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Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os que ficam

A vida é curta e arrepiantemente frágil. Podemos compará-la com a água, quando, por mais que a queiramos agarrar, ela nos foge por entre os dedos. Hoje não venho aqui falar dos que vão, mas sim dos que ficam. Dos que ficam depois dos outros partirem. Existem duas formas de passar por uma perda de um ente querido: os que estão para partir, e têm tempo para despedidas e os que pura e simplesmente, desaparecem sem deixar espaço a um simples adeus. Uma das pessoas mais importantes da minha vida, partiu sem me dar tempo ou sequer hipótese de me despedir. Nestas circunstâncias, nada parece real. O choque inicial, leva-nos a ter uma experiência de quase saída do próprio corpo. Parece que estamos a assistir a um filme que nos é alheio, que não é nosso. Como se o ego, num sinal de protecção, nos fizesse acreditar que tudo aquilo são coisas dos outros e não coisas que também nos podem acontecer a nós. Depois,...bem, depois vem o pior. O regressar a casa e ver o cinzeiro ainda por despejar, convidando a um cigarro que nunca mais irá ser fumado. As palavras cruzadas incompletas, que terão como destino o lixo, permanecendo na mesma condição em que foram deixadas. O perfume na roupa, que teima em não sair. A agenda com inúmeras tarefas, que jamais serão cumpridas. Andava a estudar, quando o meu pai faleceu. Ainda hoje guardo os seus pertences, entre os quais uma agenda que prometia uma visita à escola, por causa de uma reunião. Mas há pior do que isto. Quando um dia acordamos e sentimos uma vontade insustentável de falar com essa pessoa. O que estava à distancia de um telefonema, passou agora a estar à distancia de uma vida. O corpo dói de tanta saudade, mas nada há a fazer. Nada, além de ter fé que a nossa história não acaba aqui. Que um dia destes, vamos finalmente estar juntos de novo. Com o passar do tempo, a dor é atenuada e as lágrimas vão lentamente escaciando, mas sempre com um sentimento de perda irreparável, como se tivesse levado consigo partes de mim, que nunca mais encontrarei. Os filhos nascem, constituímos família, e pensamos que isso nos devolve alguma paz. No meu caso, trouxe-me raiva e sentimento de injustiça, por não poder ter o avô dos meus filhos por perto. Mas, mais uma vez, quero acreditar que ele está por perto, mesmo sem o conseguir ver ou falar com ele. Resta-me passar a sua memória, contando aos meus filhos que fui realmente abençoada, por ter um pai como ele. São opções que temos que fazer, em prol de limitar a dor ao suportável e ultrapassar a perda. Optei por dar graças ao tempo que tivemos, deixando de lado o que podíamos ter tido.



(imagem retirada da Internet)

1 comentário:

  1. OLÁ querida adorei seu blog é simplesmente fantastico sincero e amavél adoro suas palavras verdadeiras td o k nós sentimos non nosso coração...
    Em relação ao teu pai sinto muito e fiko com a lagrima no olho os meus pais ainda são vivos e tento dar ao máximo o melhor de mim a eles carinho atençãon longas conversas ao telefone mimos beijinhos e muito afagos em seus cabelos brancos tento aproveitar ao máximo mas sei tb que se me aconteçer assim vai fikar sempre algo por dizer... Mas é a nossa vida por mais k custe é assim....
    A máe do meu marido vivia em outro país no Domingo ligou para ele bem disposta a falar sobre o nosso casamento pois ela é k estava a tratar dos papei do meu marido e ligou dizendo que ja estavam prontos e k os ia enviar na Segunda... o k aconteçeu... Ela morreu na Segunda e o meu marido viajou de urgencia para lá e quando la chegou estava junto á tv o envelope que ela iria mandar na segunda...
    Foi muito triste e se aquele filho soubesse certamente a conversa pelo telefone no domingo tiria sido certamenete diferente...
    mas enfim...
    O meu blog é diferente do teu mas eu vou fikar a seguir o teu adorei as tuas palavras bjs

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