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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sinceridade

Existem pessoas que se atravessam no nosso caminho com uma energia de irmandade. Sabemos imediatamente e sem sombra de duvida que já nos cruzamos antes e que somos irmãos de sangue, alma e coração. Hoje trago-vos um texto escrito por uma pessoa que me é muito especial em todos os sentidos. O seu nome é Nita e só agora descobri a escritora maravilhosa que é. É com muito orgulho e respeito por esta irmã de guerra que vos apresento as suas bonitas e importantes palavras. 


Sinceridade

Aprendi muito deste tempo enquanto procurava por mim lá fora, onde nunca me poderia encontrar. E algo que aprendi foi o valor da sinceridade. Infelizmente, à custa de muito que fez parte de mim, ou melhor, que roubou um bocado de mim e que, nas melhores das hipóteses, o devolveu mas bem espancado. Todavia, foram apenas as pancadas da realidade que o deixaram nesse estado, o que é melhor do que qualquer mundo ilusório e qualquer mentira piedosa.
E é disso que quero falar: sinceridade. Aprendi que é a base de, praticamente tudo. Na verdade, a sinceridade requer coragem, pois há coisas bastante custosas de se dizer. No entanto, para além de corajoso, todos nós deveríamos ser sinceros. Todos nós somos um pouco cínicos, ouvi dizer. Sinceramente, ainda não sei o que pensar disto. É difícil dizer que não é verdade. Contudo, só porque não fazemos por isso. Que dificuldade teria não o fazer, não usar uma máscara?

Imaginem que eu era 100% sincero. Todos saberiam o que eu pensava sobre cada um e sobre tudo, Todos me conheceriam. E não é isso que se pretende? Que nos conheçam? Então porque ocultar o que nos vai na alma? Porquê fingir? Quem não gosta do que vê, tem todo o direito de virar as costas e ir embora. Quem gosta, fica e ama. Parece-me tão simples quanto isso...

Perguntam-se que talvez não seja assim tão simples. Pois, há mentiras, há cinismos que são usados para evitar problemas. O fim sob o meio. A quem é que isso parece correto? Os problemas só se criam se as pessoas os quiserem criar. As pessoas só se ofendem se se quiserem ofender. A verdade é a verdade e não deve magoar ninguém. O que fere são as mentiras. Se não gosto de ver a outra pessoa de franja, então muito bem, ela toma conhecimento disso e pronto. Se ela gostar do seu corte de cabelo, o que lhe interessa o que eu acho. Desde que se sinta bem. Porquê mentir-lhe e dizer que está bonita quando não o está, aos meus olhos? Provavelmente, até o pode estar para o resto do mundo. Na verdade, o que é que isso importa? O que lhe importa são os seus olhos, pois são esses com que ela vê.

Esse é um exemplo muito mundano. Porém, podem-se atingir níveis bem mais profundos. O que custa é ter de enfrentar o cinismo que tanto existe no nosso mundo. Na verdade, pensamos que conhecemos quem nos é proximo, pensamos que sabemos o que pensa, o que sente por nós, do que é capaz. Mas como podemos ter a certeza? Não podemos... E aí vêm as desilusões. Todas as nossas expectativas caem por terra. Porquê? Porque essa pessoa não nos conhece, porque pensa ou finge que o faz. Hipocrisia daquela que deixa de rastos qualquer um. Daquela que cria uma sede de sangue, uma raiva inabalável. Uma aversão indestrutível. E isto tudo por mentiras... Porque o sustentáculo tem como argamassa mentiras. As mentiras são instáveis e não duram muito. Estalam quando menos se espera. Só se sabe que acabam sempre por estalar.

E é por isso que eu quero construir o meu mundo com base na verdade. E para isso, nada melhor que ser sincero. Se é verdade que todos nós somos um pouco cínicos, então que o sejamos. Eu só sei que quando as minhas mentiras e as minhas máscaras se quebrarem, pelo menos terei todas as outras verdades para me suportar, pois uma pessoa não cai pela quebra de um tijolo ou outro, mas sim de muitos. Ou de todos...

Nita  Campos

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