pois já conheço muita gente. Agora quero conhecer pessoas, seres humanos de carne e osso e não gente.
Hoje tinha no meu blog o seguinte comentário, proveniente de um "fã" anónimo, relativo à entrevista de Alexandre Cthulhu:

"lamento mas não vejo nada nesta entrevista que já não tenha sido abordada noutras entrevistas dadas pelo Alexandre Cthulhu.
é um pouco de viro disco e toca o mesmo."

Expliquem-me lá como se eu fosse muito burra. Então este senhor, ou senhora, não viu nada de interessante na entrevista, não teve nenhuma novidade, tal como sugeria o titulo da mesma, mas dá-se ao trabalho de enviar um comentário destes e ainda por cima nem sequer se apresenta?
Será que me acusa de publicidade enganosa, ou é dor de cotovelo? É que eu quando vou a um restaurante e não gosto do serviço, nem me dou ao trabalho de lá voltar, quanto mais de explicar os motivos pelos quais não volto.
Mas não somos todos iguais (Thank God) e por isso respondi da melhor maneira que a minha escrita permite.

"Olá amigo/a anónimo. Grata por ter visitado o meu blog. É sempre bom receber criticas construtivas. E só tenho pena de o meu amigo/a poder falar do nome de Alexandre e eu nem sequer poder chamar-lhe seja o que for. É de homem, ou mulher, fazer uma critica destas e nem sequer mostrar a cara ou dizer o seu nome. Talvez por isso, nem sequer lhe vou dar importância. Grata mais uma vez pela sua opinião, Anónimo. Que a vida lhe dê tudo em dobro daquilo que deseja para os outros.
Abraço."

sábado, 31 de agosto de 2013

As minhas publicações

Para os que ainda não conhecem ou para os que ainda não adquiriram, aqui ficam os links dos meus livros já editados. A colecção de A a Z, livros infantis didácticos, e o  romance. 
 Brevemente lançarei outro. 

Estejam atentos.







http://www.eu-edito.com/animais-de-a-a-z.html    

http://www.eedito.com/profissoes-de-a-a-z.html    

http://www.eu-edito.com/criancas-do-mundo-de-a-a-z.html

http://www.eu-edito.com/o-principio-de-um-fim-qualquer.html