Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

sábado, 31 de agosto de 2013

As minhas publicações

Para os que ainda não conhecem ou para os que ainda não adquiriram, aqui ficam os links dos meus livros já editados. A colecção de A a Z, livros infantis didácticos, e o  romance. 
 Brevemente lançarei outro. 

Estejam atentos.







http://www.eu-edito.com/animais-de-a-a-z.html    

http://www.eedito.com/profissoes-de-a-a-z.html    

http://www.eu-edito.com/criancas-do-mundo-de-a-a-z.html

http://www.eu-edito.com/o-principio-de-um-fim-qualquer.html

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Coisas de Viver - Ricardo Silva e Sousa

Já não é a primeira vez que escrevo sobre o trabalho deste amigo de além mar. Na ultima postagem sobre Ricardo Silva e Sousa, publiquei um excerto do seu livro prestes a ser editado.
http://sitiodehistorias.blogspot.pt/2013/07/o-misterio-de-dona-bianca.html
Mas este senhor não pára de me surpreender e brindou-me com mais um lindo texto, no seu jeito directo e prático, mas que nos dá sempre uma mensagem daquelas de guardar nos arquivos da alma.
As ultimas noticias são de que este texto será publicado num jornal brasileiro. Mas, depois de pedir a devida permissão, não pude deixar de publicar aqui também esta mensagem de reflexão tão certeira e importante.

Ricardo Silva e Sousa

Coisas de viver

Durante toda a semana, anseio pela chegada do domingo. Trabalhar de segunda à sábado é cansativo. Só quem trabalha no comércio, sabe do que estou falando. Enfim, ele chega! O domingo. E o sol vem com força, festejar este tão esperado dia. 
Descanso? Não! Dar banho nos cachorros, cortar a grama, lavar o carro, consertar o chuveiro, ajudar com a louça, arrumar o quarto de guardados, o famoso “quartinho”, e jogar fora tudo o que não serve mais. Não reparamos, mas fico surpreso de como guardamos coisas inúteis! Na verdade, esta última tarefa, a de arrumar o “quartinho” é a mais árdua. Você sempre acha que aquele pedaço de arame enferrujado, o ventilador quebrado, o rolo de pintura sujo, a lata de tinta com um “restinho”, dentre centenas de coisas velhas, vão servir para alguma coisa. Mas, impiedosamente recolho tudo fazendo a seguinte pergunta: _Quando foi a última vez que precisei usar estas coisas? Se mais de seis meses ou eu não lembro quando, o caminho é a lixeira. 
Assim foram, neste domingo de descanso, computadores queimados, caixas de som furadas, fios, lustres quebrados, televisores pifados, revistas velhas, livros de receitas, ventiladores sem pás, enfim, muita sucata, algumas até possíveis de serem recuperadas mas substituídas pela mágica da obsolescência que nos traz sempre novidades tecnológicas. 
Mas, uma coisa eu achei no fundo de um armário, coberto por uma fina camada de poeira e mofo: a minha caixa de recordações. Imediatamente, ao ver a caixa, lembrei-me de um grande amigo que, ironicamente não está presente dentro das recordações da caixa, mas que me ensinou muitas coisas sobre a vida, inclusive a importância de termos uma caixa (e ele tem a dele) com nossas “coisas de viver”. Ele fala sempre sobre um poema de Horacio Ferrer, musicado por Astor Piazzolla, ambos seus patrícios portenhos, a “Balada para mi muerte”. Num trecho do belíssimo tango, pode-se ouvir o trecho:

      “Moriré em Buenos Aires, será de madrugada,
Guardaré mansamente las cosas de vivir,
Mi pequeña poesia de adioses y de balas,
Mi tabaco, mi tango, mi puñado de esplín,
                Me pondré por los hombros, de abrigo, toda el alba,
Mi penúltimo whisky, quedará sin beber!”

