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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quem quer ser policia?

Imagine um emprego onde recebe um ordenado de 600 euros. Desses 600 euros, tem que pagar a sua farda. Para ganhar dinheiro extra, pode fazer gratificados nos seus dias de folga, mas por mais que os faça, pode passar anos para os receber. Esta é uma profissão de risco, por isso, sempre que sai de casa para o trabalho, nunca sabe se volta ferido ou mesmo sem vida. Depois de muitos anos de luta nesta profissão arriscada e difícil, eis que chega a reforma. Mas nem assim pode respirar de alivio. Se por exemplo, um vizinho implicar consigo e fizer queixa de si, pode incorrer num processo disciplinar, que poderá levá-lo a perder a reforma. Se um policia , ao desempenhar as suas funções, atirar sobre um criminoso e o matar, pode perder o emprego e ter que pagar indemnizações aos familiares. Se o contrário suceder, temos pena do policia e por bom comportamento ou falta de idade do criminoso, soltam-no prematuramente ou nem o prendem.Muitas vezes a coisa corre bem. Os policias apanham os criminosos e fazem cumprir a lei. Todos ficamos mais seguros, pelo menos por umas horas, até os tribunais decidirem soltar os ladrões, violadores ou assassinos por motivos alheios à nossa compreensão. Mesmo assim, lá vão eles todos os dias para o seu posto de trabalho, sendo as primeiras pessoas a quem ligamos em caso de aflição, sendo os primeiros a dar o corpo e a alma ao serviço da população. E por muitos anos que passem, muitas vezes as suas carreiras não evoluem. Os riscos são os mesmos, o salário também e o perigo do suicídio ou o de pular o muro e passarem eles próprios a criminosos, vai aumentando. Quem tenta construir um país em cima de tais alicerces, só poderá ver o desabamento de estruturas que foram erguidas em areias movediças.
Tenho pena dos 50 policias que foram destacados para vigiar a manifestação de hoje, no Terreiro do Paço. Muitos deles, se não todos, com vontade de se juntarem aos colegas na defesa dos seus direitos, mas mais uma vez cumprindo o seu dever de proteger a população, mesmo contra a sua vontade.

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