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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Estudar para salvar



Todos os anos é a mesma história. Uns com mais, outros com menos, todos os anos Portugal arde um pouco por todo o lado. E porquê? Porque será que mesmo ao fim de anos infernais, como foi o de 2003, ainda se deixa arder milhares de quilómetros de área, chegar perto demais das populações, roubar os bens e por vezes a vida a quem faz frente ao fogo? As razões são várias:
- a falta de civismo
- abandono das actividades agrícolas (falta de campo cultivado que dá origem a mato)
- desertificação das zonas rurais
- falta de limpeza de florestas e áreas com densa vegetação
- alteração climática que gera tempo seco e quente e com falta de precipitação
- interesses económicos que geram fogos postos
- pessoas "doentes" que apenas gostam de ver o fogo e todo o aparato que a sua extinção exige
Mas existe um fenómeno que, embora ninguém fale para além dos próprios bombeiros, prejudica qualquer tentativa de preservar o país desta calamidade: a falta de coordenação e de gerência dos meios de combate aos fogos. Se têm assistido às ultimas noticias dos incêndios que deflagram neste momento em Portugal, decerto já ouviram muitas intervenções de populares, presidentes de junta e até bombeiros referir que não sabem como fazer as coisas. No fundo parecem crianças assustadas a quem o vento não dá tréguas, brincando maliciosamente sempre que muda de direcção. Ninguém comanda o vento, nem tão pouco estou a criticar a actuação dos bombeiros. Penso que os populares que o fazem, ou nunca dariam o seu corpo para servir outros, ou fazem-no por estarem em pânico, vendo os seus bens e a sua vida ameaçada. Os bombeiros, muitos deles voluntários, são, como foi referido hoje nas noticias, "o exército mais barato em Portugal". Vergonhosamente, é verdade. Mas segundo algumas vozes que se levantam para, em vez de criticar, encontrar soluções para o problema, uma das prevenções que se pode fazer é uma análise técnica dos incêndios florestais. No blog "Diário de um bombeiro", li sobre este assunto onde Emanuel de Oliveira de Vila Nova de Cerveira explica que pelo facto de não existir uma ciência exacta em matéria de fogos florestais, é necessário estudar, observar e recolher dados durante os incêndios com o intuito de saber mais e combater melhor. Com certeza que não serão os bombeiros a braços com as chamas que terão tempo para disponibilizar em nome da ciência. Para isso, defende que deve haver pessoal especializado no teatro das operações, que recolham todos os dados, para mais tarde, após uma análise mais cuidada, dar pistas no combate a futuros fogos.
Podem ler mais sobre esta ideia em http://diariobombeiroformacao.blogspot.pt/ .
Também podem ver um documento muito interessante publicado pela Autoridade Nacional Florestal, onde fiquei a saber que embora esta autoridade conte com milhares de trabalhadores, não parece surtir muito efeito se tivermos em conta as ultimas noticias.

(Imagem retirada da Internet em http://ofogoeamigo.blogspot.pt/)

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