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Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

sábado, 4 de janeiro de 2014

E tu? Amas-te?

 
Jesus disse "Amem-se uns aos outros, como a vós próprios". Talvez por descuido, distração ou por preguiça, ao longo de mais de 2000 anos esta frase foi encurtada. Na verdade, a única coisa que restou foi o "amem-se uns aos outros".
O que outr'hora ensinava uma lição de compaixão pelo próximo, foi cortado a meio, sem que se aproveitasse o final da frase. Como se a segunda parte desta mensagem fosse apenas um ornamento que deixasse de fazer qualquer sentido ou uma abreviatura sem razão de existir. 
Por outro lado, talvez estejamos mesmo a fazer isso: a amarmos o próximo como a nós mesmos. Isso talvez explique a maldade que os Homens praticam uns contra os outros. Alguém que maltrata o próximo, só pode trazer o coração cheio de fel e, por seu turno, não se ama a si próprio. 
Mas porque será que nos custa tanto amarmo-nos? Porque raio fazemos muitas vezes das tripas coração por alguém e nem conseguimos levantarmo-nos para matar a nossa própria sede? 
Ensinaram-nos a respeitar o outro, a amar o outro, mantendo em segredo o caminho mais fácil: o do amor próprio. Chegamos ao cumulo de boicotarmos tudo o que precisasse de ser feito em prol de nós mesmos, sob pena de sermos vistos como egocêntricos ou egoístas. O que está na moda é darmos a mão ao próximo, sempre o outro primeiro, não vá o Diabo estar à espreita ou sermos postos de parte por uma sociedade cada vez mais "politicamente correcta". 
Mas onde está o ensinamento que nos alimenta a auto estima, que nos diz que o único caminho para um qualquer amor verdadeiro, começa por nos amarmos? E porque será que é tão difícil amarmo-nos? Porque razão corremos o mundo descalços sobre brasas pelo outro, mas nunca andaríamos sequer dois metros em piso regular por nós próprios?
O ser mais difícil de amar somos nós mesmos. A razão é simples: sozinhos connosco não há máscaras, nem duvidas, não há ilusões ou coisas mal explicadas. Vivemos todos os dias, horas, minutos e segundos acompanhados por nós, sem hipótese de fingimento. É claro que nos tentamos enganar, dissimular sentimentos, descrer nisto e naquilo, mas essa escolha consciente de forjarmos o que sabemos como certo, apenas nos atrasa a evolução e nos condena à tristeza. Deixamos de ser nós, até para nós próprios. 
Aos outros mostramos sempre a parte que queremos, mas a nós, é-nos dada a pena de viver com o pacote todo: o bom, o mau, o melhor, o pior, o assim-assim. Tentamos sempre mudar os outros, pois é bem mais fácil assim, do que alterarmos os nossos padrões de comportamento, ou pontos de vista. 
Coloco aqui algumas questões em tom de desafio, a todos os que pensam que só encontrarão o amor noutro alguém: 
O que estaria disposto a fazer pela pessoa que mais ama? 
E por si? O que estaria disposto a fazer por si?
O próximo passo é o mais complicado, mas nem por isso impossivel.
Seja aqui e agora a pessoa que mais ama. 
Não, não é egoismo. Não, não é egocentrismo. É a tão necessária auto estima que lhe falta para receber na sua vida o tal amor verdadeiro.
Não é a necessidade que atrai esse amor que só se vê nos filmes, o tal que parece inexistente.Toda a energia funciona sob a mesma regra e o amor não é excepção: o que atrai amor é o amor. O que atrai o amor verdadeiro é, tão somente, o amor próprio.