Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vitima do próprio crime

Todos os rios de todos os mares
Me levam ao mesmo céu
Tudo cai, passa e torna a subir
E nos entretantos da vida
Nos murmúrios do coração
Que suspira de cansaço
Volto a ser o que sempre fui
Sem lição aprendida
Estou dormente, inanimada
Estarei viva, afinal?
Serei apenas caco
Do espelho de outr'hora
Diz-me tu que tanto sabes
O que posso ser ainda
Depois de ter dado tudo
Após morrer e voltar a nascer
De tudo, pouco que dei
Que era tudo o que tinha
Nada sobrou de mim
Rejeitaste o bom, o mau
O assim assim
E criaste por fim
Tudo o que tens hoje
Apenas o que sempre fui
Sou vitima do meu próprio crime
Amei demais sem saber
Pagarei a minha pena
Reaprendendo a viver

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os que ficam

A vida é curta e arrepiantemente frágil. Podemos compará-la com a água, quando, por mais que a queiramos agarrar, ela nos foge por entre os dedos. Hoje não venho aqui falar dos que vão, mas sim dos que ficam. Dos que ficam depois dos outros partirem. Existem duas formas de passar por uma perda de um ente querido: os que estão para partir, e têm tempo para despedidas e os que pura e simplesmente, desaparecem sem deixar espaço a um simples adeus. Uma das pessoas mais importantes da minha vida, partiu sem me dar tempo ou sequer hipótese de me despedir. Nestas circunstâncias, nada parece real. O choque inicial, leva-nos a ter uma experiência de quase saída do próprio corpo. Parece que estamos a assistir a um filme que nos é alheio, que não é nosso. Como se o ego, num sinal de protecção, nos fizesse acreditar que tudo aquilo são coisas dos outros e não coisas que também nos podem acontecer a nós. Depois,...bem, depois vem o pior. O regressar a casa e ver o cinzeiro ainda por despejar, convidando a um cigarro que nunca mais irá ser fumado. As palavras cruzadas incompletas, que terão como destino o lixo, permanecendo na mesma condição em que foram deixadas. O perfume na roupa, que teima em não sair. A agenda com inúmeras tarefas, que jamais serão cumpridas. Andava a estudar, quando o meu pai faleceu. Ainda hoje guardo os seus pertences, entre os quais uma agenda que prometia uma visita à escola, por causa de uma reunião. Mas há pior do que isto. Quando um dia acordamos e sentimos uma vontade insustentável de falar com essa pessoa. O que estava à distancia de um telefonema, passou agora a estar à distancia de uma vida. O corpo dói de tanta saudade, mas nada há a fazer. Nada, além de ter fé que a nossa história não acaba aqui. Que um dia destes, vamos finalmente estar juntos de novo. Com o passar do tempo, a dor é atenuada e as lágrimas vão lentamente escaciando, mas sempre com um sentimento de perda irreparável, como se tivesse levado consigo partes de mim, que nunca mais encontrarei. Os filhos nascem, constituímos família, e pensamos que isso nos devolve alguma paz. No meu caso, trouxe-me raiva e sentimento de injustiça, por não poder ter o avô dos meus filhos por perto. Mas, mais uma vez, quero acreditar que ele está por perto, mesmo sem o conseguir ver ou falar com ele. Resta-me passar a sua memória, contando aos meus filhos que fui realmente abençoada, por ter um pai como ele. São opções que temos que fazer, em prol de limitar a dor ao suportável e ultrapassar a perda. Optei por dar graças ao tempo que tivemos, deixando de lado o que podíamos ter tido.



(imagem retirada da Internet)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Abraça-me


A vida passou nova rasteira
Neste emaranhado de caminhos
Por isso te peço que me olhes
E me tragas um carinho




(imagem retirada da Internet)

 Pára se puderes
 Por um segundo que seja
 Abraça-me e segura                                                                            
 Esta alma que fraqueja                                                                        

Sente a minha dor
Mesmo que não a sintas
Chora as minhas lágrimas
Mesmo que me mintas

Pois se mentes por amor
E ainda assim estás comigo
Não duvido ao pensar
Que és de facto meu amigo

Não é de palavras que preciso
Não é de avisos nem conselhos
Apenas de um abraço sentido
Para que não caia de joelhos

Porque a força do teu abraço
E o quente do teu carinho
Vai mudar a minha vida
Provando que não estou sozinho


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"E se o seu filho fosse pedófilo?"

