Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sai um fino e uma sandes de alforreca!


Não há muito tempo atrás, a ONU veio fazer uma proposta que é no mínimo bizarra: introduzir  insectos na alimentação com o objectivo de fazer frente à fome. Mas os senhores da Organização das Nações Unidas não se ficaram por aqui e propõem agora que se inclua nas ementas a alforreca. Isso mesmo, a alforreca, esse animal translucido e gelatinoso que flutua nos mares.
 Tendo como slogan a frase: "Se não podes lutar contra elas... come-as", os especialistas da ONU lembram os ocidentais que este animal é já uma iguaria comum em países como a China. (Como se isso nos servisse de consolo).
Acredito que uma pessoa com fome submete-se à maior das loucuras para se saciar, mas custa-me a crer que com tanta tecnologia ao dispor da humanidade sejamos sugestionados a modificar tão drasticamente a nossa alimentação. Num mundo que tanto tem criticado aqueles que se dizem vegetarianos, o que responder a estes iluminados que defendem, em vez de um mundo unido e produtivo no que diz respeito a criar condições dignas de consumo a todos os seres humanos, comer larvas e gafanhotos, com umas entradazinhas de alforreca? Compreendo que o alimento escasseia em alguns pontos do globo. Mas será que se deve às condições do próprio mundo em mudança ou à ganância de alguns que se apropriam de tudo o que gera lucro fácil, deixando-nos apenas os insectos e as ditas alforrecas? Seja como for, espero que a tão comentada crise não me obrigue a tal dieta. Se não concordam, dêem uma olhadela na ementa que se segue e digam-me se vos abre ou não o apetite.



Pratos do dia


  - Alforreca à lagareiro
  - Gafanhotos de escabeche
  - Larvas à minhota
  - Baratas  au champignon. 

Sobremesas


 - semi-frio de tarântula 
 - pudim de caracoleta
 - minhocas com chantilly 

BOM APETITE!


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Os Teus braços

Quero perder-me no meio do nada
Voar na direcção do vazio
Saltar do mais alto penhasco
Com rumo ao desconhecido
Quero sentir-me parte do vento
Viajar nas suas asas
Envolta em duvidas sadias da certeza
Certeza de um mundo melhor
Mundo desconhecido recheado de oportunidades
De viagens cheias de vida
De vidas cheias de cheiros, sabores e texturas
Coisas nunca vistas ou experimentadas
Quero envolver-me no mistério
Abrir o peito ao que o Universo me promete
Saber que o chão é areia dourada
Onde enterro os pés qual árvore frondosa
Estendendo os meus ramos até aos céus
Quero ficar aqui e ao mesmo tempo
Ser levada pelo mar da fantasia
Onde sei que Me esperas de braços abertos
Sem medo, sem a carga do passado
Cheia de presente e cega perante o futuro
Quero tudo aqui
Quero tudo agora
E no fim, apenas mais um infinito
Que me leve de regresso aos Teus braços

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Doença do século XXI

Durante muito tempo se disse que a doença do século XXI era o cancro. Mas raramente alguém fala de uma doença com séculos de existência e que se tem vindo a perpetuar ao longo de milénios. Não sei bem que nome lhe dar, mas sei que é uma enfermidade que atinge a maioria das pessoas e que, embora pareça inofensiva,  mata. Falo da ausência do olhar. Este síndrome que muitos consideram distracção ou timidez, muitas vezes é uma doença que se propaga e de onde derivam muitas complicações. Existem muitos motivos para as pessoas deixarem de olhar os outros nos olhos. Falo especificamente do desalento que nos leva a deixar de procurar nos outros um sinal de vida. Por vezes estamos com a cabeça tão cheia que o nosso horizonte começa a focar-se na biqueira dos sapatos. Perdemos o sentido de orientação e deixamos de nos importar com o que nos rodeia. Quando esta reacção é momentânea, não faz muita moça, mas quando se começa a tornar um hábito, vira doença. Uma doença silenciosa que nos torna naquilo que não somos: meros robots que se arrastam diariamente à espera de uma outra vida que parece afastar-se cada vez mais.  Esse distanciamento, esse alheamento do mundo, cria camadas e camadas de coisas mal resolvidas que ficam em stand-by esperando uma oportunidade para se libertar. Depois da falta de foco do olhar, vem a falta do toque. Este sintoma associado, rodeia a pessoa ainda mais, entrelaçando-a numa corrente imaginária que destrói qualquer tipo de aproximação. Qualquer toque, seja ele físico ou emocional, é entendido como um atentado, como uma violação de espaço. Baixar as armas é o mesmo que se expor, que se despir na frente de uma multidão. Olhar realmente para outro semelhante pode abrir portas para um lugar desconhecido e incomodo. Mas será que é assim tão mau? Será que entregar-mo-nos e saltarmos para o abismo de sermos nós próprios pode ser algo tão tenebroso assim? Não seria melhor deixar-mo-nos ir e sermos apenas o que somos: almas errantes que caminham lado a lado e que precisam uns dos outros como de pão prá boca?
Não há médico ou remédio que cure esta doença. Apenas uma coisa a pode fazer evaporar-se como que por magia: o amor.
Decidi escrever esta mensagem, porque algo me aconteceu. Também tenho tido o meu quê de falta de horizontes e sem dar conta fechei-me dentro de um concha bem ornamentada que, pensava eu, não deixava que os outros me vissem como realmente sou. EU: com todos os meus defeitos, qualidades, dores, revoltas. Apanhada desprevenida, como todos os que se acham o maior dos trapaceiros, recebi um abraço acompanhado de um olhar que me leu a alma, de uma forma que muito poucos conseguiram fazer. Desarmada, entrei em pânico. Literalmente comecei a ventilar e a tentar a todo o custo fugir da situação. A máscara teimava em se manter firme, mas podendo enganar todo o mundo, enganar-me a mim é impossível. Não, não foi paixão. Não, não foi sexo. Foi tão somente um ser humano como eu que não se deixou iludir por uma máscara, por mais poderosa que fosse.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aqui e agora


Onde?
Como?
O porquê não importa, sente o momento
O amanhã está lá longe, o tempo parou
Tudo gira à nossa volta em câmara lenta esperando por novos episódios
Novas cenas de uma novela sem guião
Principio de coisa nenhuma que queima a alma e desperta os sentidos mais primitivos
Arrepio na espinha à muito dobrada pelo peso do mundo
Esquece tudo o que conheces, pois o mundo é dos ignorantes
Vem relembrar o que não conheces
Vem apagar o fogo da falta que te faço
Extravasa toda a energia acumulada nessa amalgama de culpa e remorso
Dá-te, ainda que sem compromisso
Eu estou aqui, viva e latente
Esperando que me reconheças debaixo da tua pele
Pois dois somos um e o que sentes é gémeo dos meus sentidos
Por isso vem, sem demora ou desculpas
Tu, tu apenas
Entrega-te inteiro ainda que partido em pedaços
Dá-me o que puderes, sem julgamento ou critica
Da minha parte, sabe que do pouco que te dou
Me entrego inteira