Há já algum tempo que não escrevo no blog porque estive de férias no norte do país. Se é que se podem chamar férias àquilo que passei nos últimos dias. Embora sair de Lisboa, rumo a um destino cheio de espaços verdes e de ar puro seja agradável, acabamos por não deixar a rotina de lado, só podendo defenir como férias o facto de viajarmos para longe da agitação da capital. Se não, vejamos: um casal com filhos, com idades compreendidas entre os 10 meses e os dez anos, viajam para uma casa de família na terra. O primeiro dilema é meter a bagagem toda no carro, (onde viajarão 5 pessoas, dois adultos e três crianças). A mala do carro não é grande, e a viagem tem muitas vezes que ser feita de pernas abertas, para caber mais um saco à frente. Pelo caminho, os mais novos, cantam, choram, gritam e passado 30 minutos de caminho, começa a famosa canção do "falta muito para chegarmos?" A vontade e pressa de chegar é tanta, que o condutor não põe sequer a hipótese de parar pelo caminho, uma vez que seja. O rádio vai ligado, mas com os vidros abertos, não se ouve mais do que um ruído de fundo. Em contrapartida, a ausência de ar condicionado, não nos permite fechar os vidros, sob pena de sufocarmos de calor. Após 3 horas de viagem que mais pareciam 3 dias e depois de 452 "falta muito para chegarmos?", finalmente podemos esticar as pernas. É como aprender a andar de novo. De seguida, colocar toda a tralha em casa e começar a pensar no almoço. Para começar em beleza, vamos almoçar fora. Depois, fazemos as compras, a fim de cozinhar em casa as próximas refeições. E já está; começa a rotina das férias. Embora sem horários rígidos a cumprir, e entre passeios e festas de verão, temos sempre que fazer almoço, jantar, lavar, estender e passar roupa, lavar louça, enfim, o mesmo que fazemos o resto do ano, mas com uma vista impressionante de montes e vales em vez da imagem da vizinha da frente em cuecas ou do vizinho do lado a fumar um cigarro à janela. Para ajudar à festa, a televisão com antena interior, apenas apanha 3 canais, o que com a óptima programação da televisão portuguesa, nos remete e ver a Júlia Pinheiro ou o Figueiras à tarde, as novelas à noite e com um pouco de sorte e falta de sono, um filme que já vimos 300 vezes, lá prás 2 da manhã. Das noticias nem vale a pena falar; vai desde os incêndios, aos acidentes de viação, a menores violados, sem deixar de poder referir a famosa e sempre na moda crise do país. No meio de tudo isto, ainda temos tempo para dar em doidos com os miúdos, que passam a vida a engalfinharem-se uns nos outros ou a juntarem-se para fazer disparates. E assim passam 15 dias de "descanso". Não sem antes metermos tudo no carro outra vez, com a nítida sensação que levamos mais coisas do que as que trouxemos, sem saber muito bem onde encaixar tanta tralha, viajar por mais 3 horas e descarregar tudo outra vez para casa. E depois de toda esta canseira a quem alguém chamou de férias, chego à conclusão que pobre não tem férias, apenas muda de sitio. Como seria bom ter dinheiro para passar uns dias num hotel, com pensão completa. Enquanto esse dia não chega, vamos-nos dando por felizes por termos feito uma viagem sem problemas, por termos filhos saudáveis e por termos comida sobre a mesa. E que isto se mantenha por muitos e longos anos.
Que falta de originalidade na história, mas que actualidade. A nota positiva é a imagem q foste buscar. Assim é que é!È para chamar as notas.Beijocas
ResponderEliminarrealidade.......
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