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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Não se metam com quem trabalha!

Se bem me recordo, antes de vir a ser Primeiro Ministro, Passos Coelho, em fervorosa campanha eleitoral, referiu-se aos "alunos" das novas oportunidades com "incompetentes". Hoje entendo que foi um lapso da sua parte, visto que talvez desconhecesse que o seu amigo de longa data Miguel Relvas corria e saltava de curso em curso, encontrando várias novas oportunidades de validar créditos fantasma. A bizarra história académica deste senhor deixa qualquer um perplexo e contente ao mesmo tempo. Afinal não será preciso queimar pestanas durante anos a fio para chegar longe. Em 1984 inscreveu-se pela primeira vez no ensino superior, no curso de Direito da Universidade Livre. Em 1985 concluiu, após frequência escrita e prova oral, a disciplina de Ciência Política e Direito Constitucional, com a classificação de 10 valores. Em Setembro desse ano pediu transferência para o curso de História, ainda na Universidade Livre. Matriculou-se em sete disciplinas, mas não fez nenhuma. Portanto bastou, ao que parece, fazer apenas a disciplina que lhe dava jeito. Em 1995/96 pediu reingresso na Universidade Lusíada para o curso de Relações Internacionais. Não frequentou nenhuma cadeira (nem mesmo as da sala de aula) tendo a Universidade Lusíada anulado a matricula de Miguel Relvas em 1996 por estar a dever 160.272 escudos (cerca de 800 euros) de propinas. Acho injusto, visto que nem ocupou espaço, virem cobrar propinas, mas enfim...
No entanto, em Setembro de 2006 requereu a sua admissão à Universidade Lusófona que ao analisar o seu “currículo profissional”, bem como a frequência dos “cursos de Direito e História” anos antes, concluiu que  em Outubro de 2007 Miguel Relvas teria direito à licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, curso com um plano de estudos de 36 cadeiras semestrais distribuídas por três anos, com a classificação final de 11 valores. Mas visto este ser um homem de actos mais do que de palavras, sem tempo a perder, esta licenciatura foi concluída em apenas um ano.

Relvas, obteve 32 equivalências e teve apenas de fazer exames a quatro disciplinas para poder concluir num ano a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa.

A sua avaliação das “competências adquiridas ao longo da vida” teve em conta os nove cargos que ocupou como membro da delegação portuguesa da NATO, entre 1999 a 2002 e como secretário da direcção do grupo parlamentar do PSD entre 1987 e 2001. Portanto, não tinha tempo para ir às aulas, visto que nove cargos  em quatro anos é muito trabalho. E não nos podemos esquecer que depois de trabalhar na NATO ainda tinha que dar um saltinho ao partido para secretariar. E ainda, foi avaliado pelo exercício de funções privadas, empresariais e de intervenção sócio cultural (acho que tem algo a ver com folclore, ou coisa que o valha).
No registo biográfico entregue no Parlamento quando foi eleito pela primeira vez deputado, em 1985, Miguel Relvas escreveu na alínea das habilitações literárias: “Estudante universitário, 2.º ano de Direito” – informação semelhante à do registo entregue na legislatura seguinte. Tendo Relvas feito apenas uma cadeira do 1.º ano de Direito. Em Julho de 2012 afirmou que foi um lapso ter declarado à Assembleia da República, por duas vezes, que tinha frequentado o 2.º ano do curso de Direito. Sendo assim, não foi um, mas sim dois lapsos.

Seja como for, este senhor não é um oportunista, nem tão pouco um "incompetente". Se tivermos em conta a sua vida atarefada, podemos verificar que foi apenas vencido pelo cansaço. É verdade, mal sabia ele que ao regressar de Angola em 1974 (curioso?), a sua vida se tornaria num autentico carrocel de experiências que lhe dariam créditos para várias Novas Oportunidades em Portugal. Se não, vejamos:
- Secretário-geral da Juventude Social Democrata, de 1987 a 1989.
- Deputado à Assembleia da República, entre 1985 e 2009
- Presidente da Assembleia Municipal de Tomar, entre 1997 e 2012.
- Presidente da Região de Turismo dos Templários, entre 2001 e 2002
- Secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso entre 2002 e 2004
- Secretário-geral do PSD, de 2004 e 2005, e novamente, a partir de 2010.
- É o actual Ministro dos Assuntos Parlamentares no governo de coligação PSD-CDS liderado por Pedro Passos Coelho.
Se tivermos em consideração que no meio de toda esta azafama ainda teve tempo para casar e ter filhos, quem lhe pode levar a mal pelo facto de não ter tido tempo para ir às aulas. O Relvas não se baldou, simplesmente não teve tempo, mas compensou em experiência. Foi secretário, presidente, deputado e por fim, ministro. E o que fazem estas pessoas? Secretariam, presidem, "deputam" e "ministram". Tudo coisas cansativas e desgastantes. Por isso, vos peço, deixem de ser "piegas" e não se metam com quem trabalha.

O texto escrito a azul foi retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Relvas#Liga.C3.A7.C3.B5es_externas
Imagem retirada da Internet













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