Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Recordando o paraíso - Jampaias


Imagine que vai passar um fim de semana diferente. Entra no carro com três amigos e viaja rumo ao Alentejo. Depois de umas indicações desenhadas num papel e de uns quantos enganos, depara-se com uma herdade no meio da Natureza, rodeado de ar puro e de uma vasta e variada vegetação. Logo à entrada, os painéis solares e uma horta de cultura biológica, convida a desfrutar de energias renováveis e de uma cozinha vegetariana cheia de odores e paladares desconhecidos e deliciosos.
Ao chegar, encontra um grupo de desconhecidos, cúmplices de aventura, que depressa se tornam amigos de longa data.
Para quem pensa que as surpresas acabaram, é desiludido ao vislumbrar o interior da habitação que o acolherá.
Quartos com uma simplicidade e bom gosto tal, que eleva a vontade de mudarmos de casa por um período indeterminado de tempo.
Recantos que convidam à leitura ou simplesmente ao descanso, sem lugar para televisões ou noticias do Mundo.
Perto dali, um enorme espaço, onde antes seria um celeiro, completamente decorado para receber os seus hóspedes, proporcionando terapias alternativas, meditação e relaxamento.
Depois destas actividades, uma caminhada pelas imediações para recuperar o fôlego e abrir o apetite para o almoço.
E que almoço! Cozinha vegetariana com cheirinho a Alentejo, escondendo receitas dos Deuses.
Mais um pouco de exercício e meditação, Reiki e Yoga.
Depois de um bom banho, estamos reunidos em volta de uma fogueira, contemplando o magnifico céu estrelado e evitando pensar no regresso a casa. A vontade de ficar não combate a necessidade de regressar à vida real, mas ficará para sempre a promessa de um regresso a este paraíso, chamado Jampaias.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Gostar de quem ficou

Quando alguém nos magoa uma vez, deve dar-se o beneficio da duvida. Quando alguém nos magoa uma segunda vez, devemos ficar em alerta. Mas quando alguém nos magoa constantemente e de tanto perdoar, já não sabemos como agir em relação ao outro, criamos um problema gigantesco.
Será que o outro não se encherga? Será que não atinge o mal que causa? Será que pensa que a nossa benevolência é à prova de tudo e que pode continuar a agir do mesmo modo? O que fazer quando o amor que sentimos pelo outro, cria uma barreira de tal modo opaca, que ficamos sem saber como nos defender?
É certo que fomos nós próprios que criamos este problema, mas como sair dele?
Não me refiro àquelas pessoas que nos fazem mal, usando a violência psicológica ou mesmo fisica. Refiro-me àqueles outros do qual dependemos sentimentalmente e que não nos prejudicam directamente, mas que têm actitudes constantes de despreso, mascaradas por conversas banais e pela palmadinha no ombro.
Quando finalmente ganhamos coragem para falar dos nossos sentimentos e para revelar o mau estar com que vivemos, perante tais actitudes, a admiração é geral, como se fossemos loucos, que de repente estivessemos com os nervos em franja.
Não, não somos loucos. Somos seres humanos danificados, pois tarde percebemos que a vida não é tão simples como nos fizeram acreditar. Não podemos tratar o amor como um bem adquirido e garantido, porque há muitos que não têm a sorte de poder contar com ele.
A esses, escangalhados e destroçados por serem diferentes, resta apenas quebrar a corrente, levando a vida a contrariar o que lhes fizeram.
Se calhar a melhor maneira de o fazer é tratar quem sempre esteve presente, com amor e esquecer os que se afastaram uma e outra vez. Por isso há que tratar a única pessoa que sempre permaneceu do meu lado, da melhor maneira possivel. Por isso, vou gostar mais de mim, a única que nunca me abandonou.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Viver não custa; custa é saber viver



