Bem vindos!

Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Quinta Gala

Olá, boa noite. Bem-vindos a esta quinta gala da Barraca dos Segredos. Ontem bem tentamos gravar imagens da barraca, mas tivemos, além da falta de luz, uma tremenda falta de profissionalismo. Ao que parece, a luz foi-se novamente na barraca, e voltamos a filmar tudo com a câmara emprestada. No fim das gravações foi tudo para casa descansar, pensando que no dia seguinte seria só editar as imagens. Mas o estúpido do câmara men não tirou a tampa da lente e a filmagem que se viu não foi a cores, nem a preto e branco. Foi tudo a preto. A única coisa que se safou, foi o som. E com sorte, lá ouvimos uma conversa muito interessante entre Vitinho e Angélica. Parece que o amor anda no ar. Ora vamos lá ouvir.


Embora o leitor não possa apreciar, agradecemos que use a imaginação para entender a cena. Tudo se passou à luz de velas.

Angélica: Que falta de sorte. Ia agora mesmo fazer a depilação e faltou a luz.
Eki: Mas como é que ias fazer isso? Não sabia que havia um cortador de relva na Barraca. Ah! Ah! Ah!
Angélica: Que engraçadinho!
Rabbit: Foge! Mas quem é que foi à casa de banho?
Angélica: Fui eu. Porquê?
Rabbit: Bem, quando te perguntarem se estás boa, não digas que sim, fogo.
Angélica: Mas o que é que foi?
Rabbit: O que foi não sei, mas já devia estar morto, de certeza.
Eki: Eh! Lá! Foi assim tão mau?
Angélica: Desculpem lá. Deu-me a volta à barriga.
Rabbit: Miúda, acredita, isso não é uma barriga. É uma central nuclear.
Vitinho: Vocês... não acham que... já chega? Já todos percebemos... o que queriam dizer.
Eki: Olha, o "pausas" está a defender a donzela.
Cavaquinho: Sejam tolerantes. Não há ninguém que não faça as suas necessidades.
Rabbit: Olha, olha! E a minha necessidade de respirar? Vai lá tu à casa de banho, se és assim tão tolerante. Aposto que até te emocionas.
Eki: Porquê? Ficaste emocionado?
Rabbit: Então não! Até me vieram as lágrimas aos olhos. Ah! Ah! Ah!
Tó Zé: Dassss! Que pibete! Já num vasta a falta da luz, agora ainda nos querem sufocar.
Angélica: Desculpem! (chora) Eu não fiz por mal.

Angélica sai do quarto a chorar e refugia-se na cozinha. Vitinho segue-a.

Vitinho: Não fiques assim... por causa daqueles... parvalhões.
Angélica: Isto já passa. Obrigado por me defenderes.
Vitinho: Eles estavam a abusar. Então... ias fazer a depilação?
Angélica: Sim. Mas às escuras é complicado.
Vitinho: Acho que... não o devias fazer.
Angélica: Pois, foi o que eu pensei. Ainda me podia cortar.
Vitinho: Não é isso. Acho... que não devias rapar as pernas. Na verdade... acho até muito sexy... uma mulher peluda.
Angélica: A sério? Deves ser um dos poucos.
Vitinho: Pois. Isto deve ser...trauma de infância. Quando eu era criança... vivia numa barraca ainda mais pequena do que esta. Éramos seis pessoas..., eu,... os meus pais,... os meus dois irmãos,... e o meu tio. Ele era... irmão do meu pai e devido à falta de espaço... tínhamos que partilhar a cama.
Angélica: Coitadinho.
Vitinho: Bem,... de Inverno até não era mau. Mas... no Verão... ele tinha tantos pelos no peito... que fazia um calor insuportável.
Angélica: Que desagradável.
Vitinho: Pois,... mas deve ser por isso... que hoje gosto tanto... de mulheres com pelos. Faz-me lembrar... a minha infância. A minha mãe... gostava muito dele. Ajudava-a sempre... a mudar as lâmpadas...lá em casa. Foi à conta disso... que morreu.
Angélica: Coitado. Apanhou algum choque, não?
Vitinho: Não. Apanhou... um tiro nos cornos. O meu pai... chegou um dia a casa e... encontrou o meu tio... a mudar a lâmpada do candeeiro da mesa de cabeceira. Pelo menos... penso que foi isso. A minha mãe... estava agarrada ao...candeeiro. Só nunca entendi... o que é que o meu tio...estava a fazer todo despido em cima dela.
Angélica: Coitadinho. Tiveste uma infância difícil. Mas agora já passou. És um homem e não mais aquele menino assustado e confuso.
Vitinho: Pois. Oh! Angélica,...vou só fazer uma pergunta... mas não me leves a mal. Tu... deste um pum?
Angélica: Desculpa. Foi sem querer.
Vitinho: É... pois. Até manhã...
 