Hoje, no programa da SIC, Companhia das Manhãs, falava-se de pedofilia. A questão que colocaram foi, se o público era a favor ou contra a castração química. O médico que estava presente em estúdio, era a favor da medida, mas tinha algumas relutâncias quanto à sua eficácia, dizendo mesmo que, nalguns casos poderia despoletar efeitos secundários, nocivos para a pessoa. Falaram muito sobre os direitos humanos do pedófilo, dizendo tratar-se de uma doença do foro psicológico, que tem que ser acompanhada. O médico até referiu, que muitas vezes o pedófilo não vê como se estivesse a fazer mal. Que sabe que são actos condenáveis para a sociedade, mas como não entende que esteja a praticar o mal, faz na mesma. Ora, eu também não vejo mal nenhum em ter dinheiro. Simplesmente, não saio por aí a assaltar bancos, só porque sim. Neste momento, já eu fervia de raiva. Porque será que se fala tanto sobre estes tipos e nada sobre o apoio que as vitimas deveriam receber? Porque será que temos que ser todos nós, inclusive os pais e familiares das vitimas, a pagar estes e outros custos? Estava eu quase a partir a televisão, quando liga para o estúdio uma senhora, que dizia ser contra a castração química, visto que "esses monstros", como lhes chamou, não merecem nada da sociedade, que aqueles químicos não resultam e rematando, que nem têm direito à vida. Claro que toda a gente no estúdio ficou perplexa. Não sei porquê! Esta senhora disse apenas o que a maioria de nós pensa, sobre este assunto. Foi então que Rita Ferro Rodrigues, perguntou a esta senhora o seguinte: "E se fosse o seu filho, o pedófilo, pensava da mesma maneira?" Por momentos a minha cabeça andou à roda. Foi uma óptima pergunta. A senhora respondeu que não se conseguia ver nessa posição e que só podia falar como mãe de uma menina de 11 anos. É certo que nem consigo imaginar o que seria ter um filho pedófilo, mas com certeza, se as penas para estes "doentes" fossem mais pesadas, não existiriam muitos filhos de senhoras, a cometer estes crimes. Um pedófilo é um assassino de personalidades. Um pedófilo tira a vida que uma criança poderia ter tido e troca-a por um emaranhado de maus sentimentos e perturbações psicológicas, quase insuperáveis. Em Portugal, deveria ser punido, com a pena máxima.  Portanto, Rita, se o meu filho fosse um pedófilo, que Deus me ajudasse a suportar a dor, mas não tenho dúvidas ao dizer, que embora estivesse com ele, ajudando-o em tudo o que pudesse, teria que pagar bem caro pelo seu crime.

(imagem retirada da Internet)

Quero um Bobin dos Bosques!