Portugal é um país onde nos habituámos a reclamar por tudo e mais uns trocos. Para o português nada está como deveria estar. Se chove, é porque chove; se não chove é porque temos seca. Se faz frio, é porque faz frio; se não faz frio, está um calor que não se aguenta. Se temos passagens aéreas para atravessar as linhas dos comboios, passamos na linha para não ter que andar muito; se não temos passagens aéreas para atravessar as linhas dos comboios, rebentamos com os muros que nos impedem de passar por elas.
Foi o que aconteceu em Vila Nova de Gaia, quando os moradores de S. Félix da Marinha destruíram pela terceira vez um muro, que impede os peões de atravessarem a linha do comboio, passagem que usam para chegar à praia. Os moradores encontraram desta forma uma maneira de reclamarem junto da REFER, exigindo uma passagem desnivelada.
E agora pergunto eu: e se no meio dessa reclamação, alguém tem o azar de ficar debaixo de um comboio, de quem é a culpa? Além disso, não será mais cansativo dar cabo de um muro, do que dar uma grande volta para chegar ao destino?
Estou mesmo a imaginar a a típica família portuguesa a chegar à praia de sacos, toalhas, bóias e com a tradicional geleira na mão. Dizem os putos:
- Pai, podes encher a minha bóia?
Responde o pai:
- Tás parvo, ou quê? Achas que depois de deitar aquele muro abaixo, ainda tenho fôlego para encher seja o que for? Vou mas é beber uma "mine" ali ao bar.
E lá vai ele, beber a sua "mine", ver as miúdas passar e fumar o seu cigarrinho. Ai, como é bom ir à praia em família.
Por falar em fumar um cigarrinho, parece que o ministro da saúde islandês propôs um projecto lei, no mínimo, inovador: fazer do tabaco um produto sujeito a receita médica.
Visto assim a cru, parece uma ideia patética, mas se traduzirmos isto para a realidade do nosso país, faz algum sentido. Se não vejamos:
- O tabaco passaria a ser vendido exclusivamente nas farmácias. Isto era bom a nível de poupança, pois ao entrar num estabelecimento para comprar tabaco, pedimos sempre um café ou uma cerveja. Numa farmácia ninguém vai beber um frasco de Benuron, para em seguida fumar um cigarro.
- O tabaco seria prescrito pelos médicos de família. Como mais de metade da população portuguesa não possui médico de família, a maioria dos fumadores deixariam de fumar (legalmente).
- Os que fossem apanhados a fumar sem receita médica, eram penalizados com multas. Os cofres do estado enchiam e podia ser que não fosse necessário tanta caça à multa nas estradas.
Esta questão das receitas médicas é que me custa a visualizar. E se o médico exercendo o seu direito de objector de consciência, não quiser passar a receita? Ou se for como o meu médico, que quando é preciso, vai de férias, quando volta, vai de baixa e quando regressa, vai para um qualquer congresso? Isto expandiria com certeza uma espécie de "mercado negro" das receitas médicas, ou até mesmo, algum tipo de contrabando.  Já estou a imaginar a cena: uns sujeitos de aspecto duvidoso, à porta dos centros de saúde, de gabardina comprida, escondendo um mostruário de maços de Ventil, Filtro, ou Mallboro, aliciando à compra ilícita do produto. Nisto, vem um policia:
- Boa tarde, senhor transeunte. A sua receita médica, por favor.
E a pessoa em questão a apalpar os bolsos, alegando que a deixou em casa.
- Muito bem, vou autoá-lo.
- Oh, senhor agente, não faça isso. Isto já anda tão mau, estou desempregado tenho três filhos, uma mulher acamada e a minha sogra num lar.
- Bem, está bem. Dê-me lá três cigarrinhos e não se fala mais nisso. Mas para a próxima, não se livra.
O melhor mesmo, é deixar de fumar. O tabaco é um vicio cada vez mais caro e extremamente prejudicial à saúde. Será melhor em vez disso, ocupar o seu tempo com coisas mais saudáveis, tais como o exercício físico. Fazer um jogging matinal, caminhada, desporto ou... sexo.
É o que faz chefe de estado Italiano, Sílvio Berlusconi que, segundo o seu médico pessoal, pode manter seis relações sexuais por semana, apesar de precisar de descansar ao sétimo dia. Penso que já a Bíblia se referia ao mesmo, (talvez sobre outro assunto), quando Deus ao sétimo dia descansou. A única prescrição médica é fazer uma soneca de 45 minutos todas as tardes.
Aos 74 anos de idade, e depois de ter vencido uma batalha contra um tumor na próstata, a vida de Berlusconi resume-se a ir ao Parlamento dizer umas piadas, fazer sexo e dormir umas sonecas. (Encerra ao Domingo, para descanso do pessoal)
Viver não custa; custa é saber viver.





