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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Feitas as contas,...esquece lá isso!

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre novos autores da literatura portuguesa. Poucos são aqueles que ainda não editaram um livro, seja por edições de autor, seja através de editoras, existindo mesmo quem o faça através de pedido de impressão por demanda, ou seja, mandando imprimir apenas o que o autor quiser comprar. Foi o que fiz com as minhas obras, visto não ter recursos para fazer a coisa de modo diferente. Através do pedido por demanda, podemos editar um livro sem ter que pagar muito mais do que a sua impressão e sem ter que adquirir centenas de exemplares, que eventualmente, teríamos que armazenar em casa. Mas mesmo recorrendo a este método mais económico, temos o problema da divulgação. Depois do livro editado, precisamos de divulgar a obra, o que se torna complicado. Então começamos a enviar o original para várias editoras, a fim de o fazer. Esta foi a proposta que recebi duma dessas editoras, que por motivos éticos, não vou divulgar o nome. Tenham em conta antes de lerem o resto, que cada livro me sai a 6 euros por demanda. O email recebido começava por dizer que depois de avaliarem a obra e o impacto da mesma no mercado livreiro, gostariam de publicar o meu livro. Depois... bem, depois, veio a parte pior. Para começar, teria que adquirir 250 livros duma primeira edição de 500. Teria que os adquirir pela módica quantia de 10 euros cada,o que multiplicado por 250 dá a simpática quantia de 2500 euros. Os outros 250 seriam então destribuidos pelas livrarias do país, tendo como valor de venda ao publico 13 euros. Desses 13 euros eu receberia 10% de comissão, o que perfaz 1,30 euros por livro vendido. Ou seja, se eu tivesse a sorte de vender os livros todos da primeira edição (500 exemplares), colocando os 250 que comprei ao mesmo preço de 10 euros, no final e feitas as contas eu receberia 2850 euros.  Tirando a isto o que já tinha pago à editora, ficaria com 350 euros. Por seu lado, a editora receberia 5750 euros.  A editora teria um lucro de 5400 euros. Podem vocês dizer que a editora não vive do ar e que tudo isto envolve custos, mas enquanto a mim o livro  por demanda me sai a 6 euros, à editora deverá sair a perto de 4 euros. Ora 500 livros a 4 euros cada dá 2000 euros. Eu pago 2500 de inicio, o que cobre e sobra a elaboração do livro. Quando confrontada com o facto de me ser impossível despender de tal quantia, a editora responde que visto  ser a obra de um autor desconhecido, não pode a editora correr riscos.  Mas sendo assim, nunca poderei ser conhecida, pois não tenho dinheiro para isso. Muito bem, sendo assim, pergunto eu nesta minha ignorância sem limites: Será que todos aqueles autores de renome da nossa praça estão cheios de dinheiro e escrevem por desporto, ou qual é o nome da editora que apostou neles (mesmo sem dinheiro) e os lançou como escritores? Tudo isto me faz lembrar a história do tão falado Zé Cabra, que teve que pagar a uma editora para gravar um disco. Falta saber se a minha obra é tão má que tenho que pagar para a ver publicada, ou se por outro lado esta é uma boa maneira de algumas editoras ganharem dinheiro fácil. 

1 comentário:

  1. Sónia Marques, este é um meio de essas editoras ganharem dinheiro fácil, à custa de quem quer iniciar-se na Literatura. São uns vigaristas (poderá haver excepções)de primeira. Posso afirmá-lo, porque já caí numa dessas. Só não perdi dinheiro, porque lhes passei uma rasteira.

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