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Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Adeus, até sempre


Hoje consigo rasar quem realmente és. Parte da tua essência foi-me revelada, não por ti, mas pelo tempo, pela experiência.
Hoje já consigo entender parte do medo que te prende os movimentos e te impede de demonstrar amor.
Ainda assim, és vitima do teu próprio crime.
Agora entendo porque razão não lutas pelos teus filhos. Porque razão os queres debaixo do teu sapato ou longe da tua vista.
A tua ira ganhou a batalha contra o teu amor.
Mas tenho novidades para ti. Coisas que preciso que saibas mas não sei como te dizer. A tua caixa de correio está selada, o teu telefone só atende novas conquistas, os teus olhos fogem dos meus e o teu coração foi arrancado do teu peito muito antes de saberes quem eras e o que valias.
Amei-te, amo-te e enquanto te escondias de mim, enquanto tentavas esconder o teu segredo podre e nefasto, enquanto fugias para a cama de outra e mais outra, na esperança de ocultar não quem és, mas quem fizeram de ti, enquanto isto tudo, não te deste conta de que o amor que pensas só existir nos filmes, estava na tua cama, na tua vida.
Bati à porta desse coração empedernido pelo sofrimento, vezes sem conta. Magoei os punhos, reduzi o brilho nos meus olhos, esqueci-me de que tinha alma, na ânsia de te resgatar desse mundo e trazer-te para o mundo dos vivos. Dos que amam sem medo, dos que só o fazem porque conhecem o que é o amor.
O teu medo em amar não é mais do que pavor do desconhecido.
Perdoa-me, mas tive que fugir, tal como tu fugiste tantas, e tantas, e, tantas outras vezes. Fugi, tal como me ensinaste, pelo medo. Contaminaste-me de tal forma que me esqueci de que existe sempre o amor e essa energia é o único antónimo do medo.
Perdoei-te até perceber que não era só a mim que fustigavas com os teus fantasmas. Querias agora contaminar as únicas provas vivas do nosso amor. Do pouco amor que consegui levar até ti.
Deixa-me que te diga que esse amor já não é pouco. Esse amor é tudo o que te resta.
Os teus filhos reclamam o pai. Os teus filhos não serão teus se fizeres o mesmo que te fizeram. Pois vieste aqui para fazer a diferença, que de réplicas, o mundo já se encarregou de transformar em terramotos.
O quanto estava enganada por pensar que tinha encontrado algo genuíno e irrepetivel. No entanto, entendo agora que de genuíno tens pouco e que, o que perpetuas, já soa a plágio.
Por tudo o que percebi hoje, por tudo o que conseguiste ver em mim, por de trás dessa cortina de ódio e confusão. Por tudo o que ainda te soa a sagrado, faz diferente.
Sempre que pensares no que te disseram de pior, cala. Sempre que voltares ao momento em que te roubaram um sorriso, sorri. Sempre que acordares do mesmo pesadelo de há anos, respira. Sempre que te lembrares de mim... faz o que entenderes, mas aceita que tudo o que fiz, certo ou errado, fiz por amor, fiz sem saber o que te matava por dentro.
Aguentei a tua ira até ao meu penúltimo suspiro. Deixei-te à morte num mar revolto, porque sou cobarde. Preferi a vida, a morrer a teu lado. Perdoa-me.
Ou não. Mas sabe isto: para tudo na vida existem sempre dois caminhos. O caminho do que os outros fizeram de ti ou o caminho que tu és.
E eu cheguei perto o suficiente para saber que tu não és esse homem que demonstras.
Podes dizer que não gostei do que vi e que fui embora. Podes chamar-me egoísta porque empurrei os teus filhos para fora de uma casa sem amor, mas com condições.
Digas o que disseres, guiámos-nos por energias diferentes. Eu optei por amar, tu por temer.
Ninguém ganha por enquanto, mas sei que todos nós, todos aqueles que correm nas veias de cada um de nós, um dia vão ser SERES HUMANOS.
Amo-te hoje, mais do que nunca porque entendi que o carnal é apenas o revestimento de uma essência escondida pelo sofrimento. Uma alma como tantas outras, apenas mais açoitada.
Não julgues que te falo em saudade. Não posso sentir saudade de alguém que nunca se apresentou. Não quero que voltes para mim. Quero que voltes à vida. Porque a única coisa que eu trouxe do teu peito implora para que os ames. Tal como tu tantas vezes deves ter implorado.
Entendes agora quais são as tuas responsabilidades na vida? Pagar a renda, o crédito, o super mercado é essencial. Mas dar a mão aos que nunca desistirão de ti é a diferença entre a vida com a sensação de missão cumprida e a morte disfarçada de movimento e repleta de miséria e agonia.
Opto pela verdade porque ela me dá liberdade. Não te custava esperimentar pelo menos. O que tens conseguido até aqui com o que fazes repetidamente?
Adeus. Até sempre. Nunca te esquecerei.

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