Ontem assisti a uma cena no supermercado, que me levou a pensar em prioridades. Estava na caixa, pronta a pagar as minhas compras e atrás de mim encontrava-se uma senhora com uma criança, que devia rondar os 4 anos de idade. Como qualquer criança, pedia um chocolate, que se encontrava bem posicionado numa prateleira perto da caixa. Digo bem posicionado, pois mandam as leis de marketing que assim seja, levando-nos muitas vezes a consumir produtos que não são prioritários à nossa subsistencia. Ou será que são? A mãe da menina, depois da insistência da filha, perguntou ao senhor quanto custava o chocolate.  Ao obter a resposta, pediu para excluir um pacote de arroz da sua conta, para poder levar o chocolate. Fiquei a pensar, porque será que não podemos ter tudo. Porque não podemos dar comer, vestuário, calçado, educação, saúde e, de vez em quando, um mimo extra aos nossos filhos, sem que para isso, tenhamos que dispensar uma outra coisa que nos fará falta? A resposta é clara, o dinheiro não chega para tudo. Mas o desiquilibrio em que vivemos, está longe de ser justo. Enquanto existem pessoas que se queixam do dinheiro que gastam com livros para a escola dos seus filhos, mas depois passam horas nas filas de lojas, porque saiu a nova Playstation XPTO, existem também aqueles pais que têm que dispensar um quilo de arroz, em troca de um mero chocolate. Claro que podemos dizer que as crianças passam bem sem um chocolate, mas por vezes a ânsia de dar o que não tivemos, fala mais alto. E se tivermos em conta a herança que os nossos políticos deixarão para as gerações vindouras, há que dar o que se pode, enquanto ainda se pode dar alguma coisa. Se quisermos aprofundar a questão, podemos ainda dizer que aquele pacote de arroz poderia alimentar uma família, levando-nos novamente a cair na tentação de pensar que aquela criança, afinal é uma das que tem sorte. Há sempre quem esteja muito melhor ou muito pior do que nós, mas ainda acredito que se pusermos o egoísmo de lado, poderemos viver numa sociedade mais equilibrada. Chamem-me sonhadora, mas sei que não sou a única a pensar assim. O que faz falta é um Robin dos Bosques. Só fazendo com que os grandes partilhem com os pequenos, se pode mudar o Mundo.

(imagem retirada da Internet)




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Afinal há dinheiro!

Fui responder a um anuncio de trabalho onde, uma das clausulas para ser seleccionado, era não ter parentes a trabalhar naquele sítio. Achei correcto, pois evitava que houvesse algum tipo de preferência sobre os candidatos, baseado nalgum membro da família. Mas logo em seguida, recebi um mail de um amigo que fala sobre os diversos parentescos que existem no Governo. E tem lá de tudo; mães, cunhados, irmãos, filhos, etc.  Este documento fala também nas reformas escandalosas que algumas pessoas recebem. Foi uma coisa que sempre me fez confusão, o facto de se receber uma reforma pura e simplesmente porque alguém parou de desempenhar funções e não, como é normal ao comum mortal, porque chegou a altura de se reformar de vez. Ou seja, eu tenho que trabalhar até aos 65 anos para me reformar, independentemete dos vários trabalhos que desempenhar na vida. Enquanto há outros que saem de dirigentes do Governo e recebem logo uma reforma por isso, vão trabalhar para uma qualquer empresa e ao saírem acumulam outra reforma choruda, e assim sucessivamente. Se eu, cada vez que saísse de um trabalho, ficasse a receber uma reforma, já não precisava de trabalhar. Um exemplo, que não é dos piores, é o do nosso Presidente da Republica que, de acordo com o dito documento, neste momento recebe nada mais nada menos do que 3 pensões pagas pelo Estado, acrescido do valor que recebe com P.R. São elas 4.152,00 euros do Banco de Portugal, 2.328,00 euros da Universidade Nova de Lisboa e 2.876,00 euros pelo cargo que desempenhou como Primeiro Ministro. Ora, só as pensões dão a módica quantia de 9.356,00 euros por mês. Mas vocês podem dizer que são pessoas com muitos estudos que têm a responsabilidade de governar o país e como tal merecem estes valores. Mas, tal como disse, este documento que recebi, fala também de um senhor que foi nº 2 na câmara de Lisboa, na altura de  Jorge Sampaio e de Mário Soares , de seu nome Vasco Franco. Este senhor com 50 anos de idade foi aposentado, estando a receber uma pensão de 3000 euros, como Técnico Superior de 1ª classe, apesar das suas habilitações literárias se resumirem ao 9º ano. Como é que isto é possível, também eu gostava de saber. O que prova tudo isto, é que sendo estas afirmações verdadeiras, (e acredito que sim) não há razão nenhuma para não percebermos porque nos pedem constantemente para apertar o cinto e viver nas extremas dificuldades que vivemos. Portugal tem que acordar de vez! Já não é só a nós que estes senhores roubam, é sim ao futuro dos nossos filhos, impedindo que estes tenham o direito a serem crianças, impedindo que eles tenham o direito de ser cidadãos formados e produtivos. Isto é, se forem filhos de pessoas honestas, com poucos recursos e trabalhadoras. Porque se forem filhos de Ministros, Gerentes de Empresas ou de Presidentes de uma qualquer instituição, o seu futuro está garantido, sem muito esforço.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Feitas as contas,...esquece lá isso!

