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Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Culpados sem culpa




Para onde foram todos os que me rodeavam
Para onde foi a minha vida de criança
Como foi que me vi sózinha e perdida
Como se todos vocês nunca tivessem existido
Ou  tivessem apenas feito parte de alguns momentos
Era nesses momentos que acreditava
Que me segurava como tábua de salvação
Mas foi ao ser obrigada a crescer, que percebi
Tudo não passou de teatro, o teatro de uma curta infância
Nem a maior desgraça, nem a maior dor
Vos faz entender o pouco tempo que temos
Hoje já é amanhã, amanhã será tarde demais
Quando será que conseguirão ver quanto tempo têm perdido
No meio da disputa por coisa nenhuma
Na infeliz tentativa de terem sempre razão
Não importa quem tem razão, porque não é dela a felicidade
Somos uns tristes a quem alguém chamou família
Eu por ter fugido, vocês por terem ignorado
Todos temos culpa sem sermos culpados
Mas o dia chegará em que seremos apenas
Até lá continuamos esta família de estranhos
Ligando mais ao que passou do que ao que está para vir

2 comentários:

  1. Não considero teatro todos os bons momentos que passamos como familia, talvez por seres muito pequena não tenhas muita memória, mas foram verdadeiros momentos em familia, o afastamento! tal como dizes não vou falar nisso, porque agora é olhar para a frente, agora uma coisa podes crer eu tal como o teu pai sou sincera nos meus afectos, que demonstro mais em actos do que em palavras.
    deltina

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  2. Concordo com a minha mãe. Tenho na memória bons momentos em familia e de muito divertimento. Tenho imensa pena que isso tenha acabado. Adorava que a minha filha tivesse passado por isso. Uma casa cheia de primas, tios, avós. Com muito movimento, e boa desposição. Se era teatro nunca dei por isso. Tenho muita pena que esses momentos tenham acabado. E apesar de afastada continuo a lidar com todos sem nenhuma estranhesa. Mas falo por mim. Compreendo porque pensas assim. Rute

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