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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A culpa é da Eva


Aqui há dias em conversa com uma amiga, tocámos no assunto das religiões. Disse-lhe que tinha muita dificuldade em inserir-me num grupo que obriga todos os seus membros a pensar da mesma maneira, sem direito a pôr em causa e a revelar uma opinião diferente. Conversa puxa conversa e dei por mim a ouvir algo que não faz de todo sentido para mim. Disse-me ela a certa altura, que as pessoas têm que ser tementes a Deus para que haja uma certa ordem. O meu dispositivo de erro, ecoou na minha cabeça de forma estridente. Como pode alguém viver em paz, temendo seja o que for? Visualizei de imediato um pai severo que castiga o filho a cada passo do caminho. Talvez devido à minha educação e à falta de necessidade que sempre houve de me castigarem, isto é algo que não me entra na cabeça. Não. O meu Deus não é um pai severo que impõe as suas regras e que nos atira aos crocodilos ao mínimo deslize. Por outro lado, acredito que pagamos por todos os nossos erros, mais tarde ou mais cedo.Mas não indo para o inferno ou sendo consumidos por chamas. Pagamos a factura com desilusões e sofrimento interior. A isso não dou o nome de castigo, mas sim de assumir responsabilidades. É talvez por isso que tenho tamanha dificuldade em entender as religiões. Posso até, como já o fiz, tentar perceber o que defendem e o que transmitem, mas assim que me tentam impor uma ideia ao invés de me explicarem de forma a que faça sentido na minha cabeça, desligo automaticamente. Esta é a real razão para que tanta gente se tenha afastado das igrejas. Partiram em busca de respostas que façam sentido. Agora, mais do que nunca, as pessoas precisam de quem as ouça, as ampare e as abrace acima de tudo. Não de discursos gastos com cheiro a mofo, que nos dizem que é assim, porque sim. Se temos medo de algo, não significa que temos respeito. No medo pode acontecer um de dois desfechos: ou fugimos ao controlo do medo em busca da liberdade, ou vivemos no medo por toda a vida apenas porque sim. Qual a lógica de vir ao mundo, seguir regras ditadas pelo Homem, que dizem ser em nome de Deus? Qual a verdade de pisar igrejas erguidas por Homens e chamar-lhes casas de Deus, sem nos importarmos com o faminto que estende o braço à porta do templo? Que Deus é este que pune o seu filho, apenas porque este decide viver de acordo com a sua maneira de estar? Que Homens são estes que comem, respiram, pecam como nós, mas porque envergam uma batina podem ter o perdão absoluto e automático, enquanto um chefe de família que rouba para dar comer aos seus, é visto como o pior dos criminosos? Não. Não aceito que tenho que estar dependente da imagem de um Deus castigador para que não cometa erros. Sem erros não fazia sentido passar por aqui. Para quê tanto sofrimento se ao escolhermos o caminho errado nos condenam ao inferno. Para quê lutar por um mundo melhor se basta ouvirmos um grupo de "entendidos" para podermos ser chamados de filhos de Deus. Se Ele nos criou à sua imagem, porque nos fez pecadores à nascença? Ah! Não, espera. éramos puros até a Eva ter trincado a maçã. Mas não teria ela vindo a este mundo com esse mesmo propósito? Onde estaríamos todos nós se a senhora não tivesse desafiado as "leis de Deus" e tal como uma criança traquina, não tivesse dado uma dentada na maçã? E já agora, se a mulher é um ser inferior e impuro, que vem ao mundo para procriar, porque raio não fez nada Adão? Não me digam que foi o ultimo banana da História. Que quem vestia calças lá em casa era a Eva? Estou, estou a brincar, pois só com muito humor se pode levar uma história destas. Sei que existe um poder acima de nós. Sei que esse poder a quem chamam Deus, "nos criou à sua imagem". Logo, de acordo com a crença da maioria, Deus também não será o cumulo da perfeição ou nunca teria gerado filhos impuros e imperfeitos. Somos perfeitos cada um à sua maneira e se existe alguma lição a tirar disto é que temos que aprender a viver com as diferenças e a respeitar a opinião do outro.


Bibliografia: http://jumento.blogspot.pt/2007/09/umas-no-cravo-e-outras-tantas-na_12.html

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