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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Testemunho de uma sobrevivente

Nada melhor para explicar o inexplicável do que contar a nossa experiência de vida. É por isso que hoje vos falo de algo que mudou a minha vida para sempre: 
Reiki

Sempre que falo de Reiki surpreendo-me com o facto de existirem ainda tantas pessoas que desconheçam o que é esta ferramenta de cura. Por outro lado, se há muita gente que não sabe o que é, existem outros tantos que já têm cursos e que o utilizam na sua vida diariamente. Não me vale de muito explicar pormenorizadamente o que é isto do Reiki, visto que qualquer um se pode informar através da Internet ou de outro meio qualquer. Mas não é a teoria que prova e sim, a prática. Como tal, vou passar a contar-vos a maneira como me foi apresentada esta arte milenar.
No ano de 2001 a vida não me corria da melhor maneira. Tinha tudo o que um comum mortal chama de normal: emprego, casa, marido, filho. Mas faltava-me algo. Era como se de repente me perguntasse constantemente qual o motivo de andar por cá. É certo que toda esta ansiedade e tristeza que carregava no peito derivava de uma depressão profunda, daquelas que mandamos constantemente para baixo do tapete, por não termos tempo ou vontade de lidar com ela. O acumular de situações mal resolvidas e de trazer o mundo às costas, estava a levar-me a um esgotamento. Um certo dia não aguentei mais e fiz a ultima tentativa de me agarrar a algo que me ajudasse a vir ao de cima. Levantei-me de manhã com um esforço quase sobrenatural e arrastei-me para o centro de saúde. Não conseguia encontrar uma explicação lógica para a minha aflição. Parecia que tinham aberto uma torneira no meu cérebro, tal não era a quantidade de lágrimas que me escorriam pelo rosto. Lembro-me de pensar, sentada na sala de espera do médico, que quem me observava naquele estado devia pensar que estava louca. Chorava que nem uma Madalena, desesperada, angustiada e sem razão aparente. 
Depois da consulta dirigi-me à farmácia mais próxima, com uma receita do tamanho de um boi, para aviar. A depressão diagnosticada pela médica de familia, acompanhada de uma baixa de 15 dias, manteve-me em casa fechada, adormecida por comprimidos, triste, exausta e com uma sensação de impotência enorme. 
Passados 8 dias de medicamentos, passeios do quarto para a sala, da sala para a cozinha, retornando para o quarto, algo me fez desistir de tomar os comprimidos e acordar para a vida. Sei que não o devia ter feito de repente, mas cheguei à conclusão de que os comprimidos apenas me adormeciam o corpo. Não me tratavam a angustia ou o desespero que carregava no peito. Pensei no quanto estava a ser egoísta em me deitar num quarto escuro, não querendo ver ninguém, falar com ninguém, ou mesmo fazer fosse o que fosse. Pensei no suicídio várias vezes, mas o amor pelo meu filho na altura com um ano, a vontade de o ver crescer, não me permitia acabar com a minha própria vida. Entendi então que ainda existia uma razão para continuar a respirar. Que egoísta estava eu a ser ao privar o meu filho de me ter a seu lado. Que fraca estava eu a ser quando tinha uma vida tão melhor do que muitos por aí. Como podia desperdiçar tudo isso com a desculpa esfarrapada de que estava triste ou cansada? 
Talvez fossem os comprimidos a fazer algum efeito, mas acredito hoje que nada acontece por acaso. Decidi ir trabalhar antes de terminar a baixa. Continuava desalentada, mas com um propósito certo: iria procurar ajuda fosse onde fosse para aliviar o meu estado.