Peguei a caixa e, dentro dela, encontrei tesouros daqueles que valem mais do que qualquer coisa material. Cada pedaço amarelado de papel, cada desenho, cada postal carta ou bilhete, que, na verdade não valem nada em sua materialidade, trazem a força mágica de nos transportar aos momentos felizes que vivemos no passado. A reencontrarmos a energia de pessoas que compartilharam momentos de nossa história de vida, num verdadeiro túnel do tempo. Nossas coisas de viver são incapazes de nos trazer de volta o tempo passado. Mas são capazes, com sua enorme força, de levar nossos espíritos a revisitar momentos felizes. Mais do que simples fotos, estes pedaços de papel surrados pelo tempo, rotos pelas traças, manchados pelo mofo, são a materialização das emoções que tivemos.
Ao colecionar estas preciosidades ainda jovem, imaginei que valeriam muito para mim. Agora, do alto de meus 54 anos, fico feliz por ter preservado este tesouro. 
Podem, uns e outros, perguntarem o que isso importa na vida prática. Para estes eu respondo que as coisas de viver servem para que eu descubra quem fui e quem sou hoje. Servem para eu descobrir porque sou quem sou. Servem para que nunca esqueça das pessoas, mesmo as que não estão dentro da caixa, que forjaram minha vida com o que elas tinham de mais puro em suas almas. 
Para quem não tem sua caixa de “coisas de viver”, sempre há tempo. Ela é a materialização de nosso espírito enquanto ainda estamos por aqui. É a nossa arca da aliança com a vida.







quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Alexandre Cthulhu - O que nunca foi revelado

Falei recentemente do último projecto de Alexandre Cthulhu e fiquei com vontade de saber mais e mais sobre este grande senhor e artista. Nada melhor do que perguntar ao próprio tudo o que gostaria de saber. Com a simpatia e humildade que o caracterizam, aceitou o meu desafio. 
Alexandre Cthulhu
O que nunca foi revelado

Conta-me Histórias - Não é segredo que vieste da margem Sul. Viveste lá desde sempre?
Alexandre Chtulhu - Não. Vivi 5 anos da minha infância na Alemanha (Hamburgo) e os meus pais voltaram para Portugal na segunda metade da década de 70. Desde aí tenho vivido sempre na margem Sul, sim.

CH - Quais foram as tuas influências musicais?
AC - Foram diversas. O meu primeiro "Click" deu-se aos 10 anos quando ouvi o "jailhouse rock" do Elvis Presley. Nunca tinha ouvido nada parecido com aquilo. A guitarrada do Scotty Moore, e voz do "King" deram cabo de mim (risos).
Mais tarde comecei a ouvir Bruce Springsteen, pois para além da sua voz e do som mágico da E Street Band, o que mais me encantava eram as letras das músicas: "os Highways galgados à desfilada", "a perseguição de sonhos sucessivamente encontrados e logo desfeitos", toda esta temática poética mexeu comigo e foram fortes influências para escrever posteriormente as minhas letras.
Mais tarde veio o hard rock e o Metal. Bandas como os Metallica e Iron Maiden eram as que mais se ouviam na altura. Mas eu, como sempre fui uma pessoa de buscar raízes, descobri que haviam uns tipos de Birmigham que tinham sido os pais do Heavy Metal, de seu nome Black Sabbath.
 POW! - Novo click e foi nessa altura que decidi tocar guitarra e expressar-me através desse instrumento sobrenatural. 
Tinha 17 anos.

CH - O bichinho da arte começou cedo a correr-te nas veias. É verdade que escreveste uma peça de teatro quando andavas a estudar?
AC - É verdade. Foi em 1989, estava na altura a estudar em Lisboa no CENFIM e tive que fazer um texto para a disciplina de português. A minha professora achou interessante e pediu-me que o desenvolvesse e transformasse numa peça de teatro. O titulo da peça era "A Saga do Prisioneiro" sob a temática injustiça social. Formei um grupo teatral, fui encenador e actor e a peça foi levada a cena no Festival de Teatro do Seixal.

