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Conta-me histórias é um blog onde vos mostro alguns dos meus trabalhos e onde podemos falar de tudo um pouco. Apresenta certos assuntos que acho relevantes e interessantes, sempre aberta a conselhos da vossa parte no sentido de o melhorar. Obrigado pela vossa visita. Fico à espera de muitas mais.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não deixe a reserva chegar ao fim

A preguiça toma conta de mim, quando um dia com 24 horas não chega para tudo. No último minuto do meu dia, parece que deixei tudo por fazer, ou até que o que fiz não foi o suficiente para ter direito ao descanso. Isto, na maioria das vezes acontece, porque gostaria que a vida andasse mais rápido, revelando-me assim, o que o dia de amanhã trará. Nesta busca constante pelo futuro, não é a velhice que anseio, mas sim um qualquer final feliz, que me traga um novo começo. Não serei certamente a única a sentir o mesmo, mas por vezes isto é difícil de entender e ainda mais de explicar. O pior é que daqui a alguns anos esta mania de acelerar o relógio, transformar-se-à numa nostalgia dos tempos idos. Só espero que a tal nostalgia, venha acompanhada de recordações boas e não de coisas que poderia ter feito e não fiz. Seja qual for o desfecho, espero que consiga sempre ouvir e estar presente a todos aqueles que me são queridos. Porque feitas as contas, esses são os que realmente importam e que com os quais nunca me importarei de "perder" todo o tempo do mundo. Há muita gente que vive para o trabalho, desculpando-se com a velha frase de que o fazem para dar uma vida melhor aos filhos. Hoje não se dá uma festa porque não há tempo, amanhã compra-se um jogo, para compensar; hoje não se dá um beijo, amanhã vamos para as filas do MacDonalds, para compensar; hoje não temos tempo para nos deitarmos juntinhos a ver um filme, amanhã vamos ao cinema para compensar e com alguma sorte, não adormecemos pelo meio. Deixámos de usar o trabalho como um meio para atingir um fim e passámos a usá-lo com uma desculpa para tudo o que deixamos para trás. Embora toda a gente saiba que temos que trabalhar a fim de nos sustentar-mos, isso não implica que nos escondamos atrás do trabalho, deixando assim o verdadeiro trabalho por fazer. Um emprego é um meio de dar sustento aos filhos, mas as nossas obrigações não terminam aí. Há que deixar sempre um depósito de tempo para os que mais amamos. Mais vale 30 minutos a brincar com o seu filho, a ouvir o que tem para lhe contar sobre o seu dia, ou simplesmente a dar umas voltas de bicicleta, do que um dia inteiro de presença física. Há que pensar nisto de forma séria, porque os minutos, horas ou dias que passamos a adiar a festa na cabeça, o beijo, ou simplesmente o diálogo banal do dia a dia com os nossos filhos, nunca mais voltarão e, se deixados por fazer, nunca serão recordações, mas sim perdas de tempo. Resultado: criamos assim novos homens e mulheres com ânsia de compreensão e de partilha, que muitas vezes se revelam fatais, quando elas crescem e encontram um rapaz que lhes diz o que querem ouvir, ou quando eles encontram a rapariga que faz deles o que quer, em troca de um mimo. Além destes casos, temos ainda um outro, que é o de quando os jovens vão atrás de comportamentos destrutivos, tais como a droga, a bebida ou o crime, simplesmente para terem uma sensação de pertença, que raramente encontram em casa. O trabalho é importante e indispensável, mas tal como o seu carro tem uma reserva de gasolina, que nunca permite que acabe, mantenha você também essa última reserva para partilhar um pouco de carinho e atenção com quem ama. Ninguém lhe pagará por isso no final de cada mês, mas no futuro, essa poderá ser a diferença entre uma boa ou má velhice.

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