terça-feira, 5 de julho de 2011

Insólitos à Portuguesa


 Li hoje no jornal, que uma mulher foi apanhada a tentar ajudar o marido a fugir de uma prisão no México dentro de uma mala, depois de uma visita conjugal. Parece que a rapariga de 19 anos apenas, mostrou uma certa dificuldade em puxar uma mala com rodas, o que despertou a curiosidade dos guardas prisionais.
Lá dentro estava nada mais , nada menos do que o companheiro, em posição fetal e, aposto, com alguma falta de ar.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1897512
O senhor em questão cumpria uma pena de 20 anos de prisão, por posse ilegal de arma. E é aqui que o insólito acontece.
Não, não é o senhor a ser transportado numa mala de viagem.
Não, não é a audácia da companheira.
Não, não é o facto de o senhor caber na mala.
Mas sim, cumprir uma pena de prisão de 20 anos, apenas por posse ilegal de arma.
Ou a história está mal contada, ou o sistema juridico daquele país é muito mais severo do que o resto do Mundo. Então e se o senhor assaltar uma bomba de gasolina, será que lhe é administrada a injecção letal?
Mal contada ou não, a verdade é que esta realidade está muito distante da portuguesa. Basta ver o caso do policia da GNR que foi condenado a seis anos de prisão, por ter molestado uma menor.
Além disso, nós por cá até temos policias que conduzem sem carta, por isso não me admira que existam alguns que nem tenham porte de arma.
É por estas e por outras que Portugal é considerado um paraíso. Aqui tudo é permitido e tal como os nossos costumes, brando.
Vejam o caso do Vale e Azevedo, por exemplo. Coisa mais branda não há. O processo de extradição de do Reino Unido para Portugal, que se encontra suspenso sem data marcada após sete audiências, completa três anos na sexta-feira. Enquanto isso, lá vai dando mais umas "golpadas", em terras alheias (thank  God).
Mas nada disto importa quando se fala de recordes e Portugal já é detentor de alguns.
Não, não é do numero de vezes que Fernando Nobre se candidatou a algo.
Não, não é do numero de vezes que o IVA aumentou.
Não, não é do numero de desempregados.
É um doce de forma fálica, com 20 metros de comprimento, que vai ser preparado e apresentado por uma confeitaria de Amarante na próxima mostra do vinho verde da cidade. O doce é uma réplica gigante dos famosos doces de São Gonçalo, composto por 90 dúzias de ovos, 70 quilogramas de açúcar e 50 de farinha. A organização acredita que vai ser batido o recorde do maior doce de S. Gonçalo alguma vez preparado em Amarante.

Reza a História, que a forma fálica do doce, que é uma tradição em Amarante, está relacionada com a fama do beato S. Gonçalo como casamenteiro. http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/doce-falico-promete-fazer-furor
Há lugares com muita sorte, nós cá em Lisboa temos o Sto. António e só lhe vemos o manjerico.

(Imagem retirada da Internet)







segunda-feira, 4 de julho de 2011

Vamos mas é de férias, que o Natal já ardeu!


                                                                          (Foto retirada da Internet)

A crise já faz parte da nossa vida, obrigando todos a viver com ela, como uma esposa chata e faladora que não nos dá descanso.
As noticias dão-nos conta de que os portugueses estão a controlar o seu dinheiro de todas as maneiras possíveis. Nesta altura a situação é mais notada, no que diz respeito às férias. Os que iam para o México, optam pela Europa, os que iam até Espanha, ficam-se pelo Algarve e os que iam para a casita de família no Norte, com um pouco de sorte, vão molhar os pés às praias da linha e depressinha, que têm o almoço para fazer em casa.
Com toda esta poupança não é de admirar que as patrulhas da policia de transito, tenha vindo a verificar menos acidentes nas estradas portuguesas. É que o numero de carros a circular deve ter diminuído considerávelmente.
E mesmo aqueles que ainda têm uns trocos para gastar em combustível, são apanhados sem seguro, sem inspecção periódica dos veículos e, nalguns casos, sem carta de condução. O dinheiro não dá para tudo.
Graças a Deus que ainda dá para uns copos, ou não fossem muitas vezes autoados por condução sob o efeito do álcool.
Mas nem todos viajam para se divertir ou descansar. Há muitos que viajam para trabalhar, mas nem assim têm um pouco de sorte na vida. É o caso dos 42 portugueses que estão detidos em Luanda, aguardando a extradição para Portugal, por falta de visto. Está visto que não são só os ladrões que têm que ter um pouco de sorte na vida, os trabalhadores também.
Só tenho pena que não se possa proceder a um sistema de troca: trocamos os nossos 42, por 42 vossos que vieram para cá, não trabalhar, não gerar riqueza ao país, mas roubar, matar e violar.
Portugal está a ficar de um modo que vai haver dias, que um "gajo" à tarde, não pode sair à noite.
E já nem vale a pena chamar a policia, pois os que são sérios não têm poder e os que têm poder não são sérios.
As noticias de hoje falam de um senhor, chefe de sala do Casino de Lisboa, que foi apanhado a roubar. Em boa verdade vos digo, que fiquei mais chocada com o facto de se ter deixado apanhar de modo tão estúpido, do que própriamente do roubo em si. Claro que não acho correcto qualquer tipo de roubo, mas se tivermos em conta o elevado numero de pessoas que dão cabo das suas vidas, em favorecimento do jogo e dos casinos, sempre é melhor roubar assim, do que roubar pensões de 200 euros a velhinhas.
Mas o senhor era profissional de um casino e não de roubo, logo, disse a toda a gente que tinha ganho o euro milhões. Claro que ninguém acreditou e começaram a mantê-lo debaixo de olho. Daí a ser apanhado, foi um pulo, ou por outra, foram duas fichas de mil euros cada.
Mas não se preocupem, por enquanto estamos bem. Vamos mas é de férias, descontrair e descansar. O que é que importa se, ao chegar ao Natal, não tenhamos sequer dinheiro para as couves? Olha, em ultimo caso, trocamos o bacalhau pelo palouco e as couves por uma açorda.