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre novos autores da literatura portuguesa. Poucos são aqueles que ainda não editaram um livro, seja por edições de autor, seja através de editoras, existindo mesmo quem o faça através de pedido de impressão por demanda, ou seja, mandando imprimir apenas o que o autor quiser comprar. Foi o que fiz com as minhas obras, visto não ter recursos para fazer a coisa de modo diferente. Através do pedido por demanda, podemos editar um livro sem ter que pagar muito mais do que a sua impressão e sem ter que adquirir centenas de exemplares, que eventualmente, teríamos que armazenar em casa. Mas mesmo recorrendo a este método mais económico, temos o problema da divulgação. Depois do livro editado, precisamos de divulgar a obra, o que se torna complicado. Então começamos a enviar o original para várias editoras, a fim de o fazer. Esta foi a proposta que recebi duma dessas editoras, que por motivos éticos, não vou divulgar o nome. Tenham em conta antes de lerem o resto, que cada livro me sai a 6 euros por demanda. O email recebido começava por dizer que depois de avaliarem a obra e o impacto da mesma no mercado livreiro, gostariam de publicar o meu livro. Depois... bem, depois, veio a parte pior. Para começar, teria que adquirir 250 livros duma primeira edição de 500. Teria que os adquirir pela módica quantia de 10 euros cada,o que multiplicado por 250 dá a simpática quantia de 2500 euros. Os outros 250 seriam então destribuidos pelas livrarias do país, tendo como valor de venda ao publico 13 euros. Desses 13 euros eu receberia 10% de comissão, o que perfaz 1,30 euros por livro vendido. Ou seja, se eu tivesse a sorte de vender os livros todos da primeira edição (500 exemplares), colocando os 250 que comprei ao mesmo preço de 10 euros, no final e feitas as contas eu receberia 2850 euros.  Tirando a isto o que já tinha pago à editora, ficaria com 350 euros. Por seu lado, a editora receberia 5750 euros.  A editora teria um lucro de 5400 euros. Podem vocês dizer que a editora não vive do ar e que tudo isto envolve custos, mas enquanto a mim o livro  por demanda me sai a 6 euros, à editora deverá sair a perto de 4 euros. Ora 500 livros a 4 euros cada dá 2000 euros. Eu pago 2500 de inicio, o que cobre e sobra a elaboração do livro. Quando confrontada com o facto de me ser impossível despender de tal quantia, a editora responde que visto  ser a obra de um autor desconhecido, não pode a editora correr riscos.  Mas sendo assim, nunca poderei ser conhecida, pois não tenho dinheiro para isso. Muito bem, sendo assim, pergunto eu nesta minha ignorância sem limites: Será que todos aqueles autores de renome da nossa praça estão cheios de dinheiro e escrevem por desporto, ou qual é o nome da editora que apostou neles (mesmo sem dinheiro) e os lançou como escritores? Tudo isto me faz lembrar a história do tão falado Zé Cabra, que teve que pagar a uma editora para gravar um disco. Falta saber se a minha obra é tão má que tenho que pagar para a ver publicada, ou se por outro lado esta é uma boa maneira de algumas editoras ganharem dinheiro fácil. 

O que me move

Querer e não ter
É o que me move
Se tenho não quero
Se quero não tenho
Mas afinal o que tenho
Foi o que sempre quis
E o que não quero
É aquilo que tenho sempre
Quero ser feliz
Tenho poder para ser
Quero ter poder
Tenho força para vencer
Quero vencer no mundo
Mas até isso já fiz
Aqui cheguei
Aqui venci
Mas ainda não percebi
Será que tenho                                                                  (imagem retirada da Internet)
Será que não
Tenho com certeza
E se não tiver o que quero
Tenho o que sempre quis