O tempo tenta fazer
O que a saudade não deixa
O tempo apenas consegue
Transformar o pranto em queixa
Queixo-me de teres partido
Sem nada puder fazer
Queixo-me por não ter conseguido
Dizer-te o que havia a dizer
A saudade da tua presença
À loucura já me levou
Fui ao Inferno e voltei
E vi que nada mudou
Tudo está na mesma
Neste marasmo sem fim
A pergunta é sempre a mesma
Porque foi que partiste assim?
Já não me iludo a pensar
Que não há dor que perdura
Tenho em mim que nada pode
Apagar esta amargura
Se alguma lição deixaste
É que somos tudo sem nada ser
Se num dia somos donos do mundo
No dia seguinte, iremos morrer
Um dia chegaste a dizer-me
Que quando alguém partia
Era o egoísmo que levava ao choro
Da falta que alguém nos faria
Posto assim, sou egoísta
E serei até à morte
Chorarei de egoísmo
E de raiva por minha sorte
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