E esta foi a emissão de hoje. É com muita pena nossa que informamos que hoje não podemos chamar ninguém a confessionário. Parece que além da falta de luz, o temporal inundou a Barraca. Esperamos que amanhã já possamos retomar a emissão. Desejo a todos uma boa noite.



sábado, 20 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Quarta Gala


Boa noite, boa noite a todos. Bem vindos a mais uma Barraca dos Segredos. Como devem ter percebido, ontem algo correu mal e por isso não houve programa. Pois é, foi com muita pena nossa que não podemos fazer a transmissão do programa mais famoso da TV. O motivo foi alheio à nossa vontade. É que devido ao mau tempo que se tem vindo a sentir, ficaram sem luz na barraca. E ao que parece na pior altura. Estava a festa a aquecer e pimba! Luz apagada. Mas como somos muito precavidos, bastou-nos ir à barraca nº 47 da dona Arminda, que gentilmente, que é o mesmo que dizer depois de lhe pagarmos uma certa quantia (50 euros), nos emprestou a câmara de filmar do filho. Conclusão: não perdemos pitada do que se passou durante o apagão. Vejamos então as cenas depois, claro está, de revermos o nosso plasma com os segredos desvendados e por desvendar.

- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

Foram todos chamados para a sala pela Voz.
Voz: Esta é a Voz. Duas concorrentes foram seleccionadas para fazer um concurso de streptease. São elas a Sãozinha e a Angélica. Podem dirigir-se ao centro da sala e começar uma de cada vez. A Sãozinha será a primeira a ser avaliada.
Tó Zé: Agora é que isto bai aquecer! Uh!Uh!
Sãozinha: Ai, Voz! Eu não posso fazer isso. Seria um pecado, aos olhos do Senhor.
Voz: Relembro que esta prova vale 5000 euros quando superada.
Sãozinha: Bem, já passa da meia noite e o Senhor já deve ter ido dormir. Além disso, se ele me fez com este corpo esbelto e saudável, seria um desperdício não mostrar a sua obra ao público.
Tó Zé: Mostra, mostra! Que o que é vom é pra se ber!

(Atenção: o que se vai passar a seguir deve ser interpretado pelo leitor, como se de um relato futebolistico se tratasse.)

E a música começa. Sãozinha avança com passo decidido para o centro da sala. Lá vai ela, balançando as ancas. Chuta um sapato para a esquerda e outro para a direita. O público está ao rubro. Tó Zé ajeita-se no sofá com os olhos arregalados. Angélica observa a concorrência com o intuito de aprender umas coisas. Sãozinha continua decidida. Aí vai ela. Desaperta a blusa de uma virada só. O público, à excepção de PêPê, vibra com a performance de Sãozinha. Agora vira-se de costas. Será que vai marcar de bicicleta? Não, vai tirar a saia. Assim, assim, bem devagar. E o jogo está morno. Mas Sãozinha contra-ataca e finalmente está no meio campo isolada e em langerie. Aí vai ela, está quase. tira uma alça do soutien. Tira a outra alça do soutien. E está quase, está quase. É agora e vai ser golo, vai ser golo, gol...

Tó Zé: Dasss! O que é esta merda? Então agora falta a luz?!
PêPê: Ufa!
Angélica: Olha! Ficamos às escuras. O que será que se passou? Será que é jogada?
Eki: Quais jogada, quais quê! Não pagaram a conta da barraca, foi o que foi.

Uma porta abre-se e de lá sai um feixe de luz.

Voz: Esta é a Voz.
Todos em coro: Quem?
Voz: É a voz, porra. Pessoal, tá tudo bem. Como tá mau tempo o poste de alta tenção caiu e a puxada que fizemos para a barraca ficou danificada, mas já estamos a tratar de tudo.
Angélica: Mas desse lado há luz.
Voz: Daaahhh! É uma lanterna. Já tamos em cima do acontecimento. Aguentem só mais um bocadinho.
Tó Zé: Oh! Sãozinha. Bem prà qui que tá frio.
Sãozinha: Podes crer. Mas não te ponhas a mirar, ouviste?
Tó Zé: Mirar o quê? Tá escuro como vreu. Anda lá, deixa-te de coisas.
PêPê: Credo, cheguem-se para lá. Isto já tá a ficar apertado.
Tó Zé: Apertado é que é vom. Chega-te mais, Sãozinha.
Sãozinha: Aaaii! Que é isto?
Tó Zé: É  a minha mão. Já que não bejo, apalpo.
Sãozinha: Tá quieto! Ai, valha-me Deus.
Eki: Opá, não chames mais esse, se não não cabemos todos no sofá.
Tó Zé: Isso, faz-me cafoné que eu gosto.
Sãozinha: Mas eu não estou a fazer nada.
Tó Zé: Dassss! Então quem foi?

A luz volta e a cena é a seguinte:
Eki todo encolhido na ponta do sofá, Rabbit agarrado aos pés de Sãozinha, Sãozinha deitada em cima de Tó Zé, que por sua vez tem a cabeça no colo de PêPê.