CH - Para além do teu projecto a solo, tens os Face Oculta. Fala-me sobre a composição da banda.
AC - A banda FACE OCULTA nasceu em 2008. Temos 2 EP`s gravados, “olhos da escuridão” e “Presságios”. 
A banda é composta actualmente (por mim, que sou guitarrista / vocalista), pela Cátia, (que é minha filha e é guitarrista), pela mãe da minha filha (teclista), pelo namorado da minha filha, Telmo (baterista) e um grande amigo, o Nando (baixista).
Já percorremos o país de norte a sul, já fomos a Espanha e somos uma banda cheia de paixão por palco e pela música que tocamos.

CH - Participaste numa peça de teatro encenada pelo Chapitô. Como foi para ti a experiência?
AC - Foi em 2011, preparava-se a mostra técnica do final de ano. A minha filha estava lá a tirar o curso e proporcionou-se que eu colaborasse nessa mostra técnica como as minhas guitarradas. Mais tarde essa mostra técnica (que é um espectáculo cheio de magia e arte) foi levada para fora do Chapitô e foi exibida ao público. O espectáculo “en caixa”, que era como se chamava, teve lugar num grande armazém da Carris e foi sala cheia durante as 3 noites consecutivas. Havia uma orquestra que tocava música alternativa, e de improviso e eu tive experiências únicas, como a de fundir o som da minha guitarra com um Steel drum – Foi brutal!

CH - Num dos teus poemas, “Sonho Americano”, escreves:

 “Farei amor com a “Jersey girl”
  Sobre o capot do meu Buick azul celeste
  Viajarei com ela por toda a terra crua
  Que se estende até à Costa Oeste”

CH - Qual a tua história com os EUA?
AC - Esse poema é uma alquimia de personagens da literatura norte Americana, bem como a inclusão de algumas paisagens ( e personagens) descritas por Tom waits, Kerouac, Jim Morrinson e Bruce Springsteen. Desde pequeno que tenho um fascino pelos EUA, mas se queres que te diga, não sei como isso surgiu.
Ainda não tenho história com os EUA. Somos amigos apenas (risos). Mas estou grato pelas Reviews que fizeram ao meu penúltimo trabalho “fides”, bem como algumas mensagem bastante motivadoras enviadas por Dj `s de rádios locais, como por exemplo, Darrell Fortune da NWCZRadio (Tacoma) que disse: 
"Amazing guitar work and some wonderful Blues" - Eles são fixes!

CH - Em 2011 lançaste “Psyche”. Consta que temas como "angels" e "street racers" passaram em rádios americanas. E por cá? Como tens sido recebido pelo público português?
ACSim, esses e outros temas passaram em algumas rádios de diferentes estados (Louisiana, Arkansas, Washington, etc). Por cá, o público português tem sido fantástico comigo.

CH - Achas que Portugal é agora um mercado mais aberto a novos talentos nacionais?
AC - Tem dias (risos). Não podemos (ou não devemos) continuar a achar que só continuam a existir as mesmas bandas que singraram no mercado nacional há 30 anos atrás. Há novos (e excelentes) valores por aí!
Contudo, continuo a sentir que dentro do nosso próprio país, a nossa arte e os nossos artistas não ocupam o lugar que merecem. Desde o pós 25 de Abril que achamos que o que vem lá de fora é melhor, mas isso era há 30 anos atrás. Neste momento, já não é assim. Estamos ao nível dos melhores. Somos muito melhores artistas do que jogadores de futebol. Penso que já disse tudo (risos).

