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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Um dia no Jardim Jaleco


 Hoje o dia foi de passeio ao Jardim Zoológico de Lisboa. Já lá não ia há mais de sete anos e gostei do aspecto um pouco diferente que tem. Em comparação ao meu tempo de criança, as mudanças do jardim são realmente muitas. Para começar era muito mais acessível monetariamente. Pagávamos o bilhete à entrada que apenas dava acesso ao Jardim. Se quiséssemos ver os répteis, alguma exposição adjacente, ou visitar o famoso labirinto de espelhos que antes existia, tínhamos que pagar novo bilhete para esse efeito. A vantagem era poder escolher o que gastar em função do que se podia ver, mas penso que todos íamos ao Jardim com a intenção de ver tudo e por isso, lá pagávamos mais duzentos escudos para ver os lagartos. Uma das partes mais divertidas do Zoo era sem dúvida o famoso elefante que, em troca de uma moeda, tocava na sineta. A minha mãe conta, que da primeira vez que fui ao Zoo, com mais ou menos 4 anos, consegui subornar o dito elefante com umas bolachas Maria. Ao perceber que eu lhe dava bolachas enquanto os outros lhe davam moedas, optou por caminhar sempre na minha direcção, comendo a bolacha e tornando à sinete em gesto de agradecimento. Quem se encontrava em redor não gostou muito da brincadeira, mas a um elefante dá mais jeito uma bolacha gostosa do que uma moeda para o tratador. Não sei se depois disso terá existido algum desentendimento entre o bicho e a "entidade empregadora", mas o que é certo é que hoje já não podemos dar nada ao dito elefante, nem moedas, nem bolachas.

O que acontece é que os animais estão muito mais afastados do público do que dantes. Embora seja menos mágico, compreendo que é uma forma de os proteger dos visitantes. Muitos animais morreram pela falta de civismo das pessoas que, embora com inúmeros avisos para não alimentarem os animais, continuavam a fazê-lo e até a mandar lixo para junto destes. Mas existem outras coisas que antes não existiam e que são uma mais valia. A baía dos golfinhos, o teleférico, os inúmeros estabelecimentos onde podemos comprar bebidas e comida.
Em relação aos animais, gostei de ver que têm melhores e mais bem cuidadas instalações. Os bilhetes são realmente caros, hoje em dia. Mas se atendermos ao facto de ter que tratar, alimentar e alojar todas aquelas espécies, com conforto e tentando aproximar-se o mais possível aos seus habitats naturais, veremos que são razoáveis. Não vi muitas famílias como via no meu tempo, mas vi muitas escolas e ATL's. O que significa que são feitas parcerias e esforços conjuntos para levar o maior numero de crianças ao Zoo.

Seja como for, e embora o meu marido tenha referido que o passeio parecia divertir-me mais a mim do que aos próprios filhos, penso que a magia esmoreceu um pouco. Como não podia deixar de ser. Crescemos e parece que as coisas se tornam menos interessantes. A informação que possuímos é maior e tudo é visto com outros olhos.


Dei por mim a pensar se aqueles animais seriam felizes, se entendiam que estavam em cativeiro, ou se por outro lado, desde que bem tratados, isso fosse indiferente. Muitas vezes ficamos orgulhosos por salvar as espécies da extinção, mas nunca podemos esquecer as principais causas dessa extinção: a evolução e o ser humano. Fomos nós próprios em muitos casos que levamos ao quase desaparecimento de muitos daqueles animais. E os motivos não são os mais nobres. Na maioria dos casos não foi por sobrevivência do mais forte, mas sim por egoísmo, avareza e desrespeito por algo que não nos pertence, apenas habita no mesmo espaço que nós. Seja como for, e tirando o calor que se fez sentir hoje e que fazia esconder os mais preguiçosos e deixar todos pouco activos e molengões, penso que todos são bem tratados. Claro que nada se compara à liberdade, mas infelizmente, a liberdade de muitos destes seres é uma certidão de óbito. Seja como for, penso que de um modo geral, todos os envolvidos no Jardim Zoológico de Lisboa estão de parabéns. A simpatia no atendimento também é de realçar. Foi um dia muito bem passado.


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