Tó Zé: Dasss! Chega-te pra lá! Tás-me a estranhar, ou quê?
PêPê: Mas eu não fiz nada!
Voz: Esta é a voz. Podemos dar por concluída a prova de Sãozinha. 5000 euros vão ser depositados na sua conta.
Sãozinha: Boa! Oh! Voz, esse dinheiro é livre de impostos, não é?
Voz: Esta é a Voz e não a Santa Casa de Mesericórdia. Deste valor serão retirados o IVA a 23%, a taxa suplementar de 4% e 18% para o IRS. Angélica pode preparar-se para começar a sua prova.

(Lembrem-se, como se fosse um relato de futebol.)

Angélica avança para o centro da sala. O publico desperta para assistir à segunda parte do espectáculo. Angélica passa as mãos pelo corpo em tom de provocação. Aí vai ela, decidida. Tira a t-shirt. Faz rodopiá-la no ar e atira-a para longe. Aí está, com estilo. Encosta-se à parede. Rebola para a esquerda. Agora para a direita. E apoia o pé no braço do sofá subindo a saia até à virilha. Agora é que é. O público vibra de emoção (à excepção de PêPê, que boceja e lima as unhas). Começa a descer as colants devagar. Aí está, aí está. E começa a ver-se, começa a ver-se... pelos? Pelos senhores espectadores. Montes de pelos. Atrevo-me até a dizer que esta moça nunca usou uma gilete, cera ou até mesmo um cortador de relva. Impressionante.

Tó Zé: Dasss! O que é aquilo, meu? A gaja parece um gajo.
Rabbit: Foge! Parece que se esbarrou no peito do Tony Ramos. Fogo!
Tó Zé: Dasss! A luz nunca falta quando é preciso. Oh! Boz! Apaga a luz, carago!

E foi assim que tudo aconteceu. Talvez tenha escapado aos espectadores menos atentos o facto de Rabbit estar a mexer nos pés de Sãozinha e quase que a meter na boca o dedo grande da moça. Pois é, penso que isto deve ter algo a ver com o seu segredo e por isso vamos já falar com ele. Ora, liguemos-nos ao conficionário.

Teza: Olá, Rabbit. Tá bonzinho?
Rabbit: Olá, Teza. Está tudo bem.
Teza: Olhe, estivemos agora mesmo a ver as cenas possiveis do que aconteceu no dia do apagão. Lembra-se?
Rabbit: Claro que me lembro. O naco da Sãozinha fez um streptease. Se não fosse a Angélica a estragar a festa, tinha sido memorável.
Teza: Já vi que não gosta de mulheres peludas. Mas, conte-me tudo, gosta muito de pés, não gosta?
Rabbit: É verdade Teza, confesso. É um fetiche como outro qualquer.
Teza: Pois, talvez. Mas como foi que ficou fã de pés. Com certeza não nasceu com esta fixação.
Rabbit: Isto é um assunto muito delicado para mim, mas vou contar. Eu quando andava na escola fui vitima de bulling. Apanhavam-me na escola e batiam-me e gozavam comigo. Foram tempos muito dificeis. O que é certo é que de tanto me darem pontapés na boca,  fiquei fascinado por eles. Sei que é um disturbio, e andei em psicologos e tudo, mas não consigo evitar. Sempre que vejo um pé bonito, dou por mim a levá-lo à boca.
Teza: Coitado. Deve ter sofrido muito.
Rabbit: Sofri e ainda sofro. Fiquei com traumas idênticos aos combatentes do Ultramar. Tenho pesadelos, suores frios, sensações de pânico. Ultimamente ando com a sensação de que a minha vida corre risco constante.
Teza: E existe um motivo real para isso?
Rabbit: Penso que não. Eu até ando muito calado com os jornalistas e tudo. Sempre que me fazem perguntas, evito responder ou adío para outro dia. Mas pelo sim, pelo não, já me rodeei de seguranças. E daqueles poderosos que não se importam de dar umas chapadas nas câmaras de televisão.
Teza: Espero que não o tenha trazido consigo, que o material jornalistico está pela hora da morte. E existe mais alguma coisa que faça despoletar esses sentimentos reprimidos?
Rabbit: Existe uma em particular que me tem custado muito a resolver. Sempre que alguém me chama de piegas, vou aos arames. Sabe que esta foi a alcunha que me deram na escola. E sempre que me chamam isso, passo de coelho a urso e parto tudo à minha volta.
Teza: Nada que umas boas décadas de terapia não resolvam. Bem, temos de ficar por aqui que a minha vida não é isto. Obrigado por nos terem aturado e boa noite.

Bibliografia: http://ninhodotaralhao.blogspot.pt/





quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Terceira Gala

Olá, boa noite e bem vindos a mais uma fantástica gala da Barraca dos Segredos. Ai, credo! Fantástica gala soa mesmo mal. Adiante. Parece que encontramos um verdadeiro galã de novela dentro da Barraca. O nome dele é um pouco estranho, mas a sua vida foi sempre recheada de aventuras. Pois é. Parece que o Eki Valências é um verdadeiro Dom Ruan e a Angélica (nome artístico) ficou caidinha pelos relatos dos tempos de feirante do moço. Antes de passarmos às imagens, dêem uma espreitadela pelo plasma para relembrarem os segredos da Barraca. Ou, não. Como queiram.

- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.

- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

Junto do tanque, (foi o que se pode arranjar para substituir a piscina) Eki Valências e Angélica, conversam animadamente.
Eki: Pois é miúda, Aquilo no tempo de verão era brutal. Vinha pessoal de toda a parte e nós ali, à espera dos fregueses. Bem, eu era mais à espera das freguesas. Era cada febra!
Angélica: Gosto tanto de febras. Daquelas com corato e a escorrer gordura.
Eki: Uma boa febra me saíste tu. Se tivesses passado lá na feira deixava-te montá-lo de graça.
Angélica: Montar o quê, seu safado?
Eki: Calma, boneca. Montar no cavalo do carrocel.
Angélica: Aaaaii! Adoro carroceis. Sempre gostei de andar às voltas, ouvindo musica pimba em altos berros.
Eki: Se andasses no meu, quem berrava eras tu.
Angélica: Não sejas atrevido se não ainda te mando fuzilar.
Eki: Credo, miúda, és mesmo agressiva. É o que mais gosto numa garina.
Angélica: Então devemos estar certos um para o outro, pois eu gosto mesmo é de submissos e de minorias.
Eki: Esses não conheço, mas lá na feira costumava ver os concertos dos Xutos e do Quim Barreiros.
Angélica: Bolas! Gostas mesmo de feiras. Só sabes falar nisso? Conta lá como foi a tua primeira experiência com uma miúda. Aposto que foi na feira.
Eki: Bem, na verdade conheci-a na feira, mas beijei-a pela primeira vez na casa dela que era a uns metros de distancia. Bem, não foi bem a ela que beijei, mas...
Angélica: Já não estou a entender nada. Beijaste-a ou não?
Eki: Bem, sim e não. Isto foi assim: ela indicou-me onde era a casa e apontou para a janela do quarto dela. Ficou combinado que nessa noite eu entraria pela janela sem os pais dela saberem. Quando voltei, já no escuro da noite, e tocado por umas jecas que tinha tomado, enganei-me na janela e dei por mim a beijar a cota do quarto ao lado, que por sinal era a avó da miúda. Se pensarmos bem, por equivalência familiar, dei-lhe um beijo, mas como se ela tivesse mais setenta anos.
Angélica: Não percebi muito bem, mas ok. E foi só um beijo?
Eki: Não. Foi um beijo seguido de uma queda de dois metros de altura. Mandei-me da janela a baixo com o susto dos gritos da velha. E tu? Como foi o teu primeiro beijo?
Angélica: Foi há tanto tempo. Ela era loira e alta como uma gazela.
Eki: Loira e alta? Foi com uma gaja?
Angélica: Ahh! Eu disse loira e alta? Que estúpida! Loiro e alto. Foi o que quis dizer. Mas já lá vai muito tempo. E assim, coisas mais picantes? Não queres contar como foi a tua primeira vez?
Eki: Ok, mas depois contas tu.
Angélica: Tá combinado.
Eki: Cada vez que penso nisso fico todo arrepiado. Ela tinha um corpo escultural e a boca mais sensual que já vi. Estava vestida com aqueles uniformes escolares de saia às pregas muito curtinha. Começou a tirar a camisa devagar. E eu ali, todo excitado a ver aquilo. Virou-se de costas a despir as cuecas e eu a ficar maluco da cabeça. Esfregava-se toda e gemia ao mesmo tempo que comia uma banana da maneira mais sensual do mundo. Aquilo estava a deixar-me louco.
Angélica: E depois, e depois!
Eki: Depois...bem, depois a minha cota entrou no quarto e apagou a televisão. Deu-me um tareão por me apanhar a ver aqueles filmes porcos.
Angélica: Então mas estavas sozinho a ver um filme porno?
Eki: Sim, mas por equivalência foi como se fosse a minha primeira vez.
Angélica: Olha, vai-te lixar mais à conversa.
Eki: Angelina, Angelina! Olha, foi-se embora. Anda cá! Agora é a tua vez de contar.