CH - O que falta ser feito no sentido de uma mudança positiva no panorama artístico em Portugal?
AC - No meu entender, faltam várias coisas. O nosso panorama actual divide-se em duas facções: A profissional/ mainstream e a amadora/ underground.
A primeira está bem: tem espectáculos durante o ano inteiro, são bem pagos, têm destaques nas rádios, tvs, revistas, etc.
Os segundos, têm de remar contra a maré. Como se explica que, por exemplo uma revista nacional que se dedica exclusivamente à música, continue apenas a dar destaque a bandas e músicos que surgiram na década de 80/90? E que quando se trata de dar a conhecer um músico / banda recente, tenha apenas direito a uma pequena peça, muitas vezes que nem uma fotografia contém?...
Também entendo que os editoriais têm de tomar decisões na base do que “vende e não vende”. Logo, isto reporta-nos para outra questão, que é a do consumo.
O público português não “consome” novos valores!
Um dos exemplos disso são os grandes festivais de verão. Somos recordistas Europeus de adesão a festivais. Mas quando se trata de ir apoiar uma banda local… Onde estão essas pessoas, supostamente amantes de musica e concertos?; Onde estão inclusivamente as pessoas ligadas à imprensa escrita, rádios, etc? (falo mesmo das amadoras); onde estão os músicos??? Como querem ser apoiados, se não apoiam também?...
Portanto a mensagem que deixo aqui para quem já sentiu na pele aquilo que estou a falar, é: Promovam a vossa arte até ao limite dos limites, apoiem pelo menos uma banda/ músico, sempre que possam, e acreditem até ao fim, porque de outra forma não é possível.

CH - Há quem diga que o teu disco "Fides" trás mais sentimento do que "Psyche". Sentes o mesmo? O que mudou?
AC - Sim, concordo. Mudou a minha abordagem musical. No “Psyche”, não estava focado em personalizar o meu som- Foi apenas uma EP de lançamento.
 Quanto ao “fides” já fui mais ambicioso, quer na composição, quer na produção do álbum. Trabalhei com um bom produtor que também ele foi ao encontro do que eu queria fazer e gostei do trabalho final. Temas como “floral Cleopatra”, “Byzantium Blues” e “beer can” são temas que personalizam o meu som. Pode-se dizer que têm a assinatura de “Alexandre Cthulhu”

CH - Com o teu mais recente trabalho “book of poems”, criaste uma parceria com a APJ, onde o lucro da venda do mesmo, reverte a favor da associação. Como tem sido recebida pelo público esta experiência?
AC - Tem sido fantástico. A APJ ( Associação Projecto Jovem) é uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos, para jovens com deficiência mental e/ou motora a partir dos 16 anos. Desde o dia em que lancei o este meu projecto/ parceria, muita gente se tem interessado por conhecer e apoiar a causa.

CH - Sobre o álbum "book of poems" de que inspiração te serviste para criar este trabalho, e como surgiu o projecto com a APJ?
AC - Nasceu de um sonho nocturno. E após esse sonho senti que tinha de dar um significado e uma valorização diferente à minha arte, contribuindo para uma causa. Falei com a minha manager, que me apoiou de imediato, e mais tarde com uma fã/ amiga, que então me levou à APJ.
Lá expus a minha ideia, que também foi logo aceite com grande interesse e entusiasmo.
Gravei o “book of poems” em casa, em take directo (trata-se de uma captação directa sem grandes trabalhos de misturas ou masterização). Também fiz um vídeo de lançamento com os jovens (o Angels) cuja produção ficou a cargo da “Evolution films”.
Chama-se book of poems porque trata-se de uma metáfora alusiva a “um livro de poemas”, que não é mais do que um caderno de rascunho, e é lá que está toda a paixão que o artista está a sentir no momento, com erros, rabiscos, rasuras, tudo.

CH - Contactaste de perto com estes miúdos. Como foi a experiência?
AC - Foi impressionante. Era uma realidade que desconhecia por completo, e portanto foi uma grande aprendizagem para a minha vida. Mando daqui um grande abraço e beijinho para aqueles jovens todos e para a equipa que trabalha com eles.