E é bem verdade que quem não pede não ouve Deus. Por esses dias uma amiga falou-me no Reiki. Sem saber ao que ia, levou-me a casa de uma outra amiga que depois de um cumprimento sorridente me perguntou se podia fazer Reiki. Disse-lhe que não sabia o que era e depois de uma breve e simplificada explicação onde me disse que era energia através da imposição das mãos, dei o meu consentimento. Afinal, nada do que aquela mulher me fizesse podia ser pior do que aquilo que eu sentia no momento. 
De pé, no meio da sua sala, ela começou por se agachar e colocar-me as mãos nos pés. Lembro-me de pensar que as suas mãos ferviam. Soube-me bem este primeiro contacto. Passou às minhas pernas e o calor continuava a ser acolhedor. Ao chegar ao chacra da raiz (zona pélvica) comecei a ter visualizações de situações passadas na minha adolescência. Lembrei-me de uma relação que tive com um homem que me usou de todas as maneiras possíveis. Senti uma vergonha imensa. Como pude consentir tal humilhação?
Ao passar ao chacra sexual (zona do umbigo) o calor das suas mãos parecia ter aumentado. Subiu mais um pouco, colocando as suas mãos no chacra do plexo solar (zona do estomago) e foi aí que a torneira se abriu. Recomecei a chorar embora de uma forma comedida. Visualizei as discussões que tinha com o meu parceiro, chorei de raiva, uma raiva que marinhava por mim acima e se alojava na minha garganta como uma bola. Continuou a subir e colocou-me as mãos no chacra do coração e foi aí que tudo se complicou. Na tentativa vã de me controlar e não desatar aos soluços, foi como se uma represa tivesse rebentado de tão cheia e as minhas amigas lágrimas corressem agora como um rio desenfreado. A visualização foi do meu pai, falecido havia já 6 anos. A dor da sua partida, aquela que eu tentava a todo o custo disfarçar e esquecer, tinha vindo ao de cima, qual copo que transborda. Lembro-me que chorei compulsivamente e soluçava como uma criança, o que levou a terapeuta a demorar mais um pouco as suas mãos naquele local. Quando sentiu que me acalmava, chegou ao chacra da garganta. A tal bola que senti anteriormente dissolveu-se passado uns minutos. Parecia até que respirava melhor. No terceiro olho ou chacra frontal (testa), visualizei o meu filho. E que lindo bebé que eu tinha. Que doçura de criança. Que abençoada era por ter na minha vida um ser tão perfeito a quem chamar de filho. Finalizou no chacra da coroa (alto da cabeça). A esta altura já eu respirava de um alivio há muito perdido. 
Depois daquela sessão, nunca mais fui a mesma. Nos primeiros dias andava um pouco à toa a tentar racionalizar o que me tinha acontecido. Como podia aquela mulher trazer ao de cima tanta tralha que eu tinha (pensava eu) tão arrumadinha no meu sótão. Como conseguiu mexer tão profundamente no meu intimo sem proferir uma palavra nem me perguntar nada? Foi como se me desarrumassem as gavetas todas e me fizessem tomar a iniciativa de arrumar tudo como deve ser. Sei hoje que o Reiki é mesmo assim, o terapeuta é apenas um canal, tudo o resto se passa dentro de nós com uma pontaria certeira.
Havia muito a aprender e a digerir, mas desta vez eu sabia que existia uma ferramenta que me ajudaria a dar a volta por cima e a recarregar baterias. Foi isso que me levou a estudar sobre o Reiki, a querer saber mais e posteriormente a fazer o primeiro nível. 
Não posso dizer que a partir daí tudo na minha vida se resolveu. Muita coisa menos boa se passou na minha vida depois disso. Coisas, no entanto, que tenho a certeza seriam muito mais difíceis de ultrapassar sem esta ajuda preciosa. 
O Reiki não me fez um ser superior, apenas me deu as luzes para fazer algo diferente e enfrentar a vida de uma maneira mais suave. Além disso é uma ferramenta muito completa, pois além de nos ajudar quando recebemos, também energiza quem o transmite e podemos sempre passá-lo a quem necessite.
Por isto e muito mais considero o Reiki uma ferramenta essencial no desenvolvimento humano.

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