E foi assim que ficamos a saber mais sobre a vida de feirante do nosso amigo Eki Valências. O segredo ainda não foi desvendado, mas podemos nós perceber qual é. Pois quem fala tanto de feiras só pode ter algo a ver com as mesmas. Eki já está à espera no confecionário. Vamos lá então estabelecer ligação com a Barraca.
Teza: Olá, Eki. Está bonzinho?
Eki: Olá, Teza. Estou bem e a Teza?
Teza: Eu estou encalorada com as imagens que vi onde o apanhamos em confidências com a Angelina. Então o Eki é um pouco assanhado com as miúdas, não é?
Eki: Eu? Porque é que diz isso, Teza?
Teza: Ora, ora. Porque eu vi e todos os portugueses também. As suas confissões à beira do tanque não deixam margens para duvida.
Eki: Pois, fiquei um pouco desiludido porque eu contei intimidades minhas e ela não contou nada como tinha prometido. Até parece que pertence à politica. Promete, promete e nada.
Teza: Pois foi, mas não fique triste. Vai ver que quando menos esperar ela vai-se abrir para si. 
Eki: Pois, Teza, acho que isso ela já fez. É que o jantar foi feijoada e ela estava mesmo sentada ao meu lado...
Teza: Bem...isso agora não interessa nada. Conte-me lá mais coisas sobre a feira. Parece que o seu segredo tem a ver com a sua vida de feirante. Como foi que começou a trabalhar nas feiras?
Eki: Bem, Teza, isto foi assim: a minha mãe fugiu do meu pai e casou com um feirante. Levou-me com ela, claro está. Nunca me abandonou. Assim, como aquele passou a ser o gajo que dormia com ela e nos pagava as contas, por equivalência, passou a ser o meu pai. Mas ele tava sempre a implicar comigo, a dizer que aquilo não era nenhuma pensão, que eu não queria vergar a mola, etc. Vai daí, quis tirar a carta, mas o cota não me dava guito. Até que consegui tirá-la na feira de São Mateus.
Teza: Mas espere lá. A feira de São Mateus também tem escolas de condução?
Eki: Não, Teza, mas tem carrinhos de choque e eu sou craque a conduzir aquilo. Eu sou o Ronaldo dos carrinhos de choque.
Teza: Bem, não estou a perceber a relação...
Eki: Bem na verdade eu não tirei a carta de condução, mas como andei dias a fio nos carrinhos de choque, foi-me dada a equivalência que me permite conduzir todo o tipo de veiculo ligeiros. Antes de vir para  a Barraca dos Segredos, andava a treinar na barca do inferno para tirar o brevê de avioneta, mas tive que adiar esse projecto.
Teza: Compreendo. Bem, vejo que tem tido uma vida recheada de aventuras e que por equivalência qualquer dia ainda chega a primeiro ministro. Deus nos livre! Volte lá para junto dos seus companheiros de Barraca e faça as pazes com  a Angélica, vá lá.
Eki: Acho que vou adiar isso para amanhã. Depois do jantar e da maneira como ela enfardou, é mais seguro assim. O quarto até deve parecer uma câmara de gás.

Bibliografia: http://jumento.blogspot.pt/2012/07/umas-no-cravo-e-outras-na-ferradura_11.html

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Segunda Gala

Olá! Então, estão todos bonzinhos? Pois cá estamos nós para a segunda gala do programa mais visto da televisão portuguesa. As audiências não mentem e o tempo de intervalo também não, visto que dá tempo para sair de casa e ir beber um cafézinho enquanto não começa a segunda parte da Barraca dos Segredos. Mas se não pode esperar pelo intervalo, vá agora mesmo fazer um chichizinho enquanto repetimos pela tregézima quinta vez os segredos da Barraca. Lembrem-se que os segredos a azul são os que já foram revelados. Assim sendo, vamos olhar para o plasma.


- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.

E agora que já relembramos os segredos e que a maioria dos portugueses mudaram de canal ou foram aliviar a bexiga, vamos falar um pouco da confusão que se instalou na Barraca esta semana. E foi cá uma confusão que quase que deu estalada. Até houve quem saísse a chorar como uma criança. Tudo, imagine-se, por causa do verbo viver. Ou será "biber"? Bem, isso agora não interessa nada. Nada melhor do que revermos as imagens que valem mais do que a conjugação de mil verbos.

O telefone toca na Barraca dos Segredos. Quem poderia ser se não a melga da voz. O Tó Zé apressa-se para atender.
Tó Zé: Taou!
Voz: Esta é a voz. Conjugue o verbo viver no Presente.
Tó Zé: Atão, isso é fácil, Boz. Eu bibo, tu bibes, ele bibe, nós bibemos, bós bibeis, eles bibem.
Voz: ...A resposta está... errada.
Tó Zé: Errada? Cumo errada?
Voz: A resposta certa seria: eu vivo, tu vives, ele vive, nós vivemos, vós viveis, eles vivem.
Tó Zé: Oh! Boz, mas foi isso que eu disse, eu bibo, com b de bitória.
Voz: Esta é a Voz e não a Boz. Será penalizado. Da sua conta será retirado o subsidio de reinserção social.
Tó Zé: Dasss! Oh! Boz, tu sabes quantas horas é que a minha belha passou na Segurança Social, a vater couro à assistente para conseguir o guito? E agora como é que eu pago a gasosa para lebar a garina a dar umas boltas? Sim porque o chaço não anda a água.
Cavaquinho: Oh, To Zé, olha que a Voz tem razão. Viver é com v e não com b.
Tó Zé: Olha-me este, a dar uma de presidente! Oube lá, oh sopinha de massa, quem és tu para me ensinar? Tu, que quando falas até parece que te queimaste na língua. Bai mas é aprender a falar antes de quereres dar lições aos outros.
Cavaquinho: Também não precisas de ser desagradável. Devias ter vergonha de apontar o dedo às limitações dos outros.
Tó Zé: Limitações? Limitações? Tu debes ter lebado foi um pontapé na fronha quando eras nobo. Ficaste com a fala esquisita e parece que tens cainbras nas gengibas. Mesmo quando falas a sério parece que te estás sempre a rir.
Cavaquinho: Não estás a ser justo.
Tó Zé: Eu não me chamo Justo, chamo-me Tó Zé e põe-te já mas é no piiiiiiiiiii, antes que o piiiiiiiiii se ponha em ti, oubiste oh! seu burcom.