CH - Estiveste no programa “5 para a meia noite” na rubrica “son of a pitch”. Que consequências tiveste com essa pequena aparição na TV?
AC - Aquela pequena aparição permitiu-me falar do projecto, o que foi um novo desafio para mim, pois tive que elaborar um texto sucinto, mas que fosse eloquente para poder passar a mensagem para os telespectadores, e esse objectivo foi conseguido, pois houve logo um grande interesse vindo de pessoas de todo o país, com o objectivo de contribuir.

CH - Tiveste também a oportunidade de ser entrevistado pelo António Freitas, um marco de referência no que toca a entrevistas a nomes como os Metallica ou Alice Cooper. Como foi?
AC - Foi fixe (risos). Achei engraçado porque eu estava ansioso à espera para entrar para o estúdio, mas ele teve a gentileza de me vir buscar, e no percurso para o estúdio percebi que ele é uma pessoas tão terra-a- terra, que deixa qualquer individuo super calmo e bem humorado.
A entrevista foi excelente, pois ele abordou vários temas de interesse, não só da música, mas também da escrita. Alem disso falei do “book of poems”, que era o meu grande objectivo.

CH - Por trás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher. Sei que o papel da tua manager Anabela Dias, tem sido fundamental para a tua carreira. Como descreves a vossa relação?
AC - É a primeira vez que falo da minha manager numa entrevista. O que tenho a dizer, é que ela tem um grande mérito em tudo o que tem feito relacionado com a minha carreira. Acrescentando o facto de que ela nunca tinha feito nada idêntico antes - começou do zero. Convidei-a para minha manager, porque se tratava de uma pessoa que estava sempre a divulgar o meu trabalho, gravava vídeos, procurava e contactava espaços para apresentar o meu trabalho para futuras actuações, etc .
Tudo isto por iniciativa dela. Desde aí, até a convidar para trabalhar formalmente comigo, foi um passo.
Ela tem um potencial enorme, aliado a uma grande vontade de aprender. Estou muito bem representado.

CH - Soube que já deste um concerto numa prisão. Como foi que isso surgiu? O que te passou pela cabeça ao tocares para uma população prisional? 
AC - Sim. Foi há uns anos, no Estabelecimento Prisional de Setúbal. Foi o 3º concerto de Face Oculta, e o primeiro do nosso actual baterista. Após as audições, comunicamos-lhe que o 1º concerto dele ia ser na Prisão, mas acho que ele só acreditou quando entrou lá dentro.
A manager da banda (Iolanda) sabia que eu queria tocar num local desses, e tratou de tudo para que tal se concretizasse.
A actuação foi normal, e eles gostaram. Chocou-me ver tanta gente jovem naquele espaço….

CH - Pelo que vejo as tuas artes têm uma forte tendência para a proximidade com os mais desfavorecidos ou marginalizados. Gostavas de falar um pouco sobre este teu lado mais humano e solidário?
AC - Identifico-me com o falecido actor, Marlon Brando. De facto, nunca me tinham feito esta pergunta, nem eu me tinha apercebido disso, para te ser sincero.
Isto pode soar meio esquisito, mas eu só faço o que o meu coração manda. O resto é arte.

CH - Esta é provavelmente uma pergunta rotineira mas, porquê o nome Cthulhu?
AC - Porque soa mal e esquisito (risos). O nome “Cthulhu” vem de uma figura ficcional de H.P. Lovecraft, que é uma das minhas referências da escrita do género horror/ ficção científica. Há uns anos atrás aventurei-me na escrita criativa e editei diversos contos desse género, e como mais tarde a Câmara Brasileira de jovens escritores do Rios de Janeiro me convidou para participar numa antologia, eu decidi adoptar este Pseudónimo, e assim ficou.

CH - Em relação à escrita, nunca pensaste em editar um livro com as tuas poesias?
AC - Pensar, já pensei, mas é algo que de momento não me move. Isto porque não me considero poeta nem nada do género. Apenas gosto de escrever prosa e poesia como mais uma forma de expressão artística. Nada mais.
 No entanto, escrevo e publico os meus poemas e contos num site brasileiro, o que já deu origem a uma participação num livro editado no Brasil. Dois dos meus contos de horror/ mistério foram editados numa colectânea intitulada " Irmandade das sombras".

CH - Pegando no teu poema “mensagem na garrafa”, se pudesses deixar uma última mensagem ao mundo, qual seria?
AC - Esse poema escrevi-o sob uma emoção descomunal. Mas respondendo à tua questão, nunca se sabe qual (nem quando) será a ultima mensagem que deixamos, portanto há que que respeitar e amar o próximo, sempre. Mas não deixaria nada muito elaborado. Apenas vivam a vida ao máximo e realizem os vossos sonhos.

CH - Existe ainda muito para descobrir sobre ti e o teu trabalho, mas para já penso que chegamos ao fim desta entrevista. Resta-me agradecer o facto de teres aceite o meu convite e desejar-te muito sucesso na tua carreira.
AC - Obrigado eu, ao blog "conta-me historias", pela entrevista e divulgação, bem como a todas as pessoas que me têm apoiado até aqui, e claro, um mega beijo a todas as mosqueteiras"







segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bagagem com peso de nuvem

A vida tenta dar-nos voltas, sempre à espreita, na esperança que aprendamos as lições ou caíamos derrotados. Muitos são os momentos de desalento que nos fazem tombar. É nesses momentos que levantamos os olhos ao céu e pedimos por uma luz, um sinal, algo que nos levante do chão. Mas por vezes nem sabemos o que queremos, ou o que procuramos, e depois do pedido, continuamos a fazer um barulho de fundo ensurdecedor que não nos permite ler os sinais que tanto ansiamos.
Sempre achei uma seca parar e ouvir o inaudível. Mas entendo agora, que só assim percebo as respostas que tanto procuro. Quando finalmente aquieto a mente e deixo pender os braços, numa atitude de rendição, de entrega, começam a surgir os verdadeiros mestre, os portadores das mais certeiras respostas. Como é bom ser reconhecida, finalmente, por aquelas almas que sempre cruzaram as minhas vidas. Como é gratificante perceber que afinal não estou verdadeiramente só e esquecida neste mundo de fotocópias. 

Como é doce quando alguém lê a minha alma como um livro aberto, sem sequer ter de contar os pormenores da minha vida. Que força arrebatadora me inunda, quando esses mestres conseguem ler-me bem fundo e encontrar a guerreira que em tempos fui. Aquela que virou o mundo e que agora se aninha no fundo de uma qualquer gruta, exausta, sedenta de reforços, de bateria extra. 

É impossível não crer no Universo. É impensável não respeitar que nunca estamos sós, em nenhum momento do caminho. Negar que esta simbiose energética nasceu de meros momentos, é loucura. Só a repetição de muitos trilhos, pode criar tal confiança, tal cumplicidade.
Resta-me receber todos os ensinamentos que conseguir e arrumá-los humildemente na bagagem que carrego. Falo daquelas palavras, atitudes, ou lições que não magoam, mas que tocam. Aquelas que o tempo não consegue apagar e que ficam cravadas para sempre na alma. Falo de uma bagagem com peso de nuvem, mas com carga de ouro, que pretendo levar para lá de todas as reencarnações.
Grata por virem em meu auxilio sempre que preciso. Grata por me reconhecerem, mesmo depois de tantos séculos de ausências. Grata pelo privilégio de pertencer à vossa história, nem que por breves momentos.