Cavaquinho retira-se da sala lavado em lágrimas. Tomado pela emoção, conta o seu segredo a Cátia Vanessa.

Cátia: Então, não fiques assim. Aquele Tó Zé é um bruta montes. Passa a vida a falar mal de toda a gente e não faz nada de útil pela sociedade.
Cavaquinho: Não somos muito diferentes um do outro. Eu também falo muito, mas não faço nada. Ele vive à custa do estado através de subsídios e eu vivo à custa do estado e de outras empresas onde fui buscar as minhas reformas. Ele  troca os vês pelos bês e eu troco o discurso como me convém. A única diferença que podia existir entre nós era o facto de eu não ter com que me revoltar. A vida, que é como quem diz, os contribuintes, deu-me de tudo um pouco. Até ao dia que ela apareceu na minha vida. Foi como a canção do Zé Cabra: " Deixei tudo por ela, deixei, deixei..."
Cátia: Não me digas que arranjaste uma amante?
Cavaquinho: Pior. Foi ela que me encontrou a mim.
Cátia: Pois, essas vadias andam sempre à espreita...
Cavaquinho: Quais vadias? Estou a falar de crise, mulher! Essa maldita que me vez ficar na penúria. Vê tu bem, que a minha reforma nem me chega para as despesas. Dei por mim a fazer biscates de jardinagem para me safar. Mas como tenho problemas de coluna que não me permitem dobrar a espinha, e tenho um braço mais curto que o outro, depressa tive que largar esse part-time e dedicar-me a ficar em casa de braços cruzados, evitando assim gastar energia. Olha que até já passei fome.
Cátia: Não te deixes abater. Pode ser que te safes aqui e que ganhes uns trocos.
Cavaquinho: Deus te ouça. Se não for isso, só me resta seguir os conselhos do Coelho e emigrar.

E agora está na hora de ouvirmos mais sobre o segredo de Cavaquinho. Ele já se encontra no conficionário à nossa espera.
Teza: Olá, Cavaquinho.
Cavaquinho: Olá, Teza.
Teza: Então, conte-me tudo. Parece que a Cátia Vanessa conseguiu apanhá-lo desprevenido e sacou-lhe o segredo.
Cavaquinho: Pois foi, Teza. Nem sei como aconteceu. Foi tudo tão rápido que até parecia o meu discurso no 5 de Outubro. Nesse dia foi tudo tão às pressas que até a bandeira foi hasteada ao contrário.
Teza: Mas olhe que as más linguas dizem que esse incidente foi propositado e que a bandeira ao contrario simboliza rendição. Será que se sente rendido aos encantos desta crise?
Cavaquinho: Nada disso, Teza. Enquanto houver dinheiro para as reformas eu nunca me renderei. Aquilo foi pura distracção. Ainda pensei em parar com as comemorações e colocar a bandeira correctamente, mas fui informado de que o pessoal do catering estava a ser pago à hora e tinha que despachar aquilo para irmos almoçar. A vida de presidente não é tão fácil como as pessoas pensam. Há que tomar decisões importantes para o desenvolvimento do país, em cima da hora.
Teza: E conte-nos lá! É verdade que devido a esta crise chegou a passar fome?
Cavaquinho: Bem, penso que o que senti foi mais o que se pode traduzir por um "ratinho" no estômago. Tivemos que reduzir o pessoal devido à falta de liquidez e em vez de termos governanta, passamos a ter uma mulher a dias que só ia lá a casa duas vezes por semana. Num dos dias em que não estava, senti alguma fome à hora do lanche. Mas nem eu nem a Maria sabíamos onde estavam as bolachas de água e sal e o chá. Como deve compreender não era uma função habitualmente desempenhada por nós.
Teza: Claro, claro. E qual foi para si o pior momento desta crise?
Cavaquinho: Bem, na verdade foram dois. O primeiro, quando tivemos que meter os presépios da Maria no prego. Se as coisas não melhorarem rapidamente, temo que não os consiga recuperar. O segundo pior momento foi quando tive que desistir da terapia da fala. Há-de reparar que me repito muito nos discursos que faço à nação. Isto acontece porque foram as frases que decorei durante o tempo de terapia. Tudo o resto soa péssimamente e sem nexo. Como diz a Teza, não interessa nada.
Teza: Bem, mas agora já está mais calmo, depois da discussão acesa que teve com o Tó Zé e tenho a certeza que os portugueses vão ser sábios ao decidir se fica ou se sai da Barraca. Pode voltar para junto dos seus companheiros.
Cavaquinho: Posso mandar beijinhos?
Teza: Ai, ai, ai! Isso não estava no programa. Mas vá lá, só um.
Cavaquinho: Bem então vou mandar um beijinho muito especial a um amigo que está emigrado em França e que deve estar a comer uns bons duns croissants. Um abraço, amigo. Tu é que foste esperto. Tivesse eu a tua astucia e estaria numa esplanada de Paris a viver à grande. 

Bibliografia: http://jumento.blogspot.pt/2012/01/cavaco-anda-no-papel.html

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Barraca dos Segredos - Primeira gala

Bem vindos à primeira gala da Barraca dos Segredos. Começamos antes demais por vos relembrar os segredos dos participantes desta 35ª edição do programa, que dá que falar em Portugal continental e ilhas. Vamos então olhar para o plasma e rever todos os segredos.
- Antes da operação tinha bigode e chamava-me Adolfo.
- Todas as noites antes de me deitar, brinco com o meu...
- Na escola, a minha alcunha era "o piegas".
- Tirei a carta de condução na Feira de São Mateus.
- Tive a educação mais cara do país.
- Todos os dias peço a Deus que chova ou que faça sol.
- Já passei fome.
Relembro que todos ou quase todos os segredos estão por desvendar nesta barraca que promete grandes emoções. Pois é, o amor anda no ar, como podemos confirmar através das imagens de um certo casal que se enrolou debaixo dos cobertores logo na segunda noite na barraca. Parece que o PêPê não resistiu aos encantos da Sãozinha, que embora muito devota a Deus, gosta de umas brincadeiras tipo quarto escuro. Mas será que foi a faisca da paixão, ou foi apenas um meio para chegar ao fim com uma boa maquia de dinheiro no bolso? É que depois de uma noite de beijinhos e abraços debaixo do cobertor, Sãozinha ficou convencida de que descobrira o segredo de Pêpê. Vamos então ver as imagens.

PêPê e Sãozinha encontram-se a sós enrolados no sofá.
Sãozinha: Diz qualquer coisa.
PêPê: Que queres que te diga?
Sãozinha: Sei lá, diz-me algo bonito. A primeira coisa que te veio à cabeça quando olhaste para mim.
PêPê: Os teus olhos fazem-me lembrar o mar.
Sãozinha: Porquê? Transmitem paz?
PêPê: Não, enjoam-me. Na verdade só estou a fazer jogo. A coligação vai de mal a pior e seria muito ingénuo da minha parte pensar que alguém votaria em mim para futuro primeiro ministro.Se sair daqui com algum já me safo durante mais uns meses.
Sãozinha: Não sejas mau. Não me digas que não te sentes nem um pouco atraído por mim?
PêPê: É difícil sentir atracção por alguém que passa a vida a rezar para que chova e depois a rezar para que pare de chover. Porque raio é que não te decides? Afinal queres que chova ou que faça sol?
Sãozinha: Depende.
PêPê: Depende de quê?
Sãozinha: Depende do raio dos agricultores. Se chove, as cheias estragam as culturas, se faz sol as secas queimam tudo. Nunca estão contentes. E depois lá tenho eu que desencantar dinheiro para pagar subsídios. O que vale é que a maior parte deles não tem seguros e lá me vou safando. Mas mudando de assunto: Não pude deixar de te ouvir a fazer uns sons estranhos durante a noite. O que estavas a fazer?
PêPê: Eu? Sons estranhos? Não sei do que estás a falar...
Sãozinha: Vá lá, não sejas tímido. Estavas a brincar com ele, não estavas?
PêPê: Como é que descobriste? Fui assim tão óbvio?
Sãozinha: Embora seja beata de igreja, não sou parva de todo. Sei reconhecer um som de prazer. Mas a partir de hoje já não precisas de brincar sozinho. Eu brinco contigo sempre que quiseres.
PêPê: Não acho que seja boa ideia. Existem poucas pessoas a quem o tenha mostrado. É uma coisa muito pessoal.
Sãozinha: Ora, não sejas tímido. Prometo que não conto a ninguém. O que é isto que está encostado à minha perna? Que coisa tão rija. E está tão gelado, credo. Queres que o aqueça?
PêPê: Não mexas. não mexas. Ainda o estragas.
Sãozinha: Anda lá, deixa de ser assim. Eu prometo que sou meiguinha.
Pêpê: Não, já te disse que não podes brincar com ele. Larga-me! Baixa a crista, Sãozinha, se não ainda me paço da cabeça.
Sãozinha: Olha-me este! Deves ter a mania que és a ultima bolacha do pacote, não? Vai-te embora, se queres. Não sabes o que perdes. Só peço a Deus que te caia um raio em cima. Mariconço!