sábado, 24 de agosto de 2013

Heavy Metal - Uma boa causa

Já me disseram que sou sonhadora, já me acusaram de dar uma de Madre Teresa de Calcutá, já me chamaram de tudo, mas continuo a bater na mesma tecla: não estamos em tempos de reclamar de quem nada faz e fechar os olhos às necessidades de quem precisa de apoio, só porque é isso que se espera nesta sociedade cega, surda e muda de solidariedade.
O nome da minha doença pode ser utopia, mas agrada-me saber que existem mais "doentes" como eu que não cruzam os braços ao apelo dos mais fragilizados. É sempre bom reencontrar almas com a mesma energia e que, ao mesmo tempo que fazem o que mais amam, se dedicam e "emprestam" o seu trabalho no sentido de ajudar o próximo. 
Foi o que fez Alexandre Cthulhu, musico da margem Sul, que se expressa maioritariamente através da guitarra. Artista de grande versatilidade, usa estilos tão diversos como os blues, classic rock, musica experimental e heavy metal. Para saber mais sobre ele, deixo aqui o link: 
Alexandre não deixa ninguém indiferente com a sua música, e isso só por si é um grande feito. Porém decidiu ir mais longe e contribuir com o seu talento fazendo uma parceria com a APJ (Associação Projecto Jovem).
A APJ é uma instituição particular de solidariedade sem fins lucrativos, para jovens com deficiência mental e motora. http://apj.blogs.sapo.pt/
Esta parceria consiste em adquirir o novo álbum de Alexandre Cthulhu
"book of poems"
pelo valor simbólico de um euro. Como fazê-lo? É fácil, basta seguir estes três passos:

1 – Fazer uma transferência (valor mínimo, 1€) para a conta da APJ:
0007 0000 0082 228888623 (BES);
2 – Informar sobre a transferência para os seguintes e mail ou face book:
  • Heavyrock-prod@hotmail.com
  • Alexandre_cthulhu@hotmail.com
Indicando o seu email e declarar que realizou a transferência;

3 – De seguida receberá o álbum em formato mp3 no seu mail.


Pode depositar o que quiser como forma de ajudar esta causa. 

Para aqueles que não se contentam apenas com o álbum, podem vê-lo na Festa do Avante, no palco Setúbal  no próximo dia 6 de Setembro, pelas 23.30 horas. http://festadoavante.pcp.pt/2013/palco-setubal/


Há que dar apoio aos nossos artistas, assim como eles apoiam os que mais precisam.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Alquimia do Agora

Dei por mim a divagar
Sobre o que sou
O que queria ser
Fechei os olhos e parti
Rumo a um novo amanhecer

No meu sonho vi o mundo
Sobrevoei  os continentes
Abracei os sete mares
Enfrentei marés, correntes

A maior de todas, porém
O meu peito amarrava
Estava presa no Passado
O Futuro assustava

Continuei forçando
A realidade da minha prisão
Chicoteada pelos traumas
Vitima de uma e outra paixão

O mundo não era meu
Ainda não o conquistara
Faltava algo urgente
Aquele suspiro onde tudo para

Esse momento era ansiado
Um caso de vida ou morte
Enrolada na capa do fado
Maldizia a minha sorte

Só de olhos fechados
Mente quieta e calada
Consegui perceber
Como estava enganada

O Passado nada mais trás
O Futuro ainda está lá fora
O segredo está no Presente
A alquimia, no AGORA






terça-feira, 6 de agosto de 2013

A arma

Não tinha noção do vazio
Não vivia, como pensava
Não tinha a impressão da fome
Respirava, caminhava

Estava longe, muito longe
Dos sentidos e do desejo
Estava cega, adormecida
Despertei nesse beijo

A minha imagem era branca
Rodeada de neve e altas montanhas
O meu ser estava morto
Tudo era gelo até às entranhas

Paisagem cómoda e bela
Que me mantinha afastada
Não corria nenhum perigo
Nem de amar, nem de ser amada

Instigando ao desafio
Ergui alta fortaleza
Quem se atreve a passá-la
Com astucia e destreza?

Derrubaste a mais alta torre
Confesso a minha surpresa
Quando sem uso da força
Passei de predador a presa

A tua arma letal
Provocava grande ardor
Revestida de desejo 
Camuflada de amor





sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A minha mãe: a grande Mestre

Os seguidores do que escrevo neste blog já muito têm ouvido falar do meu pai. Talvez por já ter partido e por a ligação que sinto com ele ainda se manter muito enraizada em mim. Nada demais, afinal é meu pai.
Deixo talvez muito por dizer da minha mãe. Erro geral nos humanos, pensar mais, sentir mais, demonstrar mais afecto por aqueles que estão longe ou que já partiram. Nem por isso serão menos importantes os que fazem parte da nossa vida, sempre por perto nos dias bons e nos menos bons. 
Por tudo isto e mais, falo-vos hoje da minha mãe.
A minha mãe foi funcionária pública por muito tempo. Começou nova a desempenhar a profissão de administrativa. Alem desta função, e na maioria das vezes em simultâneo, explorou os bares do Teatro da Cornucópia (Bairro Alto), Centro Cultural da Malaposta, (Senhor Roubado- Odivelas), Associação Cultural Guilherme Coussoul (Lisboa). 

Ao longo da sua caminhada e ao sentir necessidade de se conhecer como ser humano e qual a missão da sua vida, enveredou pelo estudo de diversas formas de medicinas alternativas. O Reiki despertou a sua curiosidade e há 10 anos que tirou o nível de Mestre. Durante algum tempo formou muitas pessoas e ajudou muitas mais através desta ferramenta de cura. Para quem não sabe o que é o Reiki, convido a ler o site da Associação Portuguesa de Reiki.                                    http://associacaoportuguesadereiki.com/reiki/

Mas voltando à minha mãe...
Sempre voltada para o bem do próximo e com provas dadas da diferença que faz na vida daqueles que a procuram, decidiu promover um novo curso de Reiki, desta vez para iniciados (Reiki Nivel I).
Terá lugar no próximo dia 24 de Agosto, na Rua Elias Garcia, nº175 C, no Cacém (perto do Monte Pio).
Quanto a mim, resta-me ajudar naquilo que posso, visto que sou Reikiana desde 2006, mas fiquei-me pelo primeiro nível. Esta é uma das razões que me levam a escrever este post, para vos dar a conhecer esta nova oportunidade de se familiarizarem com esta terapia alternativa de estrema importância nos dias que correm. 
A outra, é dizer que sou suspeita em falar da minha mãe, mas além do amor que sinto por ela, estou inteiramente grata por me ter trazido ao mundo, por ter cuidado de mim e por me ter sempre mostrado mais do que aquilo que os olhos alcançam. 
Obrigado por tudo. Amo-te.

Deixo aqui a informação do curso em caso de interesse. Não deixem de contactar para qualquer esclarecimento.






quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Psicografia de amor

Já reparaste na mudança que está a acontecer? Quando te dizia que nada ia ser como previas, não acreditaste. Estás realmente a trabalhar e a perceber que caminho é o teu. Sabes que a tarefa será difícil e por vezes parecerá infrutífera. Mas não te deixes iludir. Cada pedra que retiras do teu coração, cada obstáculo que simplificas com as tuas palavras e acções em prol dos outros, abre-te o caminho para a clarividência do teu propósito. Agradeceste ainda hoje por teres feito algo que te fizesse sentir tão bem. Sentiste-te grata por puderes servir, por contares a tua história e mudares de alguma forma o rumo da história do outro. É assim, simplesmente assim, que tem que ser. Só assim o nevoeiro se desvanece e tudo faz mais sentido. Pois não somos uns sem os outros e ao espelhares a semente da união, não mais estarás só. A partir de hoje, não estarás sozinha. A partir de hoje sabes que alguém tem uma parte de ti que pode mudar a sua e a vida de outros. Simples, assim. Que importa se parece pouco aos olhos dos outros quando te faz sentir tão bem? Conserva sempre a humildade e a gratidão de hoje. Essa é a chave para não te perderes ao longo do caminho.