Sem perder tempo, no dia seguinte Sãozinha pensa que descobriu o segredo de PêPê e pede para o revelar em publico.
Sãozinha: Bem, eu penso que o segredo do PêPê é que ele brinca com o material antes de adormecer.
Voz: Esta é a voz! Especifique material.
Sãozinha: Oh! Voz, então. Material, mala, pipi, pilinha...
Voz: Esta é a voz, outra vez. O segredo de PêPê foi parcialmente descoberto. Ele brinca com um objecto antes de dormir, mas não é com a mala, nem com o pipi, nem com a pilinha. Assim sendo, serão depositados na sua conta apenas metade do prémio: um ordenado mínimo, com descontos feitos sobre o novo orçamento de estado para 2013.
Sãozinha: Que grande merda, isso nem chega a 400 euros. Bem, sempre é melhor que nada.

Depois destas imagens quentes está na hora de chamar o PêPê ao conficionário.
Teza: Olá, PêPê. Então, parece que o seu segredo foi parcialmente revelado.
PêPê: Olá, Teza. Pois foi, aquela mosca morta da Cristas parece que afinal de morta não tem nada.
Teza: Mas enganou-me bem, quando lhe disse que os olhos dela lhe faziam lembrar o mar, pensei que estava caidinho por ela. Mas, não. Conte-me lá, então. O mar enjoa-o?
PêPê: Desde pequeno que tenho um grande fascinio pelo mar, mas sempre tive medo das alforrecas e fico enjoado sempre que ando de barco.
Teza: E tudo isto nos leva ao seu segredo. Conte-nos lá qual é na verdade o seu segredo. Os portugueses estão com certeza em pulgas para saber qual o objecto com que brinca antes de dormir.
PêPê: Bem o meu segredo é que todas as noites antes de me deitar brinco com o meu... submarino miniatura. Como adoro o mar, mas enjoo a andar de barco, sempre sonhei em ter um submarino. Durante algum tempo foi impensável, visto serem muito caros, mas assim que fui eleito ministro da defesa, não exitei e comprei logo dois. No caso de um afundar, tinha outro, percebe.
Teza: Percebo, pois. E tudo isso com o dinheiro dos comtribuintes, não foi.
PêPê: Pois, só podia comprar aquelas grandes máquinas assim. Com certeza não ía pagar do meu bolso. Mas nem tudo foram rosas, porque logo a seguir veio a crise e fiquei sem dinheiro para o combustivel. De maneira que tive que emprovisar e comprar este, que paço a mostrar, em miniatura. Todas as noites não consigo pregar olho antes de brincar um pouco com ele.
Teza: Bem, PêPê, eu penso como todos os telespectadores devem estar a pensar, porque é que o PêPê não vai antes brincar com o piiiiiiiiiiiiiiii? Mas isso agora, não interessa nada. Volte lá para junto dos seus companheiros e cuidado com as brincadeiras. Olhe que com o país a ir ao fundo desta maneira, nem uma frota de submarinos nos salva.
Bem, amanhã há mais segredos para revelar na Barraca dos Segredos. Com certeza não vão querer perder pitada.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Relaxar - Preguiça ou hobby?

 Há muito que penso que o ser humano de um modo geral deixou de ser um animal racional para se tornar num mero robot. A azafama diária compromete coisas tão simples como o prazer de ouvir boa música, apreciar uma bela refeição ou simplesmente relaxar uns minutos em puro silêncio. E mesmo quando encontramos tempo para estarmos calmamente em sossego, parece que desaprendemos de apreciar a paz do momento. A cabeça não consegue desligar dos problemas e dos afazeres diários. Às vezes até parece que o nosso cérebro é uma agenda electrónica cheia de compromissos e de lembretes que, às mãos do cansaço, por vezes se apagam da memória. Sei que é assim há muito tempo e se não tivermos cuidado, a situação tem sempre tendência para piorar. Tudo isto se tornou mais evidente para mim por estes dias, em que estive sem televisão. O silêncio era quase assustador, não fossem os gritos e discussões dos miúdos. Não entendi bem se as discussões se deviam em parte à falta de TV que distrai as mentes mais rebeldes e todas as outras. O que é certo é que este tempo sem a caixa mágica obrigou-me a olhar para a minha filha mais nova, com um olhar mais atento. Dei por mim a cantar canções infantis, a desenhar (mal, claro está!) animais de todos os tamanhos e feitios, a dar-mos gargalhadas juntas por tudo e por nada. Podíamos dizer que a grande vilã da história é a malfadada televisão, mas não é bem assim. Os principais culpados somos nós que nos escondemos atrás dos problemas, do cansaço, dos afazeres e dos aparelhos electrónicos, para negligenciarmos os outros e a nós próprios. Tudo tem que ter o seu tempo. E que tal fazer uns compartimentos imaginários e deixarmos no trabalho o que pertence ao trabalho, em casa o que pertence à casa e dedicarmo-nos, nem que por uns breves instantes, ao que nos dá prazer? Pode até parecer loucura, mas se hoje lhe apetecer chegar a casa, fazer uma refeição super rápida e recostar-se no sofá, desligando do mundo, faça-o. De certeza que amanhã se sentirá muito melhor e com as energias redobradas. Lembre-se, que o que é preguiça para os outros, pode ser